Aqui em Buíque, desde que me entendo de gente, nunca existiu
política ideológica, mas puramente fisiológica. Na verdade, quando criança,
sempre percebi que existiram sempre dois lados e a política sempre foi polarizada
nessa rodinha dessa ciranda política buiquense do Clube do Bolinha. Um dos
lados, tinha o seu comitê eleitoral, nas campanhas políticas, com dois bicos de
difusoras, no primeiro andar onde hoje se localiza o comércio de Floro e, o
outro lado, no sótão daquele local onde construíram um monstrengo, do lado
contrário da praça Major França e de frente para a Igreja Matriz, da mesma
forma, ficavam dois bicos com os mesmos tipos de instrumentos propagandísticos
da época e, as músicas de campanha, que sempre marcaram presença, eram cantadas
ao vivo pelas militantes de ambos os lados, nos horários previstos pela
propaganda eleitoral. Era tudo feito praticamente de forma simples e artesanal,
mas o que mais gostava de apreciar eram as fotos em preto e branco dos
candidatos a prefeito ou a algum tipo de mandato eletivo em disputa.
Passou todo esse tempo, porém a política de Buíque, em nada
se inovou nesse aspecto, a não ser na violência, porque no geral, toda época de
política, sempre existiam confusões pesadas, ameaças veladas e reais, mas nunca
existiu uma política inovadora verdadeiramente ideológica, mas era mais
emocionante do que nos dias atuais, se participar, acompanhar uma política de
Buíque. A esculhambação em palanques, também puxados por comícios ao som de
difusoras, eram acirradas até a medula e, no lugar que um lado frequentava, de
um determinado partido A, ou do lado B, não aparecia, não colocava os pés de
forma alguma, mesmo assim, em muitas políticas, os caciques que comandavam,
muitos dos quais eram do tipo de coronéis de baionetas, se aliavam para
derrubar uns aos outros e, em muitas ocasiões, o candidato de determinado
apoiador, tinha que ganhar, porque já naquela época, existiam candidaturas que
estavam atoladas até o pescoço em fechamento de suas contas públicas, embora os
recursos fossem parcos, mesmo assim, práticas corruptivas eram uma realidade,
embora guardadas as proporções do que elas representam no mundo real de hoje.
Ora, se naqueles idos já se praticava a nefasta corrupção,
imagine nos dias atuais onde, apesar da crise, mas duvido que se pratique uma
administração séria, como qualquer do povo pode perceber, porque ninguém é cego
de guia e todo mundo reclama, até porque, os meios de comunicação hoje em dia,
são mais sofisticados e chegam em tempo real, em que qualquer informação a qualquer
pessoa que more de um extremo de Buíque a outro, chega em questão de segundos.
É uma triste realidade. Prestação de contas aprovadas relativo a exercícios
financeiros de qualquer que venha a ser o ano, nada significa, porque o roubo
está estampado na cara de quem os prática, principalmente pela apresentação de
volumes econômicos e financeiros em flagrante desproporção ao que legalmente se
ganha da municipalidade, à título de representante do povo, porém nada aparece
em nome do gestor público, seja este de qualquer nível de cargo que ocupe, mas
o acúmulo de bens, que para fugirem ao fisco, colocam em nome de laranjas, tira
a reta do gestor da mira do fisco e da justiça e, de forma descarada, sem
maiores explicações, o órgão encarregado de fiscalizar, o TCE-PE, faz de conta
que fiscaliza, aprova uma contabilidade financeira maquiada e termina por
mandar aprovar contas de exercícios financeiros, mesmo que sejam viciadas e
contaminadas pelo vírus da corrupção e do desvio do dinheiro público. Acredito
que Buíque, precisa urgentemente de uma chacoalhada da Polícia Federal, para, a
exemplo de outros municípios fazer uma séria investigação, principalmente da
parte de repasses de recursos federais, para aquilatar o tamanho do rombo e
descobrir in loco, que todo processo licitatório, sem tirar nem colocar, é
fruto da fraude, de falcatrua, através de empresas laranjas ou fantasmas, que
só existem mesmo no papel, por isso mesmo, nossa terra precisa passar
urgentemente por uma situação dessas, para se chegar a verdade real dos fatos.
Conta aprovada nada significa, porque a gente percebe muito político ou agente
político de Buíque, com riquezas que não bate em hipótese alguma com a renda
legal auferida do município. Outra mais, ninguém vê praticamente a máquina
funcionando ou quase ninguém trabalhando. Existem até uma penca de empregados
públicos, que moram em Recife ou noutros lugares, que sequer aparecem aqui para
receber os seus indevidos proventos, porque é creditado diretamente em conta
bancária. Então Buíque para uma minoria, se tornou um verdadeiro oásis em pleno
deserto do Saara em que vivemos no momento atual.
Aí, diante de todas essas questões preocupantes, essa
bandalheira, votar em quem para suceder quem está no poder de mando em Buíque,
se só temos dois lados? – Criticar alguém pela opção que fizer, é pura
imbecilidade, porque nossa política sempre foi assim e dá para se acreditar que
dessa forma vai continuar ainda por mais de dois séculos, isso se mudar de
verdade, podem crer que será assim mesmo.
Por isso mesmo, por nunca ter concordado, mesmo quando
estive à serviço da municipalidade neste governo atual, sempre fui um crítico
ferrenho, embora em determinadas ocasiões oficiais, por dever e obrigação tenha
chegado a elogiá-lo, mas jamais foram elogios saídos do meu coração, mas
simplesmente só da boca para fora, porque o meu sentimento sempre foi de repulsa
e de nojo, mesmo antes de assumir, já poderia perceber que Buíque mais uma vez
seria fruto de saqueamento dessa quadrilha que se montou no poder. Dizer o
contrário é mentir para o povo de Buíque e nunca fui de mentir ou de esconder o
que sempre percebi e vi que estava sendo conduzido erroneamente de forma
dolosa, por isso mesmo, Buíque precisaria de uma operação tipo assim, “Buíque na
Toca do Deserto”, pela Polícia Federal, esta é a verdade. Tanto dá para se
perceber tudo isso que acontece, que ninguém é burro, razão pela qual, como não
sou omisso e jamais o fui, a neutralidade não me convém, motivo pelo qual, foi
que de uma forma ou de outra, fiz minha opção de escolha pelo lado em que não
estiver o lado do mandante atual, porque foi a maior decepção política para a
minha pessoa e o povo buiquense e isso, me soou como a maior traição política
da qual fui vítima e nós próprios buiquenses e isso não se apaga jamais
facilmente, daí minha escolha política pelo outro lado, porque no palanque em
que esse rapazote estiver, jamais colocarei o meu pé por toda a minha vida.
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