Acredito ser mal das grandes
urbes. No mundo de hoje, não há como melhorar o nível de vida de quem vive nas
grandes aglomerações humanas. As condições de vida continuam de mal a pior. A
gente vem ao Recife, como eu mesmo, quase sempre e, cada vez percebo, que da
década de 70 para os dias atuais, essa cidade ficou cada vez pior.
O trânsito não se fala! Como em outros grandes centros, a
tendência é sempre piorar, caótico, desordenado e estressante. Coisa de cidade
grande e que não para nunca de crescer cada vez mais. Qualidade de vida, quem
pode falar nisso, morando em uma cidade como essa! Acredito que não se pode
viver bons momentos num mundo em que você se vê rodeado por grandes edifícios,
por veículos entupindo ruas, avenidas, feito um colapso de maremoto de entulhos
destruindo tudo pela frente; sem espaço sequer, para o povo transitar e, quando
se transita, é um topando um no outro. Coisa de louco. Todo mundo aperreado,
olhar arredio, desconfiado, apressado, sem nenhuma emoção, sem um sorriso no
rosto, sem nenhum olhar para outro. Uma verdadeira loucura viver num mundo
assim!
O que se esperar em se morar em grandes urbes? Acredito que
não se pode esperar muito; nem oportunidades de dias melhores, de uma vida de
qualidade, se poder viver num mundo dessa natureza. Mas na verdade, para quem
já fez disso uma rotina, abilolado, amalucado, ou de tudo um pouco, aprendeu a
viver num ritmo desses, ou pelo menos, faz de conta que se adequou, acomodou,
porque viver de verdade, sinceramente, ninguém pode viver não. Seja em Recife
ou outro centro urbano entupido de gente e toda parafernália própria das
grandes urbes, não dá para se ter jamais uma boa qualidade de vida. Um horror
viver num mundo de malucos ou prestes a ficarem amalucados.
Pior é a gente ver que ao longo dos tempos, cada gestor
público que entra, buscar dar uma rebuscada na cidade, fazendo construções
monstruosas, umas substituindo outras e em nada melhorando a condição de vida
de ninguém; muito pelo contrário, pode até mesmo, vir piorando a pretexto de
mostrar serviço, como as tantas mudanças de paradas de ônibus construídas de um
governante para outro, que tem passado pela cidade do Recife, que no meu
entender não tem servido para absolutamente nada.
Nessa cidade, nesse caos desordenado em que se encontra,
você pode fazer o que quiser que jamais voltará a ser a Recife de outrora, das
límpidas águas do Beberibe e do Capibaribe, dos manguezais antigos, de uma
cidade pura, que embora existisse violência, nem se compara ao que existe hoje.
Era uma aglomeração de pessoas com uma restinga de mais calor humano, o que
talvez não mais exista nem um pouco!
Lembro do antigo Mustang, da Rua Gervásio Pires, onde
trabalhando no Bandepe e estudando na UFPE, o Recife já era uma cidade agitada,
mas não como nos dias atuais. A violência nunca deixou de existir, mas claro,
evoluiu para pior; o trânsito, sempre foi esse caos desmesurado, porém agora,
da mesma forma, piorado. Recife, sempre foi agitada, não tanto, talvez, lá
voltando mais atrás no tempo, mas nunca deixou de ser a Veneza Brasileira, só
que, sem a beleza da verdadeira Veneza Italiana. No Mustang, que ficava bem
próxima de nossa república estudantil, sempre me reunia com alguns colegas,
para bebericarmos nos finais de semana ou em alguma noite qualquer perdida, mas
a rotina era sempre um tanto quanto agitada, porque afinal, estávamos em
Recife, na busca de um objetivo, mas viver no Recife, hoje não faz mais parte
de meus planos. Só a quero de passagem, quando propenso a precisar de seus
préstimos, de alguma especialização, que falta em nossas regiões do interior,
quando chegamos a ser afetados por nossas mazelas próprias da vida da gente,
mas de outra forma, para mim, Recife só mesmo de passagem.
Pior é a quentura, mas essa é uma questão que está sendo
sentida com a mesma intensidade em queimação da pele, de cidades como a minha,
Buíque, que nesses últimos dias tem oscilando entre 40 a 41º, o que se pode
dizer que pelo menos nisso, estamos empatadas, Recife e Buíque.
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