Uma das instituições mais respeitáveis, que surgiu ainda na
época do Imperador D. Pedro I, é a OAB e, naquela mesma época em que foram
criados os primeiros cursos jurídicos no Brasil, em São Paulo e Olinda, em 1824,
por Decreto o advogado só poderia advogar a partir do momento em que fosse
elevado ao grau de Doutor, daí até hoje ainda vigorar esse decreto de autoria
do imperador, e o advogado historicamente ainda ser tratado por doutor nos dias
atuais. A Ordem evidentemente, não surgiu com a estrutura que tem hoje, mas ao
passar dos tempos foi se estruturando devidamente até chegar ao que hoje é e
representa para à sociedade e para os seus afiliados, os advogados, muito
embora exista um certo peleguismo dentro do próprio organismo que diz nos
representar e aos interesses da democracia.
Pois bem, essa instituição histórica, sempre esteve ao lado
do povo em movimentos que sempre foram contrários aos interesses da sociedade,
dos mais sofridos e pela manutenção do Estado Democrático de Direito. O que
vimos agora, foi a ida, pura e simplesmente, por uma via de contramão da
história, ao se posicionar junto com Eduardo Cunha e seus quarenta ladrões, em
favor do ilegítimo impeachment da Presidente Dilma, democraticamente eleita
pelo voto popular direto e secreto. Então não dá para entender, principalmente
alguns de nós que fazemos parte dessa brilhante e gloriosa profissão da
advocacia, a OAB Federal, tomar uma decisão feia contra os rumos da história,
as liberdades democráticas e em favor de um esquema golpista comandado por
políticos não menos corruptos que os demais e pela grande mídia golpista, que
não satisfeita também, em não ver atendidos seus interesses, estão incitando à
violência e buscando por todos os meios, tocar fogo neste país.
Não dá para entender quando existe uma grande maioria de
doutrinadores, juristas famosos, estudiosos do assunto, dizendo e provando por
A + B, que o impeachment da presidente Dilma é ilegal, é golpista, mesmo assim,
a OAB Federal vem a dar o seu aval a um golpismo baixo e antidemocrático,
esquecendo a bela história que sempre a enalteceu, orientou e a colocou no
ápice dos direitos humanos, dos cidadãos menos favorecidos e do Estado
Democrático de Direito. Sinceramente, OAB, quanta vergonha estás a nos fazer
num momento tão delicado como esse em que vivemos.
Posso dizer sem sombra de dúvidas, que como advogado, me
sinto na obrigação de defender legalidades e respeitar a já rasgada
Constituição Brasileira, quanto tantos desmandos que são cometidos
diuturnamente por um Judiciário capenga, por políticos golpistas, uma
iniciativa privada, que mancomunada com o poder público sempre quer tirar
proveito de tudo e de todos e a OAB se posicionar a favor de toda essa sorte de
coisas?! – Dá para entender? – Afirmativamente que não. A nossa OAB Federal pisou
na bola e feio e, qualquer que venha a ser a decisão, como bem o disse no Senado
Federal nos debates de ontem, o Senador Cristovam Buarque, “que qualquer que
venha a ser o desfecho, o sectarismo vai prevalecer”, o bicho vai pegar e isso,
vai ficar como uma mancha num organismo classista importante como a OAB, que
ajudou num golpe fascista de corruptos, horda de ladrões, quando o certo seria
ter optado em defender a manutenção da ordem democrática do Estado de Direito
ou então intermediar uma busca de negociação para tentar impedir que o Brasil
venha a pegar fogo. A gente percebe que a coisa está feia mesma, quando um dos Ministros
do STF, Teori Zavascki, no Rio Grande do Sul, teve sua residência sitiada com
sua própria família, só porque veio a colocar um freio de arrumação e ordem no
Judiciário, quando um mero juiz comum tendo certeza que é Deus, quis
centralizar tudo em suas mãos, quando pela partição do próprio Poder Judiciário
(em órgãos de jurisdição), cada magistrado tem os seus próprios limites de
competência e isso é um prenúncio do que pode acontecer o pior, seja qual for a
decisão que venha a ser tomada. Estamos na verdade entre a cruz e a espada e a
vergonha é a OAB Federal vir compactuando com tudo isso. Ah!, OAB Federal, quem
te viu, quem te ver. Que vergonha!
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