É como se voltássemos à
Roma Antiga, quando se jogava cristãos aos leões na arena, no Coliseu. Podia-se
ter certeza, que se sobrasse alguém, era por pura sorte, mas no geral, eram
praticamente todos devorados, dizimados pela saciedade e fome dos bichanos,
reconhecidamente carnívoros e pela insanidade do circo romano dos horrores em
dar pão e circo ao povo, mesmo que fossem através de cenas tão dantescas quanto
essas.
No jogo da política praxista, da vantagem, do jogo do
vale-tudo, de quem pode o mais pode o menos, também é assim. Quem tem recursos
financeiros para gastar à vontade, tem 99% de chegar a ganhar uma eleição, do
que quem não tem um centavo para gastar absolutamente nada, principalmente em
campanhas municipais, para quem é candidato a vereador, aí é que o bicho pega
mesmo, porque o povo, infelizmente, salvo uma minoria esclarecida, dificilmente
se chega lá, mas nesse jogo, furando devagarinho num determinado e noutro
lugar, tudo pode ser possível, mas que é difícil, disso não se pode ter a menor
dúvida. Você pode até ser um bom orador, ter o dom da palavra, do
convencimento, dotado de boas intenções, porém sem o ingrediente principal, que
é dinheiro, a coisa na verdade fica preta mesma, camarada.
Na verdade o sistema é cruel, como se fora numa arena de se
colocar cristãos para serem devorados pelos leões no Coliseu, é assim mesmo que
acontece na política e não tem nenhuma consideração e clemência por ninguém. Se
o sujeito puder engolir o menor, não tem contemplação, não perdoa ninguém, essa
é a regra no meio e nessa prática política nefasta em que no momento vivemos e
praticamos, há de se duvidar se isso um dia vai mudar, porque a teor dessa
mentalidade, é coisa para séculos sem fim amém.
Pode-se tentar de tudo, até por que, os próprios responsáveis
pela elaboração e produção legislativa, sempre deixam margem, brechas para que
a coisa funcione dessa maneira e por mais que criem leis, normas eleitorais, se
tem até uma Justiça Especial para aplicar eleições, mas na verdade, eles já as
criam pensando sempre numa saída para se fazer o errado e se colocar no poder
os mesmos de sempre, que em nada se confundem com os interesses maiores de
nossa população e esta, como um peixinho perdido na lagoa, vai nadando na isca
do anzol, chega a ser fisgado por uma ninharia e termina por eleger um bicho
medonho que vai lhes tirar, quando eleito, até as suas cuecas, porque para a
população mais pobre e carente, esse pessoal eleito, não está nem aí. Se tiver
pão e circo para o povo, o espetáculo tem que continuar. Pior é que ninguém até
agora, chegou a entender, ter a devida conscientização, de que ninguém deve
vender o seu voto a ninguém, porque está vendendo a sua própria consciência e
comprometendo o futuro de sua própria comunidade. Por isso mesmo, é que vivemos
em situações de estado de verdadeiro abando e de terra arrasada, em face da
falta das más escolhas que o povo vem fazendo, sempre olhando mais para o peso
momentâneo de uma ninharia que um candidato lhe dá à troco de seu voto, sua
consciência, seu futuro e de sua família, passam então a ficarem extremamente
comprometidos. Então há de se indagar: até quando vamos viver nesse Coliseu
Romano aonde as pessoas são jogadas à toca dos leões e nada se faz?
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