Infelizmente no cotidiano da vida da gente de um modo geral, é que fatos assim acontecem. Quem tem má fama e de certa forma, pode ter estado nas proximidades do acontecimento de algum fato circunstancial negativo da vida, assim como uma barbaridade ou perversidade qualquer, mesmo que não tenha tido a menor participação, ainda assim, poderá ser apontado como mentor autor e executor de algo que aleatoriamente, foi cometido por uma terceira pessoa. Para isso, na mentalidade humana incrustada pela própria maldade que existe em cada um, em maior ou menor grau, os rumos de alguma coisa pode vir a recair nas costas de quem nada fez, uma vez que, se já é reconhecidamente um pecador nato, então nada importa em ser responsabilizado por mais um pecado em sua vida. Não estou aqui querendo defender quem pratica por conta, consciência e iniciativa própria os seus próprios pecados e convive com os seus próprios demônios. Isto não é e nunca foi jamais de meu feitio. Quem deve realmente pagar pelos pecados que comete é o próprio responsável por quem os cometeu, mesmo que tenha sido culposa ou dolosamente ou até mesmo, que tenha sido o seu primeiro pecado na vida. O que não pode, é plantar mais um pecado em que por muitos já é responsabilizado. No mundo real das coisas em que vivemos, é comum em determinados segmentos da vida humana jurídica e socialmente organizados, fatos dessa natureza acontecerem, principalmente, quando se trata de se falar no mundo que envolve fatores fenomênicos sociais do mundo jurídico e da esfera de segurança pública, quer neste nosso Brasil, quer em alhures. Pouco importa. O que interessa mesmo, principalmente em várias partes de nosso país, é se tirar a reta da seringa e arrumar um meio de se colocar a culpabilidade em quem não praticou determinada conduta socialmente reprovável e antijurídica. Então nada mais correto dentro de tantas armações ardilosamente orquestradas, do que se colocar a culpa em quem já tem o peso nas costas da responsabilização por vários outros males já praticados.
Trago o presente assunto à baila, em face da prisão de um procurado da Justiça recentemente, lá pelas bandas de Juazeiro do Norte-Ba, que ano passado, foi responsável ou pelo menos assim fizeram acreditar, pela maior cassada bélica policial da história de Buíque. Foi realmente uma operação militar acredito, só comparável mesmo, ao golpe militar de 1964. Até helicóptero houve para dar suporte à cassada implacável de uma bandido extremamente perigoso, que supostamente houvera ceifado à vida de um policial numa diligência para efetuar à sua prisão, nas imediações do Distrito da Vila do Catimbau. Com essa diligência previamente montada, por uma fatalidade da vida, um policial, ninguém até hoje sabe em que circunstâncias, pois de nada mais se falou, veio a ter a sua vida tirada. Pelas conclusões iniciais, se responsabilizou como seria o caminho mais lógico e mais fácil para se justificar a brutalidade da morte do policial, se atribuir tal façanha, à senda feroz, cruel e maldita do procurado por vários outros crimes e por isso mesmo, nada mais lógico e circunstancial que culpar o criminoso brutal que estava sob uma cassada implacável da autoridade policial, que não poderia deixar o crimino à solta e impune e por isso mesmo, deveria ser preso ou até mesmo morto numa troca de tiros contra a mega-operação bélica montada, que no final de contas, não deu em nada. Conhecedor da região onde vivia, conseguiu se safar de toda essa mega-operação montada, se debandou para outra região e chegou até aonde veio a ser preso atualmente, não propriamente pela morte do policial, mas sim, por outros crimes dos quais é acusado, ao se evadir do presídio de Canhotinho-PE. Acontece que depois dessa belicosa e mega-operação frustrada montada pelas corporações policiais, veio a se saber à boca-pequena, que o tiro saiu de uma mão amiga, ou seja, de um próprio integrante do grupo responsável pela diligência para efetuar à prisão do cassado da Justiça e, como a questão principal era pegar o perigoso bandido, nada mais certo para àquele momento delicado, do que colocar a culpa de mais um crime em cima de quem já respondia por vários outros e era considerado um fugitivo de alta periculosidade. Não que esteja defendendo o mal pelo próprio mal de quem é pecador, mas daí se pagar por mais um pecado que supostamente não cometeu, já é outra coisa bem diferente.
Com toda essa mega-operação bélica, não houve imprensa, ninguém falou de nada e de lá para cá, todos emudeceram, forças de segurança pública, a Justiça, Ministério Público, ninguém, mais ninguém mesmo deu um pitaco sequer, mesmo diante do sofrimento da família do foragido, que na época, para que dissessem aonde se encontrava o suposto matador de um policial, se encontrava e por isso mesmo, toda a família do acusado, sofreu o pão que o diabo amassou e até mesmo uma irmã do procurado, foi barbaramente assassinada após ser brutalmente torturada e disso ninguém deu mais notícia ou sequer se apurou sobre tais fatos, pois o que importa matar, torturar, descer à lenha na família de uma bandido, hem? - Mas não é assim que dentro do estrito cumprimento do dever legal, as coisas devem acontecer. Se alguém tem uma ovelha negra em sua família, nem por isso, todos devem ser da mesma forma, consideradas ovelhas negras também, ou será que é assim que funciona o sistema legal, hem? - No Direito, pelo que se sabe, o autor, mentor e executor de um crime, não passa essa responsabilidade para mais ninguém, pois quem paga pelos seus pecados, deve ser o pecador e não quem não sequer pensou em pecar. É essa a lógica do direito e é assim que deve ser a plena convivência no Estado Democrático do Direito. A prática de uma conduta reprovável socialmente e antijurídica praticada por alguém, é intransferível, mesmo que o sujeito do fato venha à falecer. Não é uma herança que passa de um ente familiar para outro. Quem tem essa visão distorcida, deve ter mais um pouco de discernimento sobre distinguir o pecado do pecador, mesmo que o sujeito seja o responsável por muitos outros pecados, mesmo assim, não se pode ser responsabilizado por mais um que não veio a cometer. Se a Justiça vive de olhos fechados e não está nem aí, então sequer se pode dizer com certeza, de seus justos propósitos de fazer justiça, vez que, se na realidade, ela é cega mesma de verdade ou então faz em determinadas circunstâncias, ouvidos de mercador, boca de quem não fala e olhos de quem nada vê. De uma coisa se pode ter certeza, por mais que tenha pecado o pecador, não se pode fazê-lo pagar por mais um pecado, pois isso não faz parte dos propósitos nem da Justiça terrena, muito menos, da Justiça de Deus.
NOTA:- Omiti nomes, porque o meu Blog não tem como objetivo a divulgação de notícias policialescas, sensacionalistas, puxa-saquistas, nem tampouco alarmistas. A filosofia se centra mais em valores humanos, sociais, visão crítica de fatos, acontecimentos e de mundo, muito mais elevados do que fatos dessa natureza, apesar de ter muita gente que se dê ao luxo de perder o seu tempo com factoides e coisas sem a menor valoração da vida humana.
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