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A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

2009 EM FASE TERMINAL


               Esse lero-lero de fim de ano é a mesmice de sempre. Quando eu era criança e na fase de adolescência, ficava na ansiedade, primeiramente, de chegar aos dezoitos anos de idade e, na expectativa das festas de final de ano, de carnaval, de São João e do Sete de Setembro. Fim de ano,  era para mim, a melhor festa. Mesmo com muita luta, muito trabalho, lembro bem, que minha mãe criava alguns animais domésticos durante o ano, no Sítio Cigano, onde morávamos, os cevava bem para que no final do ano os vender a todos para comprar as nossas roupas de final de ano. Na verdade ela ia até a cidade de Rio Branco (hoje Arcoverde) no ônibus de Armando Cursino, único existente na época,  comprar tecidos nas Lojas Paulistas (atuais Pernambucanas) e ela mesma, com a sua esmerada mão de fina costureira, era quem fazia as nossas próprias roupas numa máquina de costura daquelas manuais e os abanhados eram feitos também à mão. As roupas eram simples, modestas, mas ficámos alegres em estarmos todos vestidos de roupas novas para comemorar o final de ano. Nem sempre tínhamos um final de ano recheado de presentes, comida farta, porque éramos pobres e não dispúnhamos de recursos suficientes para festejar àquela data considerava muito importante, afinal de contas, era o nascimento de Jesus Cristo, filho de Deus. Também já cheguei até a acreditar em Papai-Noel, só que nunca chegava nenhum presente desse velho asqueroso às minhas mãos. Papai-Noel na realidade não passa mesmo de uma criação mercantilista dos americanos para multiplicar os seus dólares.
            Das festas de carnaval, que eram realizadas no Mercado Público, guardo muitas lembranças, principalmente do sábado de Zé Pereira e de quando um senhor por nome de João da Cruz, com um lança-perfume, que era liberado à época, me deu uma cheringada nos olhos que quase fiquei cego e chorei. Fiqueira com uma sequela, pois anos após, já na fase adulta fiz uma cirurgia no olhe direito de uma carnosidade, chamada na medicina de "pterigio". Meu pai na ocasião desse fato estava comigo, mei etilizado e ainda quis brigar com Joaão da Cruz, mas ficou somente na deixa. O São João era também uma festa muito esperada, pelos forrós, pelas fogueiras, pelas belas moiçolas e pela comida típica da época.
            Atualmente, posso dizer com a maior sinceridade do mundo, que nada disso mais me fascina, me emociona, até parece que fiquei petrificado. Não sei se endureci demais, perdi a ternura ou deixei de acreditar em história da caroxinha, mas nada é como era nos meus tempos de infância e adolescência, que não foram boas nenhuma nem outra. Vivi mais para a minha família, para a responsabilidade que a vida me reservara e sempre tendo em mente que um dia seria alguém na vida. Posso não ter me realizado por completo, mas de uma coisa posso ter certeza, ainda assim, como toda dificuldade do mundo, me iniciei em curso de engenharia na UFPE e me formei nas Ciências Jurídicas, e o que aprendi durante toda a minha vida, são coisas que a ninguém é dado o direito de me furtar, me roubar, são coisas que levarei comigo para o jázigo eterno quando o último suspiro respirar, principalmente o meu diploma e os meus conhecimentos. Claro que é vivendo e se aprendendo mais e gostaria muito que os meus descendentes pudessem, pois ainda eles têm muito tempo, de adquirir saber, porque o saber é algo que ninguém poderá lhes tirar.

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