Fotos do carnaval de Buíque, no dia de ontem, por volta das 17h30 até às 19h00. |
Para os que caíram na
farra, com toda certeza a ressaca pode vir sob duas formas: a física e a moral.
A física se manifesta de acordo com o organismo de cada folião e a quantidade
de produtos entorpecentes legalizados ou não, ingeridos durante esse período
momesco e, a moral, é àquela em que o sujeito, inconscientemente ou em parte
com a consciência funcionando em forma de lampejos, vem a saber no outro dia
das besteiras, tolices e exageros cometidos. As duas juntas, martelando a
cabeça dos farristas a um só tempo, torna ainda maior a ressaca física,
desembocando no estresse e depressão que poderá durar mais de três dias. É
assim que acontece numa quarta-feira de cinzas em que o ser humano entrou na
farra carnavalesca de pés à cabeça e de corpo e alma. O melhor mesmo é buscar
amenizar a ressaca física, com uma espécie de coquetel de medicamentos
elaborado em uma farmácia qualquer, ou se preciso for, em casos mais graves
procurar um posto de saúde ou hospital e, na questão da ressaca psicológica
(moral), é procurar fazer de conta que esqueceu de tudo que está no
subconsciente, que martela latejante a cabeça, e tudo o que acha ou imaginou
que fez e isso só o tempo é que vem aos poucos, apagar, até que outra ressaca
venha a aparecer na vida dos boêmios e boêmias da vida.
No mais, a vida volta à normalidade de sempre e para o mundo
cristão vem o período de quaresma, que começa na quarta-feira de Cinzas, e é um
tempo forte de conversão, de graça e salvação, depois dos pecados cometidos na
festa momesca da carne, para num período de quarenta dias vir a se redimir dos
pecados cometidos. Bem, religiosidade à parte, porque esse não é mérito da
discussão, mas é assim que funciona no mundo cristão e no judaísmo, as coisas
ditas sagradas. Por seu turno também, depois de tanta folia em praticamente
todas as partes do Brasil, apesar da crise alardeada aos quatro cantos, a
tendência é tudo vir a se normalizar e de certa forma, juntar o que dessa
bagaceira restou. O lixo que ficou, quer pecaminoso, luxuriante ou não, mas de
tudo fica um pouco, muito ou vem a passar das contas.
Não tivemos um carnaval como costuma acontecer todos os anos
em muitas localidades, mas em Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife,
esse tipo de festividade anual, foi de arrasar. No Recife, nossa capital, não
deixou de ser um grande evento, com a multidão de sempre que carrega o Galo da
Madrugada e as tradicionais misturas de ritmos e, em Olinda, grande berço
histórico da humanidade, sempre mostra um carnaval especial, alegre e
multicultural, principalmente com os nossos valores enraizados na cultura
popular desde o período de colonização delineado pela história. O saldo que
fica também, é de muitas atrocidades praticadas, mas também, dos amores
conquistados, das aventuras furtivas e de uniões desfeitas, como sempre
acontece no mundo moderno atual. É assim que caminha a humanidade no momento
presente. Então o nosso carnaval não poderia ser diferente.
Chegando-se mais para próximos de nós mesmos, em nosso
interior, muitas cidades desistiram de promover a festa momesca, mas em Buíque,
não deixou de ser realizada, apesar de simples, ainda assim, conseguiu trazer
alegria para grande parte de nosso povo. O que tem intrigado a muita gente, é o
fato de que, apesar de ter sido financiada a festa momesca, por algum recurso conseguido
através da EMPETUR, o que mais se ouvia falar era em nome de três
pré-candidatáveis a vereadores e no nome do atual gestor, o que por lei é
proibido, já que se tratava de uma festa pública e com dinheiro público. Então
no mínimo, o que poderia se fazer referência era tão-somente ao nome da
instituição financiadora do nosso carnaval, menos de promover alguém que
pretende se candidatar e usando de uma festa popular, fazer divulgação do nome,
como se foram eles os patrocinadores, o que não é verdade, porque como é que
eles teriam, por minguada que tenham sido as atrações, promoverem com recursos
próprios, uma festa pública e popular, hem minha gente! - Fato interessante, é
não terem incluído nessa festa-gambiarra de última hora, a inclusão da
Orquestra Buiquense de Frevo, que todos os anos tem participado de nossos
carnavais e esse ritmo musical está no coração de todo e qualquer pernambucano,
independentemente da idade e do tempo.
Então mais uma vez, o que
se pede é que, em nome da transparência que nunca houve nessas duas atuais
gestões, assim como nas anteriores, é que os responsáveis pela festa, seja o
Bloco Semvergonha, ou seja lá o quê, prestem contas de quanto a EMPETUR enviou
para a realização dessa festa, quanto se pagou a cada banda que participou,
mesmo com nomes estranhos inventados de última hora, e até mesmo pela estrutura
montada. Se querem se candidatar, os nomes mais citados desde sábado até o dia
de ontem, então que sejam transparentes para poderem ter a divida credibilidade
de poder chegar na casa de cada buiquense para poder pedir o voto. É assim que
quem é bem intencionado politicamente, tem que agir diante do nosso povo, que
tanto precisa e clama por mudanças na forma como a nossa política vem sendo
conduzida há longas décadas e sempre é o mesmo chuvisco no molhado de sempre e
isso, camaradas, tem que chegar um tempo de acabar de vez.
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