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sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

PAREI, OLHEI, MAS ESTAVA NA CONTRAMÃO...



     Tem uma antiga música de Roberto Carlos, da época dos anos dourados da Jovem Guarda, que tem o título, de “Parei, Olhei...”, acredito que é mais ou menos assim. Bem, como se o trânsito de Buíque estivesse realmente às mil maravilhas em termos de organização e de que por isso mesmo todos fossem obrigados a cumprir à risca os ditames da Lei Municipal de Trânsito, que nem mesmo os responsáveis desta, tem o devido conhecimento de seu inteiro teor, aí sim, poder-se-ia até alguém reclamar pelo o seu não estrito cumprimento.
    A Lei que foi um projeto elaborado por mim, está em vigência desde o ano de 2011 e até a presente data, diga-se de passagem, ela não foi regulamentada pela chefia da edilidade buiquense para ser devidamente aplicada, como manda o figurino, porque não foram criados os meios administrativos, tampouco os mecanismos necessários e suficientes para a sua regular aplicabilidade. O que se fez mesmo foi se colocar placas de mão e de contramão, ao alvedrio de quem está à frente do trânsito e se acreditou que por isso mesmo, tudo estaria resolvido. Placas indicativas de mão e contramão seria o bastante para que a lei mucipalizadora do nosso trânsito de 2011, estivesse por isso mesmo, regularizada, simplesmente do nada. Na verdade não é bastante se ter somente essa sinalização que tudo está acabado e resolvido!
    Ora, apesar de muitos chiarem de que estamos vivendo uma crise insuportável, muita gente chorando lágrimas de crocodilo por isso mesmo, o que antes quase não se via em Buíque, hoje o número de veículos chega até mesmo, por incrível que pareça, a acarretar alguns engarrafamentos, fora jumentos, cavalos e vacas a atrapalhar todos os dias. Então a lei de trânsito de 2011, já estava para se encontrar devidamente implantada para que viesse a ser devidamente aplicada, porque o fator placas indicativas de mão e contramão não são o bastante e suficiente para que todos venham religiosamente a cumprir uma lei que sequer veio a ser regulamentada, apesar de viger há quatro anos.
   É prática comum a gente observar no dia a dia, veículos trafegando pela contramão, estacionados indevidamente em quaisquer lugares, principalmente em locais onde não poderia sequer nem ao menos parar, mesmo assim, muitos não obedecem, porque a lei apesar de estar em pleno vigor, não existem os mecanismos necessários para que ela venha a ter devidamente o poder de polícia que a administração tem que ter para poder colocar ações administrativas em prática. O que fizeram também, foi colocar alguns “guardinhas” de meia-tigela nas ruas, contratados irregularmente, sem nenhum curso especializado capacitador para fiscalizar o trânsito, e poder aplicar as penalidades previstas, então como se respeitar devida e regularmente o que não existe, sem que esteja implementado pelo poder regulamentar do Executivo?
   Ontem, já próximo ao novo ano, parei numa contramão, às escuras, em que indevidamente estavam estacionados veículos de um lado e de outro e, um sujeito que na mão contrária à minha direção, parou paralelamente ao meu carro, para me chamar a atenção, de que eu deveria ser o exemplo para Buíque. Bem, até aí tudo bem. Reconheci que realmente estava errado em trafegar na contramão. Realmente não me caberia descumprir uma lei que eu mesmo fui o responsável pela elaboração do projeto e que foi aprovado desde o ano de 2011. Aí, pensei com meus botões: porra, não é que errei mesmo! – Por outro lado, imaginei: que sujeito petulante, vir chamar minha atenção numa hora daquelas e com tantos veículos irregulares?! – Mas aí me dei por conta, que o exemplo realmente teria que vir de mim mesmo, porque eu estava ali parado no meio da rua, numa contramão e contrariando uma lei que eu mesmo fui partícipe em sua formulação.
   Porém uma coisa tenho a dizer nesse inusitado fato de o sujeito deseducadamente, a mim se dirigir e dizer em tom repreensivo, “de que era quem deveria ser o exemplo”. Bem, acredito que deveria mesmo, por isso é que fiquei sem ter palavras para contra-argumentar, mesmo assim, a questão é que, a bem da verdade, se ninguém respeitasse sinalização alguma de trânsito, ainda assim, ninguém estaria errado, isso porque, a lei municipalizadora do nosso trânsito, embora em vigência, não foi normalizada para que venha a ser devidamente aplicada, então praticamente a lei não existe, mas como tenho a obrigatoriedade de cumprir a lei, espero não mais chegar a parar numa contramão, por mais inconveniente e inadequada que venha a ser esse “Parei, Olhei...” - Agora quem deveria ser repreendido mesmo, é o gestor público, que desde 2011 está parado na contramão e nada fez ou vem fazendo para colocar os pontos nos is na questão de nosso trânsito. Esse sim, é quem deveria ser admoestado por toda a nossa população!

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