A POLÍTICA COSTURADA PONTO A PONTO

1. - Que ninguém se iluda, que a política de Buíque, não vai sair de uma varinha de condão, como se fora um passe de mágica. Isso, não senhor! - Aqui, camaradas, as únicas exceções foi Blésman Modesto, em 1962, que foi prefeito com apenas 22 anos de idade, se constituindo no prefeito eleito mais jovem da história do Município e, em 2008, em que veio a ser eleito Jonas Camêlo Neto, com 25 anos de idade. Fora esses dois, se desconhece um outro que tenha quebrado o tabu. Aqui não se é prefeito simplesmente pelo fato de o querer ser e basta. Não existe o fator simplesmente da vontade e pronto, tudo se resolve, principalmente, se vier a sair, como se vem falando por aí, alguém do meio comercial. Aí é que não vai dar certo mesmo! - Nada contra os vários comerciantes pelos quais tenho grande apreço, mas vir a constituir em candidato com chances de chegar a se eleger, existe uma grande distância. Claro que qualquer candidatura é legítima, final de contas, é um direito que assiste à cada cidadão. Daí chegar a ser eleito, é uma distância muito grande.

2. - Quem bem conhece a política de Buíque, sabe perfeitamente que não basta querer ser prefeito. Se fosse assim, qualquer pretendente poderia facilmente se candidatar e se eleger, mas é bem assim que a banda toca. Jonas Neto, foi uma exceção em se voltou a revolta do povo com o descaso político de longos anos, aliado ao nome patronímico, e um certo carisma político como característica própria dele mesmo, senão da mesma forma não teria chegado ao pódio de ser prefeito. Também para ele, perder ou ganhar, não fazia diferença. Ele foi uma espécie de franco-atirador que deu certo.

3. - Tem mais, ele foi eleito somente com a graça, vontade popular e um gasto modesto, para os padrões do que vem se gastando ultimamente na política de Buíque, onde quem quiser tentar, pode fazer uma poupança de cerca de 3 milhões de reais, que é o orçamento de quem quiser se habilitar a ser o prefeito buiquense. Dos comerciantes, quem tem coragem de colocar o seu patrimônio no jogo, hem? - Só se fizerem um "pool" de empresários, mesmo assim, já que eles não abrem a mão nem para doar uma "mixaria" para ajudar numa festa de final de ano, imagine abrir o bolso para gastar com uma coisa incerta, hem camaradas!

4. - Blésman Modesto também, em 1962, não ficou devendo a ninguém, assim como Jonas Neto. Se hoje existe uma situação adversa, ninguém sabe, mas o atual prefeito não ficou com o rabo preso com quem quer que seja. Não formou um grupo de potentados, mas sim, um grupo de ferrenhos aliados que deram o sangue por sua eleição e, em sendo ele novamente, talvez não repita a dose por erro de rumos que vem tomando, mas que podem ser corrigidos, ainda assim, é o que numa futura campanha, candidato à reeleição, já parte na frente e mais fortalecido que qualquer um que venha para o embate político em 2012.

5. - Tem um dos prováveis candidatáveis, que aparece pelas beiradas, como quem está comendo papa, diz que não é candidato, que não tem essa pretensão, mas todos os indicativos demonstram justamente o contrário. Já foi fefêlista roxo, adversário ferrenho de Miguel Arraes, Jarbista de partir para a desforra pessoal, e hoje, pasmem, é "Eduardista" de carteirinha. Se ele topar a parada, o que pode ser pouco provável, poderá se constituir no nosso segundo Zé Amaro. Bem, mas como em política, tudo muda de lugar em questão de instantes, num piscar de olhos, quem sabe, né!...

6. - Dos que mantém a pretensão, ainda podem disputar em pé de igualdade, isso se não houver obstáculos de outra natureza, o ex-prefeito Arquimdes Valença e a ex-candidata derrotada, Miriam Briano, cada qual, em lados opostos, isso porque, segundo esta última, em declarações prestadas, disse alto e em bom tom, "que é candidata com o apoio do prefeito Zeca e, se Arquimdes quiser, será bem vindo para apoiá-la", o que poderá ser coisa difícil, uma vez que, se conseguir sair da ficha-suja, vai alçar vôo próprio, senão, a tendência, pelo que se vem comentando, é apoiar Modézio, pessoa de sua confiança. Mesmo na possibilidade, tem muita gente, apesar das ressalvas, que ainda partem para optar por Jonas Neto, caso Arquimdes venha a ser candidato, por questões óbvias da política.

