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A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

FUI TOCADO POR UM ANJO DA GUARDA, ATRAVÉS DO DEDO DE DEUS


         Sei não, mas não existe coisa mais angustiante, que nos domina de inquietude e de sofreguidão intermitente, do que nos sentirmos acometido por algum mal, em que pensamos que está para chegar o último momento de nossa vida. É triste imaginar-se sozinho, sem ninguém para lhe dar uma mãozinha, uma ajudarzinha para que as coisas venham a ser contornadas.
         Já passei por várias fases difíceis de a minha vida. Em muitas delas pensei de que realmente seria aquele o último momento vivido e de que estaria realmente próximo do meu fim. É como tudo em sua volta ficar escuro e você olhar para um lado, para outro, querer gritar e de repente, se sentir completamente tolhido da voz, dos movimentos e do querer. A sua vontade própria, parece que sai de dentro de você, como se não mais pudesse se guiar ou orientar os seus próprios passos. É deveras doloroso a gente se imaginar que pode estar prestes a entrar no mundo da escuridão de vez, para nunca mais voltar.
          Numa dessas vezes, o fato veio a acontecer por um ato de violência de um tipo de crime permanente, quando por volta de fins de 1996, fui sequestrado em Pesqueira, juntamente com uma namorada, em que fomos arrebatados por três aprendizes de marginais, ainda jovens, tresloucados, visivelmente drogados e de arma de fogo direcionada para a minha cabeça e de minha namorada à época, dentro do meu próprio veículo, uma velhinha Fiat Elba, de cor cinza metálica. Dominados pelos três marginais, fomos colocados na mala traseira do veículo e deixados de mãos para cima, posta na cabeça, de forma que se pudesse observar todos os atos dos três elementos, que não paravam de dizer, no linguajar deles, palavras de ordem e de que estavam "doidões" e que iam "detonar" a vida desse advogado filho da puta e ficar com a sua mulher. Isso nos deixava cada mais mais nervosos, angustiados, atônitos, e pedíamos insistentemente por tudo na vida para que eles nos deixassem e levassem o carro e o dinheiro que quisessem, o que não seria lá grande coisa, porque eu só estava de posse de míseros 15 reais na ocasião. Começaram a fazer um périplo enervante na região periférica de Pesqueira e depois rumaram com destino à Sanharó. Nas imediações do campo de aviação de Pesqueira, na BR 232, pararam o veículo e disseram, como se já não fora o bastante a nossa tensão, e de pronto foram logo sentenciado, "é vamo parar aqui, detonar esse filho da puta e ficar com a mulher dele". Naquele momento, não soube o que pensar. Imaginei nos meus filhos, que iam ficar sem a minha pessoa, nos demais familiares e disse, meu Deus, tocai o Teu dedo em mim neste momento! - Dai-me a força de um leão! - O interessante foi que, nesse rodeio que os três "malas" fizeram com a gente, pude observar que só existiam uma arma em poder de todos eles, apesar de o líder deles, o que estava dirigindo o veículo, que percebi ser o manda-chuva, porque vez por outra, dizia palavras de ordem para os comparsas ao determinar: (...) Ou "Prego", pega a tua 45 e detona logo a cabeça desse cabra safado, vai caralho!, que hoje só sossego quando matar seja lá quem for, para vingar a morte de meu irmão que foi morto no presídio. Nesse vai e vem de inquietude, nervosismo, descontrole dos jovens marginais, pude perceber, que na verdade eles só tinham uma arma engatilhada e apontada para a minha cabeça e a de minha namorada. Com essa observação, cheguei à conclusão lógica, de que eles realmente só tinham mesmo àquela arma. Não existia 45 porra nenhuma! - Então, ao pararem o carro, nas proximidades do campo de aviação, sentido Pesqueira-Sanharó, pertinho de uma estrada vicinal que dava para um sítio, quando o motorista desceu, deixou a chave na ignição, o que estava no banco do meio, percebi que estava meio grogue, era o "Prego" e o que estava no banco do passageiro da frente, busquei fixar os olhos nele firmemente e, numa questão de segundos, num descuido dele, sem pestanejar, com todas as forças do meu Anjo da Guarda, avancei no indivíduo, agarrei a arma dele com todas as minhas forças das duas mãos, que detonou um primeiro tiro, chegando a quebrar o vidro da porta do veículo e a bala roçar a palma de minha mão direita, que veio a sangrar muito, joguei o sujeito para fora o carro, mas já de posse da arma, o outro que estava no meio, da mesma forma e, ao