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BUÍQUE, NORDESTE/PERNAMBUCO, Brazil
A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

domingo, 30 de janeiro de 2011

BATENDO O MARTELO

Aqui não tem conversa mole não senhor, é prego batido, ponta virada, ok!
NEM SEMPRE É ASSIM
       Apesar de tudo na vida, a gente nem sempre pode dizer uma coisa e pura e simplesmente bater e martelo e pronto. Está feito e acabado. Bater o martelo é uma forma de cada um da gente ser inciso naquilo que faz e busca fazer como forma de mostrar que se é uma pessoa confiável, de palavra e que procura cumprir com os seus deveres e obrigações, salvo melhor juízo. Só mesmo  uma pedra no meio do caminho, para que não se chegue ao intento que se quer chegar, senão é na verdade "prego batido e ponta virada". É assim a palavra dos que sempre deixaram os melhores exemplos de vida e é assim que busco seguir a minha vida como modelo.

MEU AVÔ MANÉ MODESTO
           Exemplos de vida os tenho muito. Um deles vem do meu avô, Mané Modesto. Era um sujeito baixinho, meio franzino, usava chapéu de massa, que era moda da época dos senhores mais respeitáveis ou mesmo por questão de modismo, andava sempre de paletó e falava um português fluente e tinha uma voz mansa, pausada e falava um pouco baixo. Era um homem respeitável em Buíque, afinal de contas, era sobrinho do Padre João Ignácio de Albuquerque, filho de seu irmão, José Modesto de Albuquerque, que certamente lhe proveu de uma boa educação. Quanto se sentava num banco perto da gente, era um "contador de histórias" de sua época de vida. Não era homem de farras, de bebedeiras, na verdade nunca bebeu, mas de mulheres, gostava sim senhor, tanto é, que chegou a ter três famílias, além de sua primeira esposa, Aurora Laerte Cavalcanti. Dessas três famílias, ao todo, teve treze filhos e hoje, a família "modesto" em Buíque, é uma das maiores que existem na terrinha. Mané Modesto, nome que dele herdei, além de suas qualidades positivas, foi uma grande figura humana em Buíque, pois era de ajudar ao próximo no que pudesse. Apesar do Padre ter sido o primeiro prefeito republicano de Buíque, em 1904, o meu avô pelo visto, nunca quis se enveredar pelo caminho da política, deixando isso para outros descendentes ou de ascendência colateral, mas ele mesmo, nunca teve a iniciativa de concorrer a algum cargo público em Buíque, mesmo assim, deixou a sua marca na história de nossa terra, principalmente por ter sido um exemplo de retidão, honradez e quando dizia uma coisa, era prego batido, ponta virada. Era homem cumpridor de sua palavra.

OUTROS QUE ESTÃO NO MEU ACERVO DE EXEMPLOS
           Mané Modesto era homem moralista, nem por isso lhe tirava o gosto por "rabo de saia". já meu pai, desde a infância, pelo que tenho conhecimento, era mais irriquieto e treloso. Gostava de uma certa bagunça por onde passava, mas nada que pudesse lhe comprometer a sua herança de homem de bem. Diferentemente de meu avô, aprendeu a tomar umas talagadas daquelas, juntamente com a velha-guarda, sua amiga da época, que era Badefu, Félix Gostoso, Jonas Camêlo, que era seu compadre, Cabo Rocha, João Barrão, que trabalhava com o meu tio Zé Modesto, Zuquinha do Sítio Cigano, Seu Dionízio Evaristo, Cícero de seu Dionísio, entre outros da época que não me vem à lembrança no momento, mas quando ele tomava uma, tomava todas. Parece que, em parte, disso, além de suas boas qualidades, herdei dele também. Meu pai também, não podia ver um rabo de saia, era namorador, principalmente nos dias de feira, aos sábados, em Buíque. Minha mãe ficava fula da vida, mas como toda mulher da época, passava a mão por cima, se enfurecia, mas terminava o dito pelo não dito e tudo voltava ao normal. Mas meu pai também, tinha as suas boas qualidade de vida. Era um homem que gostava de ajudar a todos que o procuravam, embora dotado de parcos recursos, mas do mesmo jeito que meu avô, queda alguma teve pela política, só quando Blésman Modesto entrou na política, em 1962, foi que ele passou a ser um aficcionado e admirador do sobrinho, mas nunca passou disso. Por Blésman, chegou até mesmo a brigar e arrumar confusão, mas coisa de somenos importância, pois disso não passou. Coisa somente de política, sem enveredar pela violência, que nunca foi uma marca registrada da família "Modesto". Um dos fatos do qual nunca me esqueci e que vou carregar comigo para o túmulo, foram os cinco tiros dos quais meu pai foi alvo, em frente ao Mercado Público, esse mesmo que ainda existe em Buíque, na década de sessenta, mas por milagre, não foi alvejado por um tiro sequer. De meu pai também tirei o supra-sumo do que de melhor ele poderia me dar para a minha formação de vida. Apesar de seus erros e defeitos, ele também tinha na palavra o "prego batido, a ponta virada". 

