ESPAÇO POEMANDO
FEIJÃO E FARINHA
Tantas vezes desejei
Ter no almoço e no jantar
Quantas vezes almocei
Sem minha fome matar.
Privações tantas passei
Em dias tristes a sonhar
Imaginei por vezes me
deleitei
Sem um naco de carne
provar.
Mas na rudeza desta vida
Somente feijão e farinha
Era o que tínhamos de
comida
Em nossa rude feirinha.
Que tempos duros passei
De tantas carências na
estrada
Sonzinho, recolhido chorei
Nesta triste caminhada.
Foi duro, porém não morri
Pronto para cada luta
Mostro a boca a sorri
Mas não desisto da labuta.
Vim da adversidade
Não fiz uso de artimanha
Sempre na honestidade
Desejo minha maior
façanha.
Foi duro e nunca esqueci
Daquele prato singelo
Do fel amargo bebi
Mas não saí do mais belo.
Estruturei minha formação
De homem honrado e sincero
Nunca tive a desilusão
Mas ainda espero o esmero.
Não vim ao mundo à toa
Quero mostrar a boa vontade
Remando à minha canoa
Com muita fé e bondade.
Sei da tamanha dificuldade
Que na estrada enfrentei
Nada veio com facilidade
Nas lutas que batalhei.
Por isso é que nada tenho a
perder
Nessa luta toda minha
Quero enfrentar sem temer,
Comendo feijão com
farinha.
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