No circo que se armou domingo,
logo no início da farsa da votação, poder-se-ia perceber, que o impeachment ia
realmente passar, porque nessa praxe política brasileira, o princípio é a “arte
da traição” e não, cientificamente, o meio pelo qual se busca atingir as
transformações sociais das quais o povo e a sociedade tanto precisam. A gente
percebe isso, por exemplo, numa simples eleição de uma Mesa Diretora de uma
Câmara de Vereadores, como a de Buíque, que na última eleição para o período
legislativo 2015/2016, cuja eleição ocorreu em junho de 2014, o candidato à reeleição
André de Toinho, levou seis dos treze vereadores para Maceió, patrocinando toda
a mordomia e farras possíveis e, no dia determinado para a eleição, entraram,
ele e seus possíveis eleitores, num total de sete dos treze vereadores e, o
candidato Felinho da Serrinha, que contava com apenas cinco votos e o dele,
isso em tese, terminou ganhando pela diferença de um voto. Isso, guardada as
proporções, é uma pequena mostra do que é a nossa política na prática. Só
existem traidores. André de Toinho, tinha toda certeza de que seria eleito,
porque depois de patrocinar toda essa lambança, inclusive um que estava no meio
dele e seus supostos eleitores de verdade, terminou um deles o traindo, mesmo
tendo usufruído de todas essas benesses pagas com o dinheiro do erário, mesmo
assim perdeu a reeleição para à Mesa Diretora.
Pois bem, isso é a política no varejo. No atacado, lá no
Planalto, não é diferente do que ocorre na Planície, na política tupiniquim,
porque lá, se pratica a mesma política pequena que a daqui de nossa terra. São
todos picaretas. Lá armaram um grande circo, mas logo no início da farsa
montada, já se pode perceber que o golpe, que insistem, os que defendem, de justificarem
como uma atitude acobertada e prevista na Constituição Federal, sendo portando
legal, mas que na verdade, não passou de um golpe que já vinda sendo armado, conspirado
bem antes, e o cavalo de tróia já se encontrava dentro do próprio Palácio do
Planalto e ninguém percebeu do presente de grego dado à presidente Dilma
Rousseff, leia-se, Michel Temmer.
Indiscutivelmente, que o impeachment veio de uma vingança do
presidente da Câmara dos Deputados, em conspiração com o Vice, Michel Temmer, e
Cunha, foi peça chave para a sua condução. Agora essa vingança teve início a
partir do momento, em que o próprio PT, não abriu mão do processo na Comissão Ética
da própria Casa Legislativa contra o próprio Cunha, que buscou justificar um
crime de responsabilidade que nunca existiu e por isso mesmo, redundou na
admissibilidade do processo de impeachment no circo armado no último domingo,
porque logo de início já se poderia perceber qual seria o desfecho. Enfim, vem ai
a segunda fase, porque a primeira foi encontrar alguém que entrasse com o
processo e para isso, se prestaram três juristas, dois reconhecidos e, uma
terceira, amalucada, que certamente em seu comportamento tresloucado, o que
buscava era notoriedade, para ser lembrada como uma jurista que deu entrada num
segundo processo de impedimento de um presidente no Brasil. Notoriedade
certamente, é o que eles queriam e, na condição de advogados renomados, pelo
menos Miguel Reale e Hélio Bicudo, são reconhecidos, mas a terceira, nem seu
nome dá para lembrar, mas acredito, que nesse segundo impeachment contra um
presidente eleito pelo voto popular no Brasil, eles não vão ficar muito bem na
foto que será repassada para a história. Outra instituição que não vai ficar
bem nesse malfadado retrato, vai ser a OAB Federal, que apoiou de cara, esse
odiento golpe parlamentar, principalmente com a maioria de deputados
deploráveis que temos, como bem ficou patenteado no último domingo, inclusive,
entrando com outro pedido no mesmo sentido. Que vergonha, hem OAB!?
Todo mundo está cansado de saber, que qualquer advogado que
se preze, ao ajuizar uma ação ou defender outra qualquer, tem que ser em cima
de uma tese e, no caso do impeachment, foi montada a tese jurídica e para isso,
eles, os autores, tinham que levantar algum tipo de fundamento, mas de qualquer
forma que fosse, passava de todo jeito, porque a conspiração já vinha em curso
de há muito tempo e, como todo mundo tem conhecimento, principalmente quem,
como eu, milita na advocacia há cerca de 26 anos, sabe perfeitamente o desfecho
de um processo, mesmo antes deste vir a iniciar com os procedimentos de praxe
(a instrução). Existem processos, que podem existir fartas e robustas provas
mostrando o contrário, mas já com um juízo de valor premeditado, o julgador
condena ou dar ganho de causa a quem não deveria. É assim na prática que
funciona a justiça. Outra mais, prova de defesa, principalmente se for com base
em testemunho de pessoas, não vale coisa alguma, o que acaba com a tese do due
process of law e da ampla defesa, porque o julgamento já está embutido por
antecipação na cabeça do julgador, principalmente os desatenciosos, esta é a
verdade, justiceiros e que empunham a espada de Deus.
Então pela lógica, se o processo foi admitido pela Câmara
dos Deputados, casa com 513 parlamentares, onde a grande maioria se vendeu ou
se uniu ao complô, então o que esperar de um Senado, formado por apenas 84
senadores, em que, embora seja uma casa revisora, não vai impedir de forma
alguma que o golpe venha a ser consumado. O que vão fazer é só mais uma farsa,
para procurar mostrar para os eleitores, o povo em geral e para o mundo, que
tudo ocorreu dentro da normalidade e no que está previsto na Constituição
Federal. Na verdade não é nada disso, pois não vai passar esse novo circo que
será montado dentro de poucos dias, da continuidade circense iniciado lá na
Câmara de mamulengos. Por mais esforço que a presidente e seus aliados venham a
fazer para reverter o jogo, no meu entender, tudo ou quase tudo, vai ser em vão,
porque o jogo já está com as cartas marcadas, mesmo que o senado seja formado
por homes acima de 35 anos de idade, que teria por obrigação de ter mais
sabedoria, por isso mesmo é reconhecida como casa revisora, mas na verdade,
nesse circo montado, eles, corruptos também que são, vão só consumar o golpe,
para dar espírito de legalidade material e formal a um processo contaminado
desde o início de seu recebimento pelo corrupto presidente da Câmara, Eduardo
Cunha, que responde a processos e está sendo processado na Comissão de Ética da
casa a qual pertence. O que vamos na realidade ver novamente, é só a continuidade
desse circo montado e nós, se quisermos mudar de verdade esta sorte de coisas
que vão nos impor, temos mesmo que ir às ruas para pedir a renúncia de todo
mundo e se clamar por eleições gerais e diretas de todos os que estão no poder,
esta é a saída mais honrosa para todos os envolvidos, senão o que esse pessoal
vai passar para a história? – Outra forma de combater todos esses corruptos e
quem os apóia, seria uma guerra civil, saída mais dolorosa, mas se necessária,
teria que acontecer, para que o Brasil não venha a retroceder ainda mais.
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