Principal protagonista e
algoz no impeachment que levou à cassação do mandato da presidenta Dilma
Rousseff, eis que, como a mão do destino, o deputado Eduardo Cunha, que contou
com uma maioria avassaladora nesse processo, eis que finalmente, chegou a vez
dele próprio ser jogado às raposas que antes eram seus aliados.
O destino de Eduardo Cunha foi decidido na noite desta
segunda-feira após meses de protelação. A Câmara dos Deputados cassou, por 450
votos a 10 (e 9 abstenções), o mandato do acusado de mentir à CPI da Petrobras
ao dizer que não tinha contas no exterior. Eduardo Cunha era alvo de dois
processos no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta ligação com o esquema
de corrupção na Petrobras — sem foro privilegiado, passará a responder pelas
acusações na primeira instância — e já estava afastado do cargo desde maio, por
decisão da mesma corte. O deputado nega as acusações, que envolvem também sua
mulher, Cláudia Cruz, e a filha Danielle. Quer dizer, em parte, até agora,
parte da Justiça foi feita, por ter feito o que ele fez, secundado pelo
presidente substituto Michel Temmer, por ter promovido em conchavos, a cassação
da presidenta Dilma, através de conspiração, conchavos políticos que terminou
no golpe da cassação e eis que agora, pelos seus próprios antes aliados, foi ele
mesmo alvo de sua cassação, o que vale dizer em política, que “é cobra
engolindo cobra”.
A Bíblia também diz, “quem com o ferro fere, com o ferro será
ferido”. Nada mais atual. Ele fez por merecer. Desonesto, corrupto, como ele
mesmo disse ontem, na mesma Câmara dos deputados por ele presidida até o seu
obrigatório afastamento pelo STF, pelos seus próprios pares que o apoiaram na
cassação da presidenta Dilma Roussef, eis que agora, por esse mesmo grupo de
apoio veio a ser cassado, por 450 votos a favor, 10 contra e 09 abstenções.
Quer dizer, numa Câmara Federal composta por 513 deputados, quem não quis se
constranger perante o seu eleitorado, não compareceu e, dos que compareceram, a
maioria absoluta votou pela sua cassação, quando se precisava de apenas 257
votos a favor. Mas em seu discurso, ele mesmo disse que existiam mais de 160
deputados corruptos. Isso quer dizer que pode vir mais chumbo grosso por aí.
Eduardo Cunha, apesar de seu discurso meloso, com feição de
emocionado, quase que chorando, teve que amargar e engolir goela à dentro,
pelos próprios, que antes lhes deram apoio incondicional, sentiu ontem à noite,
na própria pele, o que a presidenta Dilma sofreu dias atrás. A perda de um
mandato outorgado pelo voto popular. É àquela velha história, embora não
completa, de “olho por olho, dente por dente”. Bem feito para esse pústula que
tanto envergonhou nosso país e pelo mal que fez ao nosso povo, ao ser um dos
principais mentores que cassou o mandato da presidente Dilma. A justiça ainda
não está completa, porque ainda falta um adendo no seu histórico e outros
iguais ou pior do que ele, que merecem o mesmo final, o de ver o sol nascer
quadrado, se brincar, ladeado por sua esposa e filha, o que será mais doloroso
para ele, se é que ele teve a mínima piedade na cassação da presidente Dilma.
Esse é o preço que traidores e conspiradores sempre haverão de pagar, senão logo,
mas o dia da caça sempre haverá de chegar.
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