A vida da gente, até um
determinado momento, é uma curva ascendente. Tudo pode ser encarado com beleza,
com singeleza e sem maiores cuidados, afinal de contas, não há o que se
preocupar muito, a não ser com estudo, um pouco de responsabilidade com um pé
no futuro, mas no geral, é uma passagem especial que acreditamos tudo poder,
mas na verdade também, como que por um acidente inesperado, se pode perder tudo
assim de repente. Não que seja necessariamente nessa ordem, mas se viventes
somos, fatores fenomênicos temporais inesperados no decurso da vida, acontecem
quase sempre, não que sejam comuns, mas acontecem.
Passamos por diversas passagens no decurso do viver. Temos
os momentos de alegrias, de êxtase, do prazer, da agonia, tudo isto na
realidade, vai depender muito de fatores circunstâncias que poderão ou não nos
atingir. Claro que só esperamos o melhor, mas que o inesperado pode acontecer
disto não se pode ter a menor dúvida. É essa, em suma, a grandeza da vida e do
viver. Por isso mesmo, se a gente tivesse escolhas a fazer, poder-se-ia dar o
rumo que a gente bem entendesse em nossas vidas, mas nem sempre é assim. Em
determinados casos se tem escolhas; noutros, nem tanto assim, porque ficamos
reféns e somos presas de adversidades que surgem assim de repente e, quando
menos se imagina, nada pode ser mudado de forma alguma, por isso mesmo, que
muitos se desesperam a ponto de partir para atitudes extremas na vida, que nem
sempre pode se configurar na melhor escolha, mesmo assim, a vida é boa,
trata-se de um lapso temporal curtíssimo, razão pela qual, não podemos
desperdiçar tudo, tampouco fazer da vida uma verdadeira casa de Noca,
transformando-a numa bagunça ou tomar um rumo de irresponsabilidades que quando
vimos a nos dar por conta, já não há nada a se fazer.
Em certas passagens de nossas vidas, existem coisas que não
devemos dar muita importância não, porque senão, poderemos chegar a um momento
de descontrole emocional que poderá com certeza nos levar à loucura, mas que, o
discernimento, a moderação, o equilíbrio deve prevalecer em nome do bom senso,
senão a vida deixará para sempre de fazer sentido e, se já é tão curta, então
por qual razão desperdiçá-la a troco de ninguém sabe as razões e os porquês? -
Apesar de todos os percalços, não devemos perder a ternura, a sensibilidade, o
amor que temos ao próximo, principalmente os que deveriam, mas por razões
outras, nem sempre estão próximos da gente, mas a vida é assim, segue dessa
forma em seu curso intransponível, sem se olhar para trás, como um curso de um
rio, porque o tempo não para e a gente vai sempre seguindo essa roda que gira e
só temos um caminho inexorável, que é o fim de tudo, ou até um começo, mas isso
é fruto de um grande mistério a nos rondar.
O pior momento de toda essa passagem, há de se acreditar,
que é o terceiro, em que já não somos, tampouco podemos, fazer e agir como
éramos lá nos idos iniciais. Já não somos mais os mesmo; também não temos mais
as mesmas pessoas próximas da gente, nem mesmo àquelas que demos o máximo de
amor e cuidados durante certo tempo. Pode até não ter sido o melhor, mas sempre
buscamos ou fazemos o possível pelos que sempre viveram bem próximos da gente,
para, numa fase mais adiante, a gente se sentir voando como que um pássaro perdido
ao vento, a buscar pelo ninho sem que venha a encontrá-lo e encontrar o devido
abrigo, amor e carinho. Mas é assim o decurso da vida, porque agimos e
cometemos em parte, quem sabe, pelos mesmos pecados e, pássaro no entardecer do
ocaso da vida, voa, voa, atrás de um ninho, que certamente não mais encontrará
para tirar o último cochilo do sono de sua vida. Tudo na verdade é passageiro e
que ninguém pense ou imagine que viverá para sempre numa redoma que imagina que
nunca acabará, porque quem tem amor, carinho e ternura, isto jamais acabará na
mente de muitas pessoas, que como um pássaro qualquer, só quer um pouco de
atenção, de amor e de carinho na vida.
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