Como sempre tenho dito, morei por cerca de dez anos na cidade de Pesqueira, para onde me mudei em 1982, da agência do BANDEPE de Buíque, para à daquela localidade, em face de perseguiçõe políticas sofridas em Buíque. Os primeiros dias estranhei a mudança e a própria cidade rodeada de chaminés. Umas ainda em funcionamento, a exemplo das Fábricas Peixe, Rosa, Maravilha e a CICA. Esta última, permanceu em Pesqueira até o término do incentivo fiscal dado pelo Município e depois de dez anos em funcionamento, parou de vez e se foi para o Sul do País onde mantém a sua matriz. Dessas citadas fábricas de doces e conservas alimentícias, que ainda alcancei do meu tempo em Pesqueira, hoje todas elas terminaram também por desativarem as suas chaminés. Costumo sempre dizer que Pesqueira é a cidade das chaminés desativadas, após ter vivido momentos de riqueza e esplendor. Hoje a economia de Pesqueira, que antes era centrada na agroindústria, tem hoje a sua base praticamente no turismo religioso e ainda, no doce e na renda, que são fontes mais artesanais do que propriamente de empreendimento industriais de sustentação ao desenvolvimento. De indústria, a única ainda que resta e que foi implantada bem depois das outras que deixaram de funcionar, é a RENAISSENCE. Na época do funcionamento em pleno vapor da agroindústria de Pesqueira, existiam muitos empregos e, desta feita, a cidade cresceu muito em sua periferia urbana e com o fechamento das indústrias, houve a decadência agrícola do plantio de tomate no campo, o êxodo rural e o aumento da pobreza no anel periférico e, via de consequência o aumento da violência. Também em Pesqueira, fui vítima de um sequestro e escapei pela minha ousadia junto aos bandidos, mas isso é uma outra história que depois relatarei com detalhes.
O foco de me voltar a falar de Pesqueira, é pelo fato de lá ter residido por esse período trabalhando no BANDEPE uma parte e, depois na militância advocatícia, lá fiz muitas amizades, a ponto de por certas vezes, me considerar mais valorizado naquela terra do que propriamente em Buíque. Prova disso, é que o meu primeiro livro publicado, quando do seu lançamento na Câmara Municipal de Vereadores - Casa Anísio Galvão, em 1988, a casa estava completamente lotada e vendi mais livros do que propriamente na minha terra, Buíque, onde nasci e me viu crescer. Lá em Pesqueira também, participei de movimentos políticos partidários e não me candidatei a algum cargo eletivo com chances até mesmo de me eleger, porque não queria jamais deixar o compromisso de votar em Buíque, mesmo sempre me sentido um pouco escanteado pela própria minha terra-mãe. Em Pesqueira também, comecei a dar os primeiro passos como advogado, quando me formei, em 1990 e, a partir de 1991, quando fui demitido do BANDEPE pelo então governador Joaquim Francisco, abracei de vez a profissão e a militância advocatícia com amor e devoção ao caminho que a partir de então iria trilhar.
A partir de 1992 comecei a trabalhar de graça em pleitos eleitorais em Buíque, coisa que sempre vim fazendo até o ano de 2008. Em época de eleição, indubitavelmente, sempre fui bem procurado e reconhecido de "mentirinha" pelos políticos ocosionais, sem esperar algum tipo de vatagem ou paga pelo meu trabalho, apenas o reconhecimento de quem com amor, destemor e dedicação se prontificou em defender juridicamente e dar o revestimento legal ao grupo de candidatos a cargos eletivos que sempre defendi. Jamais deixei de ser firme, inciso e fiel aos preceitos que sempre defendi, mesmo assim, sempre cumpri com os meus compromissõs e as minhas obrigações. Não obstante todo esse caminho percorrido no decurso da minha vida, mesmo assim, a conclusão lógica a que cheguei, é a de que "SANTO DA TERRA NÃO OBRA MILAGRES E PASSA A SER UM ESTRANHO NO NINHO". De uma coisa tenho a certeza inconteste do dever cumprido e de sempre ter agido com honestidade, retidão, moralidade e fidelidade naquilo que sempre me propus a fazer.
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