QUEM REALMENTE SOU

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BUÍQUE, NORDESTE/PERNAMBUCO, Brazil
A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

domingo, 22 de agosto de 2010

COLUNA DOMINICAL



  BATENDO O MARTELO 




DEPUTADO MILVERNES CRUZ LIMA

         Lembro bem que, ainda com tenra idade, da vibração política que o meu pai tinha par votar no deputo federal Milvernes Cruz Lima. Não sei lá muito bem da aparência desse político que permaneceu povoando o meu subconsciente desde à década de fins de 50 para início da de 60, mas pelo que ficou gravado, era um senhor já de meia idade, magro, meio alto, de cor parda, usava óculos e como todo político, era bem articulado e falante. Sei que meu pai era o seu ferrenho eleitor, chegando até mesmo a colocar o nome do deputado, como uma homenagem, em seu filho caçula, que veio a ser registrado com o nome próprio de Milvernes Modesto de Albuquerque. Não sei bem se a homenagem foi merecida, pois procurei na internet alguma fonte biográfica do ex-deputado e pouca coisa encontrei, talvez até mesmo por omissão. Pelo que pesquisei, o deputado Milvernes Cruz Lima nasceu em Abará-BA, em 01.04.1919, vindo a falecer em 31.12.1984, aos 65 anos de idade. Sobre a sua atuação política nada descobri, portanto nada posso adiantar, mas o que queria registrar é o fato de que foi por esse deputado federal que o meu irmão veio a ser batizado com o nome próprio de Milvernes.

POLÍTICA DOS CORONÉIS

            Ainda cheguei em Buíque a vivenciar parte da política dos coronéis. Era praticamente o seu finalzinho, mesmo assim ainda presenciei muita coisa em que nada se resolvia na conversa, mas sim na violência, na bala, era essa o delimitador de disputas eleitorais que prevalecia na década de 50/60 e ainda na de 70. Lembro que em 1976, quando Blésman Modesto foi eleito prefeito pela segunda vez, foi um deus nos acuda para que ele viesse a assumir o Poder Municipal de Buíque, que ficava no mesmo prédio onde ainda é hoje o prédio da prefeitura. Derrotar os cursinos na época, foi tido como uma afronta e sei que a confusão foi tamanha, que até mesmo tiro foi dado no centro de Buíque par intimidar e arrefecer os ânimos do lado vitorioso, principalmente Blésman Modesto e assim, não viesse ele a assumir o seu mandato eletivo conquistado com o voto do povo buiquense, que lhe devolveu o poder após dez anos colocado na inelegibilidade por acusações infundadas dos próprios cursinos. Mesmo assim, com a pacificação do Pe. Zezinho, irmão de Anibal Cursino e Dr. Paulo Siqueira, seu sobrinho, que intermediaram, Blésman enfim, veio a assumir o poder municipal de Buíque, mas envolto por uma grande rede de segurança armada na ocasião, inclusive ladeado pelo meu irmão Miltinho, que na época era o dono do Bar Arizona de Buíque, que funcionava na onde hoje era a Padaria de Toinho e Zefinha, que continua nas mãos de outras pessoas. Foi realmente um grande bafafá, mas no final, tudo foi se acomodando aos poucos, mesmo assim, a política de Buíque, nunca deixou de fervilhar como um caldeirão fervente prestes a entrar em ebulição desde o final de uma campanha até o início de uma outra. Tendo assumido em 1977, Blésman Modesto foi prefeito de Buíque até 1982, quando veio ter o seu candidato derrotado para o principiante Zé Camêlo, que lançado por Adilson de Lindolofo, o Gago, numa brincadeira, vindo a partir de então a se candidatar pelo PMDB e terminou por ganhar a eleição, com Arquimedes Valença na vice e se tornar prefeito de Buíque, vindo depois dele, Arquimedes, Dr. Dilson Santos, Blésman Modesto novamente, pela terceira vez, voltando Arquimedes e, por último, chegando ao atual prefeito, Jonas Neto, filho de Zé Camêlo e neto de Jonas Camêlo. Adoentado e já debilitado, Zé Camêlo ainda tentou um segundo mandato a prefeito de Buíque, se candidatando em 2004 contra o seu ex-aliado político, Arquimedes Valença, tendo Blésman Modesto como seu vice, não tendo logrado êxito e terminou por perder por parcos 329 votos, o que representou uma derrota para quem houvera saído na eleição de 2000 com uma vitória de quase 3,8 mil votos em cima do seu opositor Blésman Modesto. Não foi dessa vez que Zé Camêlo voltou a governar Buíque, porém deixando tal tarefa, esse legado político, para o seu filho, Jonas Neto, que impôs como um troco, uma derrota em cima de Arquimedes, de 1.877 votos de vantagem, dando, desta feita, a merecida vingança pela derrota sofrida pelo seu pai, Zé Camêlo, que infelizmente, tendo falecido antes, não teve a alegria de ver o seu filho vir a ocupar o mais alto cargo do poder político de Buíque.

