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BUÍQUE, NORDESTE/PERNAMBUCO, Brazil
A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

FEIRA DA SEMANA SANTA EM BUÍQUE

          Quando criança aqui em Buíque, ficava ansioso para a chegança das festas populares e eventos religiosos. Nessa época, diante de minha religiosidade, pensava até em ser padre. Vejam só, eu padre! - Morava no Sítio Cigano, onde nasci, até por volta de seis anos de idade, depois por insistência de minha mãe diante de meu pai, viemos morar na cidade para estudar, juntamente com meus irmãos, que era uma das preocupações maiores de minha mãe nos cuidados com à família: a educação. Comparo minha mãe, em certos pontos, com Dona Lundu, a mãe de Lula, sem, claro, desmerecer o meu pai. Festa de fim de ano, era um colosso, mesmo pobrezinho, mesmo assim minha mãe nunca se descuidava da gente, crianva um rebanho de galinhas de capoeira, para, no final do ano vender e comprar roupas para a gente na cidade de Rio Branco, nas Lojas Paulistas. Roupa mesmo não, ela comprava era o tecido e ela mesma costurava as nossas roupas numa máquina de costura de mão. Era um trabalho de costura artesanal e de paciência. Era uma expectiva enorme para a chegada das festas de final de ano. Depois vinha a Semana Santa, que era o momento de oração na Igreja Católica, que era o credo dela e era o que ela queria para a gente. Não deixava de participar também das missões de Frei Damião de Bozzano. Após esses eventos religiosos vinham as festas juninas, que para mim, naquela época eram de arrazar em Buíque. Me deleitava com os forrós pé de serra. Só me ressentia muito porque era uma criança ingênua e não tinha maldade com ninguém, além de ser um matuto de lascar o cano. Tinha até medo de me aproximar de uma menina ou de falar com um adulto importante, tamanha a minha matutez. O sete de setembro, quando a gente já estava estudando em Buíque, era um momento de glória ao desfilar com o fardamento escolar da Escola Duque de  Caxias, dirigida à época, se não me engano, por Dona Lenira Cursino ou Blésman Modesto. Era um momento garboso e de muito orgulho, principalmente quando no final ganhávamos um sanduiche e um guaraná para tomar e matar a fome. Era motivo de orgulho a gente desfilar naquela época. O melhor de tudo eram as festas carnavalescas, com o início do sábado de Zé Pereira, os papangús, continuando até a terça-feira, com as brincadeiras, as troças de rua e, à noite o baile de gala, que acontecia no Mercado Público, que ainda não tínhamos Clube Municipal, que foi construído por Blésman Modesto. Mas uma das coisas mais marcantes em tudo isso sempre foi a feira da Semana Santa em Buíque, por sua gradiosidade e movimentação no comércio. Atualmente a feira está ainda mais enorme, até parece um formigueiro e olhe, que começa na noite de terça-feira e dura todo o dia da quarta-feira. Buíque é uma terra que sempre circulou riquezas e disso ninguém pode duvidar. A economia de Buíque é forte e ativa, só falta mesmo ser bem estruturada para que a pobreza que ainda persiste no Município diminua, pois ainda tem gente que sequer tem um peixinho para comer nesta tradicional semana santa ou mesmo nos outros dias da semana, o que me entristece. Ainda existe a esmola por esse Nordeste afora e em Buíque não é diferente não senhor, onde para se comer um naco de peixe tem que se ganhar de alguém, o que não se justifica num lugar tão rico e fértil como o nosso. Buíque precisa ser olhado com mais carinho e seriedade, para que possamos estruturar a nossa economia e tirar o nosso povo da pobreza e da miséria que ainda teima em existir.

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