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BUÍQUE, NORDESTE/PERNAMBUCO, Brazil
A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

ERA UMA VEZ UM POBRE MENINO RICO

          
            Em Buíque, conheci muitas histórias. Algumas por ter ouvido dos mais velhos; outras por ter tido vivência própria e muita coisa tenho para contar. Tem coisas que a gente sabe, mas por uma questão de ética não pode sair por aí narrando, escrevendo, falando ou contanto. Aqui tinha  uma família que, segundo o dito popular, limpava o "bumbum" com dinheiro, de tanto dinheiro que tinha, segundo disseram. Outras famílias conseguiram manter e fazer crescer as suas riquezas e patrimônios. Já outras, perderam tudo que ganharam de forma honesta ou desonesta, mas também, ainda temos famílias que mantém a sua nobreza e firmeza de princípios morais e de retidão. Conheci uma pessoa que vinha de uma família tradicional de Buíque e de dotados de certa riqueza, Neville, irmão de Teté de Paulo da Loja. Desde criança que conhecia neville. Pelo que sei, desde ainda muito jovem, se isolou do mundo e da família e passou a viver num recanto só seu e seu esporte predileto era todas às cinco horas da manhã, comprar uma garrafa de cachaça Pitú e ir se banhar na barragem e tomar a sua cachaça. Isso era todo santo dia. Nunca entendi o porquê de Neville, oriundo de família rica, ter se isolado por conta própria e viver como um peregrino até o fim de sua vida. Faleceu do jeito que viveu no seu isolamento voluntário. Nunca entendi as razões que levaram Neville e se isolar da família, que ainda hoje, vindo da família dos Santos Araújo, preservaram e aumentaram o seu patrimônio, quanto a Neville, pobre Neville, se foi sem ter uma razão explicável para viver, pois acho que, não sei bem como dizer, mas ele não viveu, vegetou enquanto viveu. Se fosse ele filho de uma família pobre, um menino pobre que sofreu na vida e depois chegou a enriquecer e de uma hora para outra, por um motivo qualquer perdesse tudo, poderia até se explicar o seu autoflagelamento, mas não, Neville vinha de uma estirpe familiar das mais ricas de Buíque e sua vida era dessa forma: nunca se casou e seu esporte preferido era o banho na barragem acompanhado de uma garrafa de Pitú às cinco horas de todas as manhãs e isso veio a se prolongar até a sua morte. Há coisas na vida que buscamos explicações e não encontramos. Acredito que só a pessoa poderia ela mesma, se explicar. Existem pessoas que às vezes a vida lhes dá uma chance e não sabem dela tirar proveito; outras tem a sorte de praticamente ganhar na sena e não sabem presrvar nem os frutos dessa sorte, nem tampouco os bons relacionamentos que tinha, porque acham que estão no topo, no pedestal e quando vão se dar por conta de que na vida tudo é passageiro, aí sim, já é tarde, como foi para Neville.

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