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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

OS QUE FICAM E OS QUE SE VÃO, A HORA DO POST MORTEM


          Semana que passou, soube do falecimento de um senhor, já na casa dos seus 82 anos, de infarto do miocárdio, isso após uma sucessão interrepução da circulação sanguínea, o qual o conhecia há algum tempo, somente pelo apelido de Socó. Ele juntamente com o também falecido, Seu Pita, já trabalhou com meu irmão Miltinho, de motorista, na entrega de pães da Padaria Cardeal. Seu Pita, se foi há algum tempo, mas o velho Socó, semana que passou fez sua viagem última. Não sei não, mas fiquei sentido com o morte do velho Socó, não que tivesse maiores aproximações que o velhinho oitentão. Socó parecia aquele senhor de voz mansa, pacífica e que pelo visto, aceitava pacificamente que a morte viesse lhe apear da vida, mas quem sabe se talvez não fosse meramente aparência, isso porque, ninguém na verdade quer seguir esse caminho. Se o sujeito, quer seja rico, pobre, de bem com a vida, com saúde boa, que se gaba por nunca ter ido a um médico, nadando em ouro e se pudesse comprar uma nova vida, não viria a medir esforços, pode tirar o cavalo da chuva, que ninguém escapa da morte não senhor. Tudo é uma questão de tempo. Mais cedo ou mais tarde, sem ao menos se esperar, ela vem ou subitamente ou sorrateiramente, ela sempre vem pegar  qualquer um de nós, independentemente de credo religioso, opção de vida, status quo que ocupe no estamento da  sociedade.
             Se for contar o obituário dos conhecidos que já se foram, a lista com certeza vai ser grande. Um desses outros que mudaram de morada forçosa, foi Toinho de Bento Leite. Velho amigo de mesa de bar, o galegão que não se dobrava e tinha "panca" de um suejeito bem de vida ainda dos áreos tempos da década de 60, quando era policial rodoviário. Toinho era do tipo que não se entregava, mesmo vivendo uma situação de muitas dificuldades e, mesmo atordoado pela diabetes, que o fez perder parte de um pé, que teve que ser amputado, por haver se ferido por um espinho, mesmo assim, lutou pela vida até o fim. Não se podia dizer que já era uma pessoa idosa, mas era orgulhoso, ostenta aquele ar de imponência própria dos que são garbosos e de a sua idade do ouro ou dos bons tempos dourados. Afora Toinho, se foram também meu pai, Milton Modesto, minha mãe, Adelaide Albuquerque, minha irmã, Maria José Modesto, atropelada por um ônibus em plena avenidade São João, naquela cidade infernal que é São Paulo e tantos e tantos outros conhecidos e familiares, que já perdi a conta. Claro que não se deve ficar com a "boca escancarada esperando a morte chegar", como bem o disse o roqueiro Raul Seixas, mas com certeza todos nós um dia há de ser surpreendido com a chegada da implacável morte a bater à  porta de cada um nós. 
               A verdade é que todo ser humano deveria ser também, preparado para morrer, mas não! - A gente só imagina que vai viver eternamente. Ledo engano quem assim imagina, mas por outro lado, não se pode "encucar" que um dia distante ou mais próximo do que se possa prever, a pessoa vai se deparar com a morte. Acho que nem mesmo os crédulos de carteinha, são corajosos o bastante para encarar a morte frente à frente. Na verdade, todo ser humano deveria estar preparado para morrer. Mas na realidade da vida, ninguém está preparado nem mesmo para nascer, pois ninguém pede ou sabe se vai nascer, se vai viver e, muito menos, vai estar preparado para morrer. Portanto é que, diante dessa realidade palpável e inexorável, a ninguém é dado ao direito de zombar de quem quer que seja, de diminuir as pessoas, de pisoteá-las, de humilhá-las como se a vida fosse eterna. Quem assim colocou em sua caichola sem miolos pensantes, é bom começar a pensar que todo ser humano, por bilhões que existam no Planeta Terra, pode ter certeza, que o post mortem um dia chegará para todos nós.

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