RESQUÍCIOS DA POLÍTICA CORONELISTA

         Infelizmente, Buíque ainda ostenta muita coisa do que restou da política coronelista, quer em menor, quer em maior grau. A percepção dessa política coronelista do passado, se pode notar nas ações centralizadas que se procura implementar nas decisões políticas e nas candidaturas que se procura impor à população, em que prevalece apenas a troca de poder entre castas familiares, quando bem poderia haver renovação para se tentar mudar essa órbita oscilante de poder e o como se governar. Existe ainda muito de imposição por imposição de diretrizes, preferências e vontades dos outros empurradas goela a dentro, como se não existisse ou não vivêssemos num estado democrático de direito, afinal de contas o poder é público, é a chamada coisa pública, ou “res publicae”, de domínio do povo. Quem no topo do poder se encontra ou possa vir a se encontrar, tem que ter ciência própria que ao povo tem por dever e obrigação, obediência, pois na qualidade de mandatário do povo, ao povo compete prestar contas e obedecer, esta é a realidade que muitos tem em conta e de que poucos procuram fazer vistas grossa. O poder é oriundo do refendum popular, é feito pelo povo, para o povo e ele, senhor da razão, é quem deve dar a última palavra e mudar a órbita de poder, é mais do que salutar para a convivência pacífica e democrática de toda e qualquer sociedade, esta é a verdade sem retoques, ou não camaradas!



A FOTO QUE COMPROMETEU BLÉSMAN

           Sair na foto ao lado de adversário político, não é coisa lá muito boa não senhor! -  Que o diga Blésman Modesto quando posou abraçado ao lado do seu antes arquiinimigo Arquimedes Valença, num carnaval buiquense, começando daí o seu inferno astral político e a sua derrocada de confiabilidade perante os seus ferrenhos aliados, que não tinham a menor simpatia pela figura arquimedista e, ao vê-lo de braços dados na multidão junto com seu maior inimigo político da política local, foi uma grande decepção para a maioria dos seus partidários, passando a partir daí a ser visto com desconfiança e terminou por definhar de vez na política buiquense. Não que tenha esse sido o divisor de águas, talvez até tenha sido um exagero, mas tirar uma foto que foi usada à exaustão como anti-propaganda política para degenerar a imagem dele, pode sim ter influído. Matreiro político que sempre foi, Arquimedes talvez intencionalmente, de forma maquiavélica, tirou essa foto junto bom Blésman para liquidar de vez o seu prestígio político, fazendo com que, grande parte de seus aliados ficassem insatisfeitos, o que em parte aconteceu de verdade e assim, segundo sempre disse, “acabar com os “modestos” na política de Buíque”. Pode até ele ter acabado com Blésman Modesto ou para isso de certa forma contribuido, mas com a família, que hoje se constitui numa das maiores desta terra, será difícil, camaradas! – O que tem de “Modesto” por aí afora, não está no gibi! - É a questão hoje de ninguém querer sair na foto com Jarbas ou Serra, porque nenhum político quer sair ao lado de quem provavelmente vai ter a derrota certeira e mortal.



SERRA X SERRA

         Pelo visto, nem o próprio Serra quer sair na foto com ele mesmo, isto porque até uma inserção em seu programa eleitoral, colocou no ar ao lado de Lula. Quer dizer, se Serra coloca a imagem de Lula na sua propaganda eleitoral, é porque a dele não está dando conta do recado. Na verdade, em política, para quem tem vergonha na cara e encara a política com um mínimo de seriedade, não se utiliza de artifícios para mascarar a verdade. Que se faça um trabalho de marketing bem feito, mas que não se procure maquiar a verdade. Jogar farsas e mentiras para o povo com a intenção de somente usá-lo como massa de manobra, para mim, é puro mau-caratismo político de quem da política só quer mesmo tirar proveito. Mostrar um Serra de origem humilde feito um Lula e uma Dilma que nunca pegou em armas, é querer tapar o Sol com uma peneira e mascarar a verdade. Na realidade, não se deve dizer meias verdades, mas sim, mostrar ao povo a verdade real, sem mentiras, sem retoques, para que o povo tenha ciência de quem realmente é quem na política brasileira. Nem Serra foi o menino pobre e humilde que se procura demonstrar que foi, nem Dilma nunca participou dos movimentos armados contra a ditadura militar. Não adianta mentir. As coisas tem que ser mostradas às claras. Essa estratégia marqueteira é por demais equivocada, pois nem Serra é Lula, nem tampouco, é verdade de que Dilma não tenha pego em armas no regime de exceção. O que acontece é que, nem Serra pode ser sacrificado por ter nascido menino abastado, nem tampouco Dilma, por questões circunstâncias e de idealismo político, tenha vindo a pegar em armas contra o regime de exceção. Nada disso vai macular a imagem de quem quer que seja, desde que se diga a verdade sem retoques. Essa questão de pegar em armas e lutar contra o regime, até eu mesmo que vivenciei parte dessa barbárie, confesso, tive vontade de também partir para a luta armada, mesmo assim, fui um "guerrilheiro" de mesa de bar, a exemplo do jornalista matuto William Pôrto e a sua "bombinha" que lhe acode nos ataques de asma.

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