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sábado, 12 de fevereiro de 2011

A POLÍTICA COSTURADA PONTO A PONTO

BANCADA DE FRALDAS - Pois bem, a bancada apelidada pela imprensa, de "bancada de fraldas", formada pelos deputados na casa dos vinte e um aos vinte e cinco anos até a casa dos trinta, a exemplo de Claudiano Filho, Leonardo Dias, Sílvio Costa e Daniel Coelho, pelo visto, pelo menos para os dois primeiros, vão ter um pouco de dificuldades para se enquadrarem nas nuances legislativas dos trabalhos da Casa de Joaquim Nabuco. Os dois primeiros, que são filhos respectivamente, dos ex-deputados Claudiano Martins e Romário Dias, vão ter que aprender algumas lições de dentro de suas próprias casas, mas como diz o ditado popular de que "filho de peixe, peixinho é", se acredita que não irão ter muitas dificuldades de se adaptarem às regras regimentais do legislativo pernambucano. Vamos esperar para ver a atuação de cada um. Quanto a Sílvio Costa e Daniel Coelho, que já são veteranos, apesar de jovens, já estão familiarizados com as regras do jogo político.

IMATURIDADE - Mesmo assim, Daniel Coelho, com a sua experiência e conhecedor dos traquejos políticos, deu uma "pixotada" ao querer ser líder da oposição, quando o seu partido, o PV, em decisão de sua Direção, acordou e firmou aliança com o Governo Eduardo Campos e o seu presidente, ex-candidato a governador, Sérgio Xavier, aceitou ocupar a Secretaria do Meio Ambiente do Estado, o que deixou o jovem deputado, ao querer se tornar líder de oposição, quando o seu próprio partido aderiu ao governo, numa situação delicada, que poderia até deixá-lo no ostracismo político e no isolamento, o que não seria nada positivo para ele. A manter a sua posição, a tendência é fazer oposição a ele mesmo. Na verdade, "toda unanimidade é burra", como dizia Nelson Rodrigues e, em assim sendo, não é lá muito boa coisa para o jogo democrático. Se o governo tem maioria, mas que se tenha também, uma oposição que não dê trégua quando estiver em jogo os interesses do povo, dos quais os seus representantes no Legislativo, devem abrir a boca, fiscalizar e zelar. É assim que funciona um regime democrático. Não pode existir unanimidade, porque em sendo assim, é pura burrice.

ROMÁRIO DIAS - Nos quatro anos em que estive no Recife, entre os anos de 2000 a 2004, através do amigo e advogado Dr. Donizete Oliveira e Silva, mais conhecido como Dodó, natural de Itaíba, que o conheci ainda estudante quando morávamos juntos numa república, na Rua Gervásio Pires, cheguei a advogar na área trabalhista, na Vara do Trabalho de Carpina, para o deputado Romário Dias, que na época era o Presidente da Assembléia Legislativa. Com isso cheguei a conhecer parte de sua família, estive por várias vezes em seu escritório em Boa Viagem e na Presidência da Assembléia para tratar de assuntos jurídicos. Sempre me pareceu uma pessoa de fino trato. Na época ele era do PFL, odiava Lula, aclamava Jarbas Vasconcelos, mas como em política tudo pode, seu filho Leonardo Dias, o popular "Léo", chegou a ser eleito deputado estadual pelo PSB, de Eduardo Campos e ele, se tornou Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, com o beneplácito do próprio Eduardo, a quem fazia oposição. É como digo, "em política, não existe o senão, o nunca ou o jamais".

REPÚBLICA ESTUDANTIL - Entrei no Banco do Estado de Pernambuco - BANDEPE, em 1975, após prévia aprovação no primeiro concurso público realizado, porque antes era na base do QI (Quem indique). Lotado inicialmente na agência 033, em Buíque, trabalhei cerca de um ano. Como queria estudar curso superior, pedi transferência para o Recife, indo trabalhar na matriz, na Rua Cais do Apollo, naquele edifício bem alto, imponente, localizado à margem oposta ao Rio Capibaribe e de costas para o mar. Foi justamente nessa época, que primeiramente, vim a morar em pensões, para, depois, em comum acordo com um grupo de conhecidos, a maioria de Arcoverde, formarmos uma república e fomos morar no Edifício Irene, na Rua Gervásio Pires, lá permanecendo por um bom tempo. Por aclamação dos colegas, fui logo levado ao cargo de presidente da república estudantil, talvez pela difícil tarefa que tinha pela frente, para administrar um grupo de estudantes, dos quais uns poucos tinham objetivo de vida, outros mais, só queriam mesmo farrar, tomar todas e gastar o dinheiro da mesada dos pais, a pretexto de estarem estudando no Recife. A convivência entre pessoas com cabeças pensantes divergentes, nunca deu muito certo, mesmo assim, ainda conseguir conviver com o grupo por um bom tempo, para, depois, voltar a viver numa pensão na Rua Corredor do Bispo, onde fui morar com um outro colega, agora de Buíque, Newton, filho de Nilton da Farmácia, hoje professor de matemática, só vindo a deixar dita pensão, quando cheguei a me casar em 1979. Foi nesse tempo que vim a conhecer o amigo Donizete (Dodó), o qual ainda mantenho um bom relacionamento e mantemos contato sempre que podemos.