7. -  Com todo esse vai-e-vem danado para aprovação do salário mínimo, veio a ser aprovado o irrisório valor de R$ 545,00, o que fora desde antes, apontado como o limite máximo possível da proposta oficial. O pior foi o fato de que, nos próximos três anos, o mínimo será aprovado por Decreto, outorga legislativa concedida à Presidenta Dilma Rousseff, pelo Congresso Nacional. Bem, de um jeito ou de outro, discutindo-se ou não, o valor aprovado sempre foi o que o Executivo sempre quis, então não há diferença alguma, em se discutir ou não sobre esse ou aquele patamar salarial, que sempre só se aprova o valor oficial e priu!

8. - Bem, estou tentando refundar o PC do B novamente em Buíque. Já fiz gestões junto ao Comitê Estadual. Estou no aguardo de alguma resposta. Se acaso não vier, vou procurar um outro viés partidário que não seja do cordão da puxada das hordas da ditadura militar. Estou aberto à discussões, mas também se não houver interesse, então melhor me aquietar e permanecer na minha, no mesmo lugar comum de sempre como um simples mortal que sempre procurei ser. Venho militando na política buiquense por toda a minha vida, apesar de só em 1992, ter partido para a disputa de uma vaga à Câmara de Vereadores, justamente na época em que as eleições de Buíque, um candidato anoitecia eleito e, de manhã seguinte, os votos desapareciam. A época era dos famosos "boletins" de urnas e internamente, a movimentação de votos, ganhavam pés e andavam para quem bem algumas pessoas queriam eleger. Foi a época em que Blésman Modesto não ganhava uma eleição em Buíque, quem não se lembra, hem?

9. - Foi nessa mesma eleição de 1992, que houve estouro de bombas, de tiros, um tumulto dos diabos, até cédula de votos foram encontradas boiando na piscina do Clube Municipal, que era o Centro de Apuração das Eleições. Frente a tantos desmandos, se entrou com um recurso para o TRE, mesmo assim, a apuração foi mantida e quem ganhou a eleição na época, foi o Dr. Dilson Santos, com uma frente de pouco mais de 500 votos de Blésman Modesto, que tinha de certeza uma vitória garantida. Vivia-se uma época em que quem mandava e desmandava, era um certo magistrado, hoje aposentado por imposição do Pleno do Conselho da Magistratura, após aprontar outras poucas e boas noutras cidades por onde passou.

10. - Isso fez com que um grupo de jovens se revoltasse e saísse às ruas de Buíque para fazer um protesto, em que tinha como seus idealizadores e enfrentantes, os jovens Paulinho do Fórum e Roberval de Luis Nilson, ocasião em que foram duramente ameaçados para que não fizessem nenhuma manifestação, mesmo assim, não capitularam, saíram às ruas numa manifestação pacífica contra o resultado das eleições, mesmo assim, qual não foi a surpresa, quando descendo à Av. Jonas Camêlo, vinha um grupo de políticos, todos armados de cacetes, porretes e outros armamentos, para coibir uma manifestação pacífica dos jovens, que só queriam manifestar o seu descontentamento com os rumos políticos tomados, de forma democrática. E isso, camaradas, tinha a apoio incondicional do dito magistrado, que foi uma mancha negra na história política de Buíque. Esses jovens, que hoje são homens de família, deveriam ainda receber uma justa homenagem do povo buiquense, pela coragem e bravura com que enfrentaram tanto o "magistrado", quanto a turma do "cacete e do porrete". É história de Buíque, que infelizmente poucos tem o devido conhecimento. Hoje já não se fazem mais movimentos dessa natureza, o que é uma pena e uma falta de conscientização do regular exercício do direito de cidadania.