terça-feira, 29 de março de 2011

A POLÍTICA COSTURADA PONTO A PONTO

1. - O ex-prefeito João Paulo, está num beco sem saída dos diabos. Primeiro, ele é uma das estrelas maiores do PT idealista de Pernambuco e, um marco desse partido desde a sua fundação e por isso mesmo, não deveria sair da legenda e, em segundo lugar, se sair para um outro partido, poderá se descaracterizar, feito Paulo Rubem, que ao se debandar para o PDT com a intenção de ser prefeito de Jaboatão dos Guararapes, praticamente se apagou politicamente, porque o seu brilho era no PT, inclusive, no momento, ficou até sem mandato.

2. A questão da briga interna entre ele, João, com o outro João, o da Costa, que era um posto sem luz e que veio a tê-la por culpa do outro João, o Paulo, continua envolto por um mistério que ninguém entende até hoje. Mas com essa briga de vai e vem, o PT poderá perder a Prefeitura do Recife em 2012. A uma, porque João da Costa, não está tendo perfil político, nem tampouco de bom administrador, marca que o outro João, o Paulo, deixou bem marcada na população recifense. Se deixar o partido, poderá da mesma forma que Paulo Rubem, vir a se apagar, apesar de ter sido o deputado federal mais votado do Recife. Com a performance de João da Costa, a disputa de uma reeleição, é temerária.

3. - Não interpreto a fundação da PSD por Gilberto Kassab, prefeito da cidade de São Paulo, como algo novo e inovador, mas sim, a refundação de um partido que vem da época de Getúlio Vargas, passando por Juscelino Kubistcheck, vindo até a ditaduta militar de 1964, que obrigou a encampação de todos os partidos no MDB e na ARENA, depois vieram como extensões de tais partidos, o PMDB, o PDS, o PFL e o DEM, do qual Kassab está saindo, para, tentar se tornar uma liderança com estatura nacional. Na verdade Kassab está querendo fazer renascer das cinzas um partido da época do coronelismo, da ditadura de Vargas e que veio a se findar com a ditadura militar.

4. - O Partido Verde - PV, vem enfrentando da mesma forma, uma crise de identidade, com a possibilidade de Marina Silva vir inclusive a sair da sigla para uma outra. Se especula que ela venha a integrar com Gilberto Kassab, as hostes do novo (velho) PSD, coisa que se acredita pouco provável pela escola petista de onde ela vem. Então camaradas, vê-la ao lado do prefeito de São Paulo, é um retrocesso política na carreira dela mesma, que foi bastante ativa como ex-ministra do Meio Ambiente, ex-senadora e candidata derrotada a vice presidente da república pela agremiação partidária verde. Decisões políticas, em muitos casos, podem ser fatais, a exemplo de Heloísa Helena, ex-senadora pelo Estado das Alagoas.

5. - A discussão da reforma política, está sendo realizada fechada em copas, isso porque, o povo pouco está sabendo o que vem sendo discutindo em um assunto que diz respeito à toda a população brasileira e não somente aos parlamentares lá de Brasília. Pelo visto, vai ficar mesmo tais conversações no atacado e quando sair no varejo, vai tudo continuar como sempre foi. Na verdade, a tão decantada reforma política é para mudar e ficar no mesmo, desde que não mexa nos principais interesses deles mesmos, os políticos, e o povo vai mais uma vez a ver navios. Discussão à portas fechadas, camaradas, não atende aos interesses da população.

6. - Discussão de verdade, tem que ter a participação popular, senão será inócua e imprestável para os interesses do povo. Para se ter uma discussão legítima e séria, ela tem que vir até à população, que é a principal interessada nas mudanças das regras do jogo eleitoral, porque do jeito que está e permanecer no mesmo formato, é coisa que não interessa a ninguém. A discussão até agora proposta, é a mesma coisa que chover no molhado, para tudo ficar no mesmo.

7. - Temas importantes estão sendo deixados de lado intencionalmente, a exemplo da não obrigatoriedade do voto, a diminuição das cadeiras do parlamento em todos os níveis, a extinção das câmaras de vereadores e a sua substituição por um Conselho de Cidadãos probos e honestos, sem a percepção de subsídios, a candidatura independente e a eleição de quem for mais votado, para acabar com a eleição desse tipo de voto com a soma do voto de outros mais votados, em regime de coligação, o tal de coeficiente eleitoral. O fortalecimento dos partidos e a fidelidade partidária, é algo extremamente importante, assim como, a candidatura independente de quem quiser se candidatar independentemente de estar ou não filado a partido político nenhum, desde que, sejam impostas certas e determinadas regras do jogo. Senão se discutem assuntos de tamanha importância, é porque ferem interesses maiores dos políticos e por isso mesmo, estão sendo deixados de lado, esta é a verdade.

8. - A desimportância partidária é tão patente, que o PSB de Eduardo Campos, por exemplo, governo do Estado de Pernambuco é presidente nacional da sigla, se escrachou todinho quando Gilberto Kassab acenou vir para o partido, igual o da mulher lavadeira de roupa de cócoras. Não houve nenhuma objeção em torno da origem ideológica do interessado, afinal de contas, para o PSB o que vale mesmo é quem tem voto, o resto, a questão de socialismo da qual o partido é supostamente um dos pregadores, foi tudo para a lata do lixo. Na verdade, esse partido, quando está no poder, a exemplo de Miguel Arraes, avô do atual governador, também inchou até não caber mais ninguém dentro do saco dele em Pernambuco, para depois, nos oito anos de Jarbas, encolher, murchar até caber somente numa pequena sacolinha, daquelas dos pastores de igreja protestante de resultados. Agora de volta ao poder, haja socialista por todos os cantos de Pernambuco e em parte, do Brasil. Partido político, na verdade, é igual a vampiro brasileiro, ou não camaradas!

9. - A questão de financiamento público, na verdade, se vier a ser aprovada, é uma coisa que na prática, já existe de fato, isso porque, quem entra numa reeleição, jamais tira dinheiro do bolso ou da iniciativa privada, mas sim, da própria máquina administrativa e muitos que se candidatam pela primeira vez, pegam dinheiro dos agiotas ou de terceiras pessoas, quando veem nesse gesto, que lá na frente vão ter alguma vantagem e o político eleito, fica preso até o gogó e só paga mesmo, com o próprio dinheiro público que vai surrupiar com as artimanhas por todos conhecidas, ou se está errado, camaradas?

10. - Se depender de boas intenções, na verdade ninguém se elege. Por isso mesmo é que temos uma leva de políticos picaretas que não está no gibi. Isso em todos os níveis, quer municipal, estadual ou federal. A picaretagem é uma marca maior de toda caterva política. Pode até existir um ou outro que se salve, mas que é uma raridade, disso ninguém pode duvidar. Numa cidade do porte de Buíque, para quem quiser se eleger no momento atual, se acredita ter que investir somas monetárias na ordem de 3 a 4 milhões de reais, senão não será eleito. Uma das eleições que pude observar que não houve gasto algum, foi a de Blésman Modesto, em 1962, e essa última, de Jonas Neto, que se muito gastou, foi o dinheiro declarado de previsão de despesa de campanha eleitoral, na faixa de pouco mais de 200 mil reais, apesar de claro, ter havido ajudas fragmentadas para derrotar os detentores do poder até então.

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