OS REPUBLICANOS ESTUDANTIS - Dos que me vêem à memória, formavam o grupo da república da qual eu era o presidente, Albérico Pacheco, Donizete Oliveira (Dodó), Zezinho da Livraria Atual, Antonio Quinto, Ubinho, um baixinho que não lembro do nome, mas que era de São Domingos, de Buíque, e um baiano, que era um estudante de engenharia química da UFPE de mão cheia. Foi nesse meio termo que cheguei a passar no vestibular que prestei para o Curso de Engenharia, na UFPE. Na véspera do resultado do vestibular que prestei, não dormi à noite. Fiquei acordado e quando foi à madrugada, fui ver o listão na Universidade Católica, do resultado, procurei, procurei e nada de encontrar o meu nome. Ia e vinha e volta e meia, voltava a procurar novamente com avidez e, em determinado momento, paro e não acredito no que vejo, o meu nome estampado na listagem. Fiquei sem voz, não sabia o que fazer: se gritava, se corria ou se sorria. Só sei que depois disso, fui ao trabalho e, um colega de nome Valter, já sabia que eu havia passado e sem pedir licença, foram logo com uma tesoura em punho, cortando o meu cabelo, me obrigando a raspar a careca e o banco me deu folga para comemorar. Sei que foi muita comemoração por ter passado em 1977 no meu primeiro vestibular. Comemorei no Recife e depois vim comemorar com os familiares, dos quais, o que mais vibrava e mais me incentivava era meu irmão Miltinho. Em Buíque, tomamos todas e comemoramos à exaustão, até aonde não dava mais. Foi comemoração demais. Depois, diante das dificuldades após o casamento, tive, após fazer um concurso interno no banco para ocupar um posto mais elevado, que voltar a morar em Buíque, me obrigando, após três anos de curso de engenharia a trancar a matrícula, e nesse meio termo, vim a perder o vínculo com à universidade. Mas como tinha como objetivo fazer um curso superior, não me aquietei e após um longo tempo sem pegar num livro didátivo, vim a fazer vestibular pela segunda vez, agora no ramo do Direito, em Caruaru, chegando da mesma forma, a passar em mais um vestibular. Bem, o Curso de Direito, iniciado em 1985, finalmente o terminei no ano de 1990 e, hoje, apesar dos percalços que a gente tem que enfrentar por conta da profissão, mesmo assim me sinto realizado por ser um Advogado com "A" maiúsculo, mister que faço questão de levar à sério e  do qual venho militando por esses vinte anos com muito orgulho e honradez por ser ADVOGADO.

SEMPRE LIGADO NA POLÍTICA E EM BUÍQUE - Transferido do Recife, para trabalhar no Bandepe de Buíque, acho que por volta de 1981, alguns anos depois, por questões de pressões da mesquinharia política local, pedi transferência e fui morar com a família, pois já tinha três filhos, em Pesqueira, onde cheguei por dois períodos distintos, a permanecer por cerca de dez anos. Não tenho o que reclamar, pois em Pesqueira, alarguei o meu leque de amizades e de conhecimentos.  Apesar de ter passado parte de minha vida fora de Buíque, nunca me desliguei do meu lugar, por a ele estar ligado umbilicalmente e, por isso mesmo, é que sempre tenho me metido no meio da política, quer queiram alguns, quer não queiram, mesmo assim, dentro dos meus direitos e garantias fundamentais, enquanto puder, vou continuar fazendo política em Buíque, até por que, como sempre tenho dito, a política é como um rio a fluir pelas minhas artérias jorrantes. Não adianta querer dizