terça-feira, 12 de abril de 2011

OS COSTUMES DA SOCIEDADE SE MODIFICAM COM MAIOR VELOCIDADE, DO QUE A ACEITAÇÃO DAS DESIGUALDADES COM O RESPEITO QUE SE DEVE TER UNS COM OS OUTROS


QUESTÃO HEMOFÓBICA – A questão ligada à sexualidade do ser humano, existe desde que o mundo é mundo. Só que as transformações sociais operadas nas diversas civilizações que passaram por este mundo, são lentas, tão mais lentas do que a aceitação de certa e determinada conduta de ordem social. A questão do homossexualismo existe desde que o mundo é mundo. Agora, uma coisa é a existência de algo por baixo de sete capas, e à medida que as capas vão se deslocando de lugar, vai surgindo o verdadeiro formato do objeto, daí a coisa em si tendo naturalmente a mudar. É assim que acontece na questão da demonstração escancarada, da saída do armário assim de vez, de um plus imediato que o homossexualismo veio à tona, provocando de um lado, a libertação para uns em demonstrar o que realmente são e, de outro, a perplexidade por se estar diante de uma nova realidade, que coloca em xeque a questão das desigualdades comportamentais e é aí que reside o problema maior para compreensão de uma grande maioria. A sociedade que aprende a se conduzir por certos e determinados padrões erigidos secularmente pela sociedade, aceita com certa dificuldade tais modificações, porém, quem tem a cabeça mais aberta, não enfrenta tanto problema no existencialismo humano.

O OUTRO LADO DA MOEDA – Por sua vez, há de se convir, que o fato em si de se aceitar uma situação que para uns até há pouco era uma coisa esdrúxula, aceitar toda uma situação comportamental diferenciada, sem poder sequer ter o direito de opinar, a ponto de se falar em se criar leis criminalizantes para punir quem chamar uma outra pessoa, só por ser diferente, disso ou daquilo, é algo um tanto quanto estranho e contrário inclusive a preceito constitucional do direito de liberdade de expressão e de opinião. A questão da violência contra as pessoas diferentes, isto sim, deve ser condenada e punida sem contemplação, afinal de contas, todos merecem respeito e tratamento igualitário. Agora convenhamos, não se pode punir alguém porque disse uma piada, disse um gracejo sem maldade ou qualquer coisa sem a intenção de agir com discriminação ou racismo, não há razão para que venha a ser punido. Uma das questões brasileiras que merecem repúdio, é qualquer que seja a desdita, é se fazer uma lei penal para criminalizar, só voltada exclusivamente para um fato, alguém ou um segmento em particular. Acreditamos que não é por aí. As leis que existem já são o bastante para garantir os iguais e os desiguais, que dentro dessa diversidade tão decantada, da mesma forma merecem o mesmo respeito e o cumprimento da lei. O que não se pode é se partir para o exagero escrachado, escancarado, afinal de contas, tudo na vida deve ter os seus limites.

OS HOMOAFETIVOS HISTÓRICOS – Segundo se ventila alguns historiadores, Calígula, César, Alexandre, “O Grande”, eram homossexuais, além de se falar também que a rainha Clópatra, que se mencionada nos meandros da história, de que era lésbica, entre outros grandes nomes da história da humanidade. Só que, como se tratavam de reis e rainhas, as suas vidas regradas, só os mais próximos eram quem sabiam o que acontecia de verdade. Também a questão de pedofilia, não é um problema recente, mas sim, que dista desde o início das civilizações da mesma forma. Claro que como ato de violência contra o ser humano, é também uma prática execrável, abominável e condenável, mas que existe muito exagero em muitas coisas, isso com certeza existe. Assim como os desiguais tem todo o direito de se expressarem, se exporem, opinarem e agirem livremente, do mesmo jeito, tem os iguais em discordar. Não basta ser isso ou aquilo para que se concorde com tudo ou todo tipo comportamental que se coloque ou venha a ser padronizado como conduta de uma sociedade. O mundo só pode existir se também se respeitar as diferenças, as opiniões díspares, pois só assim se pode viver pacificamente. Discordar, não aceitar, não significa que se deva condenar e impedir quem quer que seja de ser o que bem entender. O mundo é vasto é existe para todos. Viver, aceitar, não aceitar, concordar, discordar, faz parte do comportamento humano desde os primórdios das civilizações.

