Quando a gente escreve um livro, não o faz especificamente
para si mesmo, mas sim, pelo gosto de escrever e claro, na medida do possível, para
um determinado público alvo. Não se espera com isso agradar gregos e troianos,
muito menos a todos os buiquenses, que em parte, pouco hábito de leitura se
tem, mas bem que poderia ao menos dar um pouco mais de valor aos que são daqui,
que de uma certa maneira ou de outra, estão contribuindo para o desenvolvimento
cultural e do embasamento de conhecimento de nossa gente buiquense.
Há de se reconhecer as dificuldades de se produzir cultura.
Até parece que o fazemos assim isoladamente, porque não se tem apoio nem do
poder público, do privado e grande parte do povo não está nem aí para o
trabalho que a gente produz e muitos torcem até o nariz para nós mesmos.
Sinceramente, quanta demonstração de insensatez, de falta de pelo menos um
pouco de conhecimento, de apreço, por quem produz cultura em nossa terra. Claro
que ninguém busca o estrelato, mas pelo menos o reconhecimento pelo que se
busca ou buscamos fazer em termos de valorar nossa própria terra, que ainda
espero vê-la no topo de uma das cidades mais elevadas no pódio da cultura
pernambucana.
Sentimo-nos por vezes tristonhos com essa característica do
povo buiquense, que acredito não ser tão-somente daqui de nossa terra. Noutros
lugares, acontece o mesmo. Mas nem por isso vou desistir de continuar
escrevendo, publicando na medida do possível o meu trabalho, que talvez um dia,
quem sabe, a gente ainda possa vir a ter o devido reconhecimento, embora
tardiamente, o que para mim, não me interessaria em hipótese alguma. Acaso
venha a ter algum reconhecimento, que o seja em vida. Quanto a essa insensatez
de nossa gente, isso me deixa realmente decepcionado com grande maioria
absoluta do nosso povo que não está nem aí. Digo isso aos brados, porque não
sou de dizer que tudo está uma maravilha, quando o caminho aponta o contrário.
Sinceramente, ou os mais de 50 mil habitantes são realmente analfabetos
funcionais, ou então, ninguém quer saber de leitura de jeito nenhum. Acredito
que ambos. Nem mesmo professores, alunos, estão comprometidos com esse hábito,
o que seria perfeitamente saudável e importante à medida que, houvesse o
reconhecimento de que a leitura enobrece engrandece o ser humano, e o faz ver o
mundo com uma outra visão. Não estou aqui, puxando a sardinha para minha brasa,
mas existem muitos escritores famosos que bem mereciam ser lidos, não
propriamente a mim mesmo; não os que fazem arte e letras em Buíque, mas tantos
outros escritores e artistas que existem por este mundão afora e que precisam
ser lidos, entretanto, se houvesse mais visão por parte de quem em tese, faz
educação e cultura, era para valorizar primeiramente as pratas da casa, esta é
a verdade, fique com raiva ou chateado(a) quem bem entender, mas a verdade tem
que ser dita.
Os demais daqui mesmo que fazem cultura, assim como eu, tem
os mesmos pontos de vista coincidentes, porque é assim que somos tratados até
mesmo pelos nossos. A gente percebe a pouca vontade de muitos em ajudarem,
quando vai oferecer um trabalho nosso a alguém e percebe, uma certa indiferença,
uma dosagem de má vontade, de ironia até, para adquirir um de nossos trabalhos,
que em muitos casos, sequer abre o livro ou chegar a ler uma página sequer, o
que nos deixa mesmos decepcionados. Pior é que, quando se dá como oferta um de nossos
trabalhos publicados, aí sim, é que ninguém ler mesmo, porque como é um livro
dado, de um escritor de Buíque, quem tem interesse em ler coisíssima alguma,
hem? – Gente, não estou pedindo, tampouco mendingando, mas temos todo o direito
de exigir que sejamos valorizados principalmente pelos nossos, antes de que o
sejamos lá fora, como de fato o sou e outros colegas que fazem cultura.
Por isso mesmo minha gente, não estou desabafando, tampouco
pedindo clemência a ninguém, porque isso não faz parte de mim. Leia meu
trabalho quem quiser e o faça livremente; o ler e o apreciar ou não, da mesma
forma, quem bem entender, mas não deixarei jamais ou desanimarei do meu hábito
de escrever, porque isso faz parte de mim, de minha formação de ser humano.
Muitos tem os seus hábitos. O meu é leitura, escrever e tenho orgulho, ao ter
um meu trabalho publicado. Agora, a gente se sente com uma ponta de orgulho
quando alguém faz alguma observação de um trabalho nosso, mesmo que seja de
forma crítica, mas o importante é se perceber que existem algumas pessoas que
ainda se dão ao trabalho, ou ao prazer de ler o que escrevo, ou dos que são
daqui de Buíque, também o fazem da mesma forma que eu venho fazendo. Neste Blog
mesmo, já tenho uma média de quase 2,5 mil publicações, desde que o coloquei na
internet. Sei que só o acessa quem realmente gosta de uma boa leitura, porque
tenho aversão em escrever sobre as atrocidades do dia a dia, porém os fatos
mais importantes da vida, da sociedade como um todo, e que nos servem de lição
e para o lastreamento de conhecimento e de cultura de cada pessoa, aí sim,
gosto de escrever sobre tais assuntos, principalmente dos dramas, tragédias e
do cotidiano social no qual estamos inseridos no nosso caminhar nesta vida.
Minha visão de mundo e todo o meu trabalho, tem como base, o criticismo
filosófico de ver o mundo, pois foi assim que fui forjado para à luta nesta
vida.
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