Fui o coordenador da Comissão de Transição do atual governo,
entre 2008 e 2009, a qual foi por mim sugerida, para termos a devida realidade
de como se encontrava o município naquela época. Claro que nem tudo eram
flores, mas muita coisa estava em ordem, diferentemente de o momento atual, aonde
quem vier a recebê-lo para governar no próximo quadriênio, certamente vai ter
muito trabalho para colocar a casa em ordem, diante do quadro de calamidade
pública em que se encontra.
Só para se ter uma ideia, existiam na época, 104 cargos
comissionados, sendo que, somente 93 estavam ocupados. Atualmente, são mais de
240, ocupados e o pessoal ganhando sem trabalhar. Todas as comissões do
município estavam formadas e em funcionamento. No FUNPREV - Fundo de
Previdência do Município, existia um saldo em duas contas, em torno de 2,5
milhões de reais e ficou ainda saldo em caixa para se tocar a administração
pública nos primeiros dias de governo. Ficou também a AMDRI, grande Projeto
Planipanema, gerido pela autarquia municipal, envolvendo os municípios de
Buíque, Pedra e Tupanatinga, que era um projeto ousado de desenvolvimento das
agricultura e pecuária de pequeno portes e familiares, além de uma frota de
veículos, que o prefeito anterior queria leiloar, mas foi impedido por ações na
Justiça e no TCE-PE, porém assim que assumiu, a primeira coisa que fez, foi
fazer o mesmo leilão, sem nada acrescentar, e logo de cara, com cartas
marcadas, para os bens leiloados que estivessem em melhores condições, ficassem
com os mais chegados, foi aí que vi que todo àquele alarde para não realização
do leilão, não passava mesmo de estratégia para os que assumiram logo no
início, colocarem a mão no dinheiro público logo de cara, sem a menor
desfaçatez e isso me revoltou, porque lutei tanto como advogado para a sua não
realização e, me vi decepcionado e enganado quando fizeram o leilão nos mesmo
moldes já fazendo maracutais que imaginam que o antecessor era quem ira fazer.
Ledo engano quem imaginou o contrário, como eu que me senti lesado, após tanta
luta jurídica.
A máquina administrativa estava à pleno vapor. Nunca deixou
de funcionar. Haviam falhas, mas a cidade era cuidada, a zona rural recebia
assistência e a autarquia municipal foi completamente destroçada, os equipamentos,
motocicletas, entre outros bens, desapareceram como por encanto e os
servidores, em torno de dez, foram todos demitidos e assim, um projeto que
visava o desenvolvimento rural de nosso município, foi à pique, somente porque
era de autoria do governante anterior, o que é radicalmente contra o princípio
da continuidade administrativa de todo gestor, seja ele de que estirpe política
venha a ser. Foi deixada também uma elite de professores capacitados para bem auxiliar
na gestão da educação de Buíque, mas se achou por bem em colocar uma secretária
não muito devidamente preparada, desmantelou a equipe, não a aceitando-a porque
era do governante anterior, e contratou desde janeiro de 2009, uma empresa
particular, da lavra do primeiro-ministro, para gerir a nossa educação, que
ainda vem à frente desta, colocando-a num patamar de baixa qualidade, o qual se
encontra no IDEB de 2013, o que nos envergonha. Se tinha tudo para se fazer uma
educação de primeira linha, mas o governante inexperiente e irresponsável que
assumiu desde então, desmantelou o que seria essencial para gerir o setor
educacional do município. Também um máquina patrol de 600 mil reais à época,
foi encontrada, porém desapareceu como que por encanto, isso porque não
constava no inventário de bens do município.
Com isso, o município desandou, voltou para trás como
caranguejo, paralisou completamente e a partir de então, nada mais voltou a
funcionar, só ficando mesmo centrados na Secretaria de Administração e Finanças,
que é justamente onde está centrado o tesouro do município, quanto às demais,
só se prestaram mesmo até agora como adereço, de enfeite, existindo tão-somente
no organograma do município. Planejamento, uma das secretarias municipais
estratégicas, sempre teve funcionários nomeados, mas funcionar ativamente,
nunca chegou, a exemplo da do Meio-Ambiente, de Cultura e Turismo, de
Agricultura, quanto às demais, só precariamente, porque, por exemplo, uma
Secretaria de Ação Social, tem os programas do governo federal para poder tocar
e emitir uma cota mínia de documentos, isso quando existe material, mas uma
ação própria do município, não se viu em momento algum programa social próprio;
a de saúde, se fez de conta que funcionava, mas se chegou a irresponsabilidade
de deixaram até mesmo a fechar a única Casa de Saúde do Município, que só pode
funcionar, abrir as portas, se tiver médico para atender as pessoas, caso
contrário, terá que ficar de portas lacradas e, a Secretária de Obras, da mesma
forma, depois de meses a fio, é que vem tapar um buraco, só para lembrar ao
povo que existe, enquanto isso, a buraqueira, os esgotos à céu aberto, os
destroços, o lixo acumulado, estão aí à olhos vistos para quem quiser ver com
os olhos de ver o que era Buíque e de como se encontra nossa cidade na
atualidade. Não dá para crer que estamos em nossa querida Buíque que tanto
amamos, por isso mesmo, é que precisamos urgentemente mudar a forma de se
conduzir este município, não importa quem seja, desde que tenha o compromisso e
responsabilidade para com a nossa terra.
Por isso mesmo é que sempre acreditei e disse, que
administração pública, não é para amadores, para quem certas vezes chegou a
dizer num passado não muito distante, que se chegasse a ser prefeito de Buíque,
só ia deixar o “combuco” (cabaça vazia) e entregue aos “lores” (paus-mandados),
foi assim mesmo, sem tirar nem botar, que muitas vezes ouvi isso, e na
realidade ele cumpriu a promessa de ser o pior gestor de Buíque até os dia
atuais. Quem estiver vendo de outra forma, é porque ou é míope, ou então está
usando óculos daqueles em que o sujeito só ver mesmo um mundo de cores, um
Buíque diferente, só que, nossa terra está mesmo diferente, só que para bem
pior, e isso, nós buiquenses da gema, não merecemos e temos que estancar de vez
esse sangramento.
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