DA MINHA MÃE, POSSO DIZER, MINHA HEROÍNA
         Não sei bem da história, mas minha mãe era de Bom Conselho e meu pai, na época do namoro, saia de Buíque por dentro, pelo Amaro, acho, montado num burro, para ir namorar à minha mãe em Bom Conselho. Era uma longa viagem, mas ele se dava ao sacrifício. Adelaide Alves de Albuquerque, para quem não sabe, é da família dos conhecidos "Bedêus" de Buíque, mas que todos eles tem origem em Bom Conselho. Da família de minha mãe, cheguei a conhecer a minha avó, que se chamava Antonia, menos o meu avô materno. Ela era uma pessoa também franzina, de estatura mediana, não muita alta, branquinha, mas uma velhinha fina, também de voz mansa e pausada. Dizia minha mãe, que quando me levava ainda pequenino para visitar a casa de minha avó, ela ficava fula da vida pela bagunça que eu fazia na casa da "velha", porque até a prataria, eu chegava a quebrar. Detalhes à parte, mas minha mãe, sempre foi uma batalhadora. Mulher que para as condições da época em que vivia ainda chegou a ter treze filhos e desses, somente seis sobreviveram e somente cinco, hoje, ainda estão vivos, em face de uma irmã ter sido vítima de acidente de trânsito na avenida São João, em São Paulo, onde residia com a sua família. Os filhos que minha mãe perdeu, foi mais por questões de falta de acompanhamento médico, que não existia nos padrões daquele tempo, por abortos espontâneos em face de não assistência médica e das dificuldades próprias da época. Pois bem, minha mãe, sempre foi uma pessoa lutadora, batalhadora, morava, quando nasci, no Sítio Cigano e, como queria o melhor para a gente, lutou, lutou até que mudamos para a cidade, primeiramente, fomos morar na Av. São João, em frente à Cadeia Pública daquela época, depois, na Rua Amélia Cavalcanti, que só tinha uma ruelazinha de lado da parte de baixo da rua, porque o resto era rodeado por regiões desabitadas e, nessa mesma rua, morava a sanfoneira de oito baixos, a velha cega, conhecida por "Faga". A luta de minha mãe, embora não fosse diferente do meu pai, mas sem o tino dela, a insistência dela, não teríamos tido a educação pela qual ela tanto lutou e nos queria por todos os meios dotar. Antes de morrer, acredito que a maior alegria dela, foi me ver sendo o orador de minha turma de Direito e recebendo o meu canudo de Bacharel em Direito, fato que meu pai, infelizmente, não pôde assistir, por haver falecido havia poucos meses antes mesmo de minha formatura, coisa que me deixou entristecido, mas minha mãe, na verdade, foi a maior guerreira, foi a minha heroína e ela sim, o que dizia, era na verdade, "prego batido e ponta virada mesmo", não tinha meia-conversa não senhor! - Era o que dizia e pronto. Era mulher bravia, batalhadora e de palavra. Gostaria ainda, pelo que ela foi para nós, de prestar-lhe uma homenagem em nossa cidade, pelo menos ter o seu nome grafado em uma de nossas ruas, é o mínimo que posso fazer pela memória dela, além claro, de jamais esquecer do que de melhor ela pôde me dar, que foi educação, formação moral e dignidade humana, não só a mim, mas também, aos demais irmãos.

FLASHS DA VIDA
        Na minha coluna de hoje, o que me propus mesmo a escrever, foi sobre alguns flashs de minha vida e de alguns fatos de meus familiares que me vieram à mente. É sempre importante quando temos uma base de vida fincada numa família e quando dela procuramos sempre herdar o melhor. Não que sejamos perfeitos, isso não é nunca foi o meu particular objetivo, pois a ninguém é dado o direito de ser perfeito, pois só a Deus é que é dado esse atributo e a mais ninguém. Claro que não somos certos também em tudo que fazemos ou naquilo que procuramos ser como pessoas humanas, mas na minha conduta de vida, apesar de falhas pontuais, procuro sempre dar o melhor de mim. Se assim não venho a ser entendido, que me perdoem os que assim não assimilam, mas não procuro fazer o mal a ninguém se o bem não puder fazer. Sei que em muitos casos não sou compreendido, ou até mesmo, não busco me compreender, mas na verdade, procuro no meu decurso de vida ser eu mesmo, não a ponto de bater o martelo e pronto! - Está feito e acabado, até porque, por imposição profissional, a gente não pode ser o dono da verdade, mas agir com decência, dignidade e honradez, sempre foram bandeiras que busquei na vida empunhar. Se diferente alguém puder pensar, que olhe para trás ou procure atirar a primeira pedra, pois na verdade, somos um misto de perfeições naquilo que nos achamos perfeitos e imperfeições, naquilo que erramos e não achamos que estamos errados. Se erramos, esta é a verdade, devemos estar prontos para dar a mãe à palmatória, afinal de contas, errar é humano. O que não se admite é permanecer sempre no erro, pois já passa a ser burrice. Pois só assim, é que podemos "bater o prego e virar a ponta", ou não camaradas!   

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