1.) - Advogado que se preza, nunca se entrega, vai sempre em frente, na luta, na batalha pela defesa de seu constituinte, bem como, da ordem constituída e da democracia, nem tampouco se deve dobrar a quem pensa, age e se acham deuses do Olimpo de de plantão. Advogado que se preza, não bate-boca com quem quer que seja, entra numa briga feroz, mas dentro dos autos processuais e nos termos do direito. Em vinte anos de profissão e de militância advocatícia, nunca fiz uma inimizade, mas sempre procurei ser duro e firme nas palavras escritas e faladas. Nunca capitulei de quem me propus a defender, quer ganhando honorários, quer sem nada ganhar, mas sempre abracei a causa da mesma forma isonômica e com a mesma paixão que sempre aprisiona o bom profissional do direito.
2.) - Quem preza pela profissão, não se deixa levar por picuinhas de somenos importâncias, mas vai à luta sempre dentro do que dos autos consta e nos termos determinantes da lei. Nunca podemos ir para as vias de fato, quando está em jogo as vias do direito. Advogado brigão, turrão e metido a besta, é coisa do passado, se bem que, no inconsciente coletivo, advogado bom é que briga com juiz, com promotor, com o outro colega, dá murro na mesa, aí sim, esse é um advogado de verdade. Mas camaradas, esse tipo talvez seja coisa do passado. No mundo civilizado em que vivemos, o forte do advogado é mesmo na caneta e na palavra, fora disso, é mero folclore.
3.) - O profissional da advocacia que se preza, não diz a quem lhe procura, que resolve uma causa impossível, mas lhe faz ver da impossibilidade jurídica daquela pretensão, sob pena de estar sendo um mau profissional, além da quebra da ética profissional, passível, portanto de ser processado pelo seu órgão de classe, que é a OAB, com base no Estatuto da Ordem e no Código de Ética e Disciplina.
4.) - Se tem a mania de muito se falar do advogado, que o advogado é isso, é aquilo, que comeu tanto de fulano, de beltrano, mas que na realidade não é bem assim. O advogado é antes de tudo um representante da parte e faz o seu trabalho, que muitas vezes, a depender do desenrolar do processo, pode prosperar ou não. Quer prospere, quer não, ele fez o seu trabalho e portanto, já jus a receber os seus honorários pelo seu trabalho e não que tenha "comido" tanto ou quanto de quem quer que seja. Claro que existem os maus-caráteres, entretanto, em todo esse tempo de vinte anos de advocacia, me deparei com mais advogados honestos do que com desonestos, afinal de contas, a desonestidade não é um mau maior somente do profissional da advocacia.
5.) - O profissional da advocacia só se sente mesmo realizado como advogado, se patrocina um júri popular. É na tribuna do júri que o advogado sente dentro de si a essência de ser advogado, porque é aí na tribuna do júri que ele passa a ser verdadeiramente um advogado. Não que não existam bons advogados noutras áreas, sobretudo na área cívil, que requer que o sujeito seja bom no manejo da palavra escrita. Já o advogado criminalista e que se utiliza da tribuna do júri, tem que ser um bom manejador com a palavra falada. De início, quando se faz o primeiro júri, é como se pisar em cascas de ovos. A insegurança é uma presença marcante parar o advogado principiante, não somente no júri, mas também, nas comarcas onde começa a atuar. A questão é que, pensa ele está abaixo de juiz e da promotoria, quando na realidade, ele se encontra constitucionalmente e pelo Estatuto, em pé de igualdade. A insegurança é apenas uma questão psicológica que com o tempo se supera.
6.) - Não posso me enquadrar como advogado eminentemente somente de uma área, pois procuro atuar em todas elas. Não porque deva ser um profissional eclético, isso não. Melhor seria atuar somente numa área específica, mas por uma questão de sobrevivência, como advogado interiorano, nesses meus vinte anos de batente, tenho me desdobrado como advogado trabalhista, civilista, criminalista, tributarista, administrativista na área pública e eleitoral, em épocas de eleições. Na verdade isso de certa forma não me notabilizou na minha vida profissional como a marca de uma área específica, mesmo assim, nas causas que atuei procurei sempre dar o melhor de mim do ponto de vista profissional. Não é bom a gente ser advogado clínico geral, porque as coisas se misturam muito, diante da complexidade que o Direito como um todo. O importante seria que o indivíduo procure seguir a sua carreira desenvolvendo e se aprimorando somente numa área específica, mas atuando nas comarcas interioranas que atuamos, não podemos ter uma definição específica em certa e determinada área, senão ninguém tem condições de sobreviver, essa é a questão maior das comarcas interioranas.
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