Por diversas vezes falei
sobre o tema crise. O assunto não se esgota de uma vez, tampouco haverá de se
esgotar em face dos acontecimentos que a gente vem percebendo à nossa frente e
em nossa volta. Apesar do preço de combustíveis, que dizem ser o vilão de tudo,
para muitos a crise pelo visto, não existe. Quanto ao pobre, já acostumado a
viver de qualquer jeito, sempre buscando uma fórmula de se acomodar e de nada
falando, essa pelo visto não afetar à pobreza.
Em épocas de crise, quem mais ganha são os mais ricos, porque
com a variação do dólar, nessa economia de mercado globalizada, quem sente o
peso na pele é quem importa, porque tem que comprar a moeda de troca, o dólar,
desembolsando mais reais, porém para quem exporta, a moeda que recebe é em
dólar, o que significa em dizer, que entra mais reais no caixa. Então falar de
crise para quem é rico e economicamente poderoso, é fichinha. Se for do ramo
dos banqueiros, aí sim, é que se ganha dinheiro, porque com a taxa de juros
sempre aumentando para se tentar equilibrar a inflação, aí sim, eles ganham às
turras com o capital parasitário que detém, que quando emprestam para financiar
um pequeno ou médio empreendimento, cobram juros extorsivos, além dos custos de
serviços incidentes sobre cada financiamento. O sistema financeira nacional e
internacional, vivem praticamente do capital parasitário que detém.
Nessa época, que não vem de hoje, a crise só beneficia mesmo
os grandes, os pobres não se fala porque já estão acostumados a viver eternamente
no aperto, quer seja nesses períodos ou não. Sempre vivem em dificuldades,
enquanto os ricos sempre mais ricos, nadam em dinheiro e não estão nem aí para
quem for pobre, para quem precisa de um emprego para manter a família, porque o
sistema que adotaram no Brasil de neoliberal, não passa do mais deslavado
capitalismo selvagem, que só se presta mesmo para destruir e aumentar a
pobreza.
Em continentes como o Europeu, não era para existir pobreza,
como pobres nas ruas, nas sarjetas da vida, assim como nos Estados Unidos, a
maior economia mundial, mas existe e muito. Agora o que sempre me questiono,
como é que nesse mundo capitalista ainda persistir pobreza, se existe dinheiro
de sobra. A questão é a de que, quando mais capital se acumula e não se investe
na criação de empregos, renda, na produção e no desenvolvimento econômico,
jamais deixará de existirem miseráveis, e esta é uma realidade fruto de uma
mentalidade que vem desde os mais antigos ancestrais, da Idade Média, em que o
ser humano sempre foi visto, principalmente o mais pobre e necessitado, como
uma coisa, um objeto qualquer e assim, ainda perdura em nossa sociedade atual, essa
mesma mentalidade da Casa Grande e Senzala.
A Casa Grande, ocupada pelos sempre ricos, que nunca querem
perder os seus privilégios, privilégios estes, que se diluem à medida que cada
um dos detentores do capital, vai perdendo a vida e se transformando em
putrefatos vermes, em lama e por último, em pó, do qual todos nós viemos, deixa
de existir para cada um que se vai, em todos nós somos iguais. Nesse ponto sim,
é que somos verdadeiramente igualitários. Na verdade, ninguém quer perder
privilégios, muitos dos quais, adquiridos através de métodos espúrios, obscuros
e desonestamente, mas adquirem dinheiro, riquezas em abundância e
economicamente levam uma vida nababesca a zombarem sempre de quem está na
Senzala, que continua sendo a pobreza, aprisionada em sua própria
insignificância de ter nascido pobre e de sempre permanecer nessa condição.
Quando muito, alguém da Senzala, chega a se formar, adquirir conhecimentos e
melhorar de vida, principalmente nesses últimos quinze anos, porque aqui no
Brasil, a Senzala era bem maior do que é hoje.
Fala-se e alardeia-se cobras mil sobre à crise, entretanto, o
que mais se vê, é carrões e mais carrões desfilando nas ruas, se deslocando
pelas estradas, viagens aéreas que antes era privilégio tão-somente dos
aquinhoados da sorte, hoje uma pessoa da Senzala já pode se dar ao luxo de
fazer uma viagem para algum país do Velho Continente, o que significa um
avanço, uma conquista, não por vontade da Casa Grande, mas por esforço próprio
e de políticas sociais que foram adotadas nesses últimos anos.
Então pelo que posso depreender, sempre vi se falar de crise
desde o momento que me entendi de gente. Entendo que para mim, é só mais uma
fase passageira em nosso país, que acredito, se não estivesse atrelado à
economia mundial e ao capital internacional, com certeza, a situação brasileira
estaria num panorama econômico bem mais confortável, porque o que está
destruindo o mundo, é essa tal de economia globalizada, onde se a bolsa de
valores não funciona bem em New York, é sinal de que uma pane está para
acontecer no restante do mundo, menos nos países que não estão diretamente
ligados umbilicalmente a essa economia degenerativa do capital selvagem
internacional. Não vejo a crise assim com uma visão tão pessimista daqueles que
sempre torcem do quanto pior melhor, porque estão na Casa Grande e não querem
perder privilégios de forma alguma e de tudo são capazes para se manter no
casarão, até mesmo derrubar governantes e quem estiver na sua frente, pouco
importando quem seja, esta é a realidade em que vivemos no momento.
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