estarem desarmados, o que dele tomei a arma, gritou: "vamo correr, que o home tomou a arma!". Ainda cheguei a mirar a arma em direção aos três, mas pelo visto, com a força com que tomei a arma do marginal, o tambor da mesma deve ter se deslocado e felizmente ou infelizmente, não cheguei a atirar nos filhos da mãe, que saíram em debandada no meio da escuridão e do matagal. Só pode naquela momento crucial de a minha vida, haver sido guarnecido pelo meu Anjo da Guarda e certamente, para adquirir a força de dominação que adquiri, teve algo a ver com o Dedo de Deus que me tocou naquele momento, senão seria mais um número censitário de homicídios não resolvidos no Estado de Pernambuco. Depois, como a chave ficara na ignição da Fiat Elba, sem pestanejar, sangrando e nervoso, rumei para Sanharó. La chegando, entreguei a arma, relatei os fatos, recebi os primeiros socorros no hospital da cidade, a política ainda fez alguma diligência, mas só encontrou mesmo restos de vidros no local e as marcas de pneus do veículo, quando de minha saída em disparada. O pior é que muita gente de Pesqueira, pois eu estava estacionado com o meu carro na Praça da Estação, onde tinha a loja de revenda da Ford ou da Feira do Doce e da Renda e hoje um luxuoso horel, percebeu o meu sequestro, até mesmo gente conhecida e que trabalhara comigo no Bandepe, mas ninguém tomou nenhuma providência, para se ver quanto o ser humano é insensível com o problema dos outros. Mesmo assim, meus filhos tomaram conhecimento, se dirigiram aflitos à delegacia, chegando o agente de plantão, por sinal meu conhecido, a dizer que só poderia tomar alguma medida, alguma providência, 24 horas depois, o que só viria com essa atitude a encontrar os meus restos mortais, se eu não tivesse reagido com firmeza, determinação e com a ajuda do meu Anjo da Guarda. Foi realmente um fato que não sai de minha mente até hoje e que não encontro uma explicação. Foi o que se pode dizer, um milagre!. Um trauma, diga-se de passagem, para permanecer para o resto da vida.
          Outro fato, se deu quando fui infartado em julho de 2008, em Macéio. Esse tipo de doença, infelizmente, não manda recado. Aparece de vez, mas também, por um certo relapso que a gente tem para com a nossa própria vida. A agonia começou por volta de pouco mais de sete horas da manhã. Fui levado para um posto de saúde do Município de Maceió, que como se trata de saúde pública, só fizeram mesmo me medicarem, dar algumas dosagens de soro, comprimido captopril embaixo da língua, mas nenhum dos médicos, soube diagnosticar que eu estava a partir daquele momento, tendo início a um processo de infarto. Por volta de onze para doze horas, saí do posto e fui para a casa do meu filho, a quem tinha ido visitar, porém a agonia persistia. Não parava de jeito nenhum e como num crescendo, ia cada vez ficando mais incômoda, foi então que sem um plano de saúde, um centavo no bolso, se resolveu buscar um hospital particular, chegando do Hospital do Açúcar, onde lá foi de imediato dignosticado o meu problema e da mesma forma que o caso requeria, fui submetido a um cateterismo e a uma angioplastia e tive que por isso, ficar na UTI por cerca de quarenta e oito horas e mais de uma semana hospitalizado em Maceió. Pior é que a médica especialista que me atendeu de início, foi logo dizendo que em casos como o meu, dificilmente o paciente escapara e mais uma vez, escapei e estou contando a história. Também dessa vez, com certeza, apesar da ajuda médica e da equipe que realizou os procedimentos necessários, fui mais uma vez, acudido pelo Anjo da Guarda, pelo Dedo de Deus.
            Por isso mesmo, é que, nem sempre poderemos nos considerar sozinhos neste Mundo. Tem que existir alguma coisa a nos proteger, para nos guiar os passos, mesmo que destes, por vezes, os demos errantes, mesmo assim, o nosso Anjo da Guarda, o Dedo de Deus, até onde puder, acredito que estarão do nosso lado a nos proteger. Essas foram só algumas das tantas e tantas dificuldades que nesta vida já enfrentei. Existem muitas outras, mas isso será motivo de relato noutra matéria, mas que estamos ligados aquele Anjo da Guarda, ao Dedo de Deus, que sempre nos protegia na infância, disto não se pode ter a menor dúvida. Que Deus seja louvado e que o meu Anjo da Guarda, ainda me livre de poucas e boas, que sei ainda terei que enfrentar pela frente, pois ainda tenho muito de mim para dar e fazer pelos meus semelhantes.

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