ANTES AS COISAS ERAM MAIS DISCRETAS – Há alguns tempos passados, as coisas eram mais discretas. Existiam pessoas que eram homossexuais, mas eram tão enrustidos que ninguém sabia. Se pensava que o indivíduo ou a mulher eram héteros de verdade, quando estavam enrustidos em seus armários. E olha que existia muita gente que era homossexual e ninguém nem sequer desconfiava. Hoje não, todo mundo procura demonstrar o que realmente é e nem por isso, ninguém condena ninguém. Na verdade, todo mundo merece o devido respeito, afinal de contas, partindo-se da liberdade individual de cada ser humano, o sujeito é o que bem entender ser. Se questão de ordem fisiológica, psicológica, de aprendizado ou de costume, a coisa é bem diferente. Aqui mesmo em Buíque, existiam alguns homossexuais enrustidos, um deles, que morava no Recife, que quando chegava por essas bandas, geralmente nas festas de final de ano, que eram um estouro de festas, o sujeito era assediado à beça pelas belas mulheres da época e praticamente abafava, era o terror das garotas e, de certa forma, foi quem lançou a dança do twist em Buíque, ao som do trombone de Tatá. O outro era o tipo de enrustido, que não deixava por menos, era na base da bala de tão brabo que era e, ao ser descoberto, tirado do seu verdadeiro armário, escafedeu-se de Buíque e nunca maias apareceu, pois de casamento marcado, como explicar a situação inusitada? -  O que morava no Recife, qual não foi a surpresa, quando com ele me deparei na capital pernambucana, quando por lá estudava, rebolando mais do que a miss Brasil e quando por aqui, quando saiu do seu armário, apareceu com uma turma de companheiros também homossexuais, de deixar o povo boquiaberto, afinal só se conhecia os homossexuais de sempre da cidade, quanto a ele, um dos enrustidos, ninguém imaginava que o fosse. Foi uma grande surpresa para todo mundo, porque os tinham na cidade, como uns cabras-machos de lascar o cano e, não foi diferente para as várias paqueras que eles tinham por aqui. Não vou declinar os nomes das pessoas, por uma questão de respeito às famílias, mas eram pessoas de tradicionais famílias de Buíque. Hoje se estranha um pouco, mas na verdade, se tem que aceitar, pois o ser humano tem que aprender a conviver com a diversidade e respeitar as diferenças, esta é a verdade diante de uma realidade que não tem como mais voltar no tempo.

FALTA DE LEIS – À falta de leis regulamentadoras da convivência homoafetiva, a questão é uma realidade que mais cedo ou mais tarde, indiscutivelmente terão que ser elaboradas para regular tais convivências. Muitos problemas estão surgindo pelo vácuo de leis inexistentes, para regulamentarem questões de partilha de bens adquiridos na união comum, a questão de adoção, mas tais problemas vão sendo solucionados pela jurisprudência que vem sendo formada pelos tribunais estaduais, inclusive com decisões já firmadas pelo STJ. O que não se pode na realidade, é não existir soluções para casos concretos e que vão surgindo com os tantos fatos que vem ocorrendo mundo afora. Muitos países já adotaram o casamento homoafetivo, outros ainda resistem, mas que de uma hora para outra, uma solução terá que ser pacificada através de leis regulamentadores da situação dessas desigualdades sociais, dentro da diversidade que buscam viver.

CASAMENTO HOMOAFETIVO – Não que deva ser regulamentado o casamento homoafetivo nos padrões do casamento entre homem e mulher, mas que uma fórmula intermediária que venha a regularizar a questão de partilha de bens adquiridos na convivência em comum, disto não há como se furtar. Também, pensando na dignidade e no bem-estar da criança e do adolescente, tem que se pensar também, numa solução para a questão da adoção de criança por casais homoafetivos, que já se admite quando se tratar de um dos conviventes, mas já existem decisões em nossos tribunais reconhecendo a adoção em nome dos dois conviventes, inclusive com direito de se colocar o nome dos avós na nova certidão de nascimento por adoção. Como consequência dessa nova visão de mundo e de comportamento, outro problema poderá advir, que é a questão do bulling nas escolas, por crianças adotadas por casais homoafetivos, mas isso é uma outra questão que o tempo também saberá aprender a encarar de frente, afinal de conta, temos que aprender a conviver e respeitar a diversidade que já existe e é uma realidade da qual não mais podemos nos furtar. Na verdade, a questão do chamado bulling, que não sei por que do inglês, pois deveria ser "bulindo" mesmo, existe desde de há muito tempo. Eu mesmo fui uma dessas vítimas quando criança, estudando na Escola Dom José Gaspar, em Ribeirão Pires, São Paulo, simplesmente por ser nordestino, na década de 60, quando fui eu e família morar naquele Estado.

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