Pensar, imaginar, viajar
mentalmente, quer através da prosa, do verso ou da poesia, é uma arte peculiar
e especial, que nem todos têm esse dom. Escrever, seja lá em que gênero for, é
algo que somente é dado a pessoas especiais, a uma minoria, por que estruturar
um escrito através da mentalidade, não é nada fácil de forma alguma, se o
sujeito acaso não nasceu com essa tendência, porque a maioria das pessoas nem
gosta de escrever, muito menos de ler um livro ou até mesmo um texto qualquer.
Para mim a escrita, seja em prosa ou verso, sempre esteve
presente em minha vida. Desde tenra idade que escrevo rabiscos, ora
demonstrando algum sentido, noutra, sem ter nenhum nexo no que escrevia, mesmo
assim, fui insistindo até que vieram a sair textos lógicos, estruturados e de
conteúdo. Alguns, certamente, por escrever para dentro de mim mesmo, pouco
compreensíveis; outros diretos, azedos, críticos e esclarecedores até demais e
direcionado no geral, para em quem a carapuça vier a cair.
Escrever para mim, é praticamente a minha vida. Não é fácil
se produzir cultura, seja esta em prosa, contos, romances, trabalhos
científicos ou a escrita em versos, que sempre é uma tarefa árdua e trabalhosa,
porque nem sempre o texto, quando se imagina terminado, acabado e enxuto, ainda
não está do gosto que a gente pretendia, mesmo assim, quem tem esse hábito,
nunca deixa de escrever. Escrever, escrever, passa a se tornar uma
habitualidade, uma mania sem a qual, não nos sentimos muito bem, quando em
nosso dia a dia, não produzimos algum texto.
Podemos escrever somente para nós mesmos, mas o importante no
que produzimos, é termos o reconhecimento de quem nos ler, busca dar atenção
aos nossos escritos, porque só assim, podemos ter reconhecido o trabalho
literário que produzimos. Já escrevi quatro livros e sei perfeitamente do
calvário que a gente percorre para produzir um trabalho nesse nicho da
intelectualidade humana, seja de qual gênero for, por falta de apoio, de
logística suficiente e nos sentimos apeados, acorrentados, na falta desse
apoio, quando ele não vem de parte alguma. Então para não perecermos no
esquecimento, temos que nos sacrificarmos e produzirmos as nossas próprias
obras, até que um dia, quem sabe, possamos vir a ser devidamente reconhecidos. Só
espero que esse reconhecimento não venha a ser tardio, porque depois do ocaso
profundo, pouco ou nada importa mais nesta vida.
O meu primeiro livro, MODESTO À PARTE, foi publicado em 1988,
tendo sido uma reunião de vários escritos de muitos anos antes; o segundo livro,
NO AMOR E NA POLÍTICA MUITA “SAFADAGE” HÁ, inspirado na ladroagem política de
nossa região, resolvi escrever como se fora uma história estruturada numa espécie
de “romance” ficção baseado na realidade e o publiquei em 2005. Morava nessa
época em Recife e me debrucei por dois anos num teclado de computador para sair
o texto final; o terceiro livro publicado em 2013, foi fruto de uma monografia de
um curso de pós-graduação de Direito Civil e Processual Civil, que fiz entre
2011/2012, em Garanhuns, de um convênio entre OAB-PE e a Faculdade Maurício de
Nassau, que veio a ser produzido, INCONSTITUCIONALIDADE LATENTE DO STF NA
QUESTÃO DO CASAMENTO HOMOAFETIVO, em que busquei levantar uma tese da
inconstitucionalidade da Corte Suprema, na questão de fonte produtora de
decisões com força de lei, e não propriamente de ser um trabalho hemofóbico,
como bem explico no próprio texto do livro e, como sempre tive a ideia que
vinha maturando desde o ano de 2000, inclusive em contatos com o falecido amigo
escritor buiquense Cyl Gallindo, que não chegou a prosperar na época, mesmo
assim, a ideia não saiu de minha mente e eis que, no passar do tempo de lá para
cá, veio maturando, se estruturando a ideia fixa, de reunir minhas poesias e
outras mais que vinha produzindo, em um livro e, neste ano, a partir de janeiro
de 2015, que venho nessa peleja de montagem do livro, que finalmente saiu das
entranhas, no mês de setembro deste ano e que, no dia de hoje, estarei fazendo
o lançamento a partir das sete horas da noite, no Auditório da Pousada Santos,
uma das ocasiões mais importantes de minha vida, como o foram as outras,
especialmente quando lancei o meu primeiro livro, há 27 anos, na Câmara de
Vereadores Anísio Galvão, na cidade de Pesqueira onde morava, e naquela
ocasião, faltaram lugares para os amigos pesqueirenses presentes, que foram me
prestigiar. Foi para mim, um momento épico, emocionante, histórico em minha
vida e espero que hoje, passados todos esses anos entre a publicação do
primeiro livro e o quarto, sendo o primeiro de poesias, a dosagem de reunir uma
legião de amigos se repita e se façam presentes, porque quem escreve, quer na
verdade, ter o seu trabalho reconhecido e é isso que espero do povo buiquense e
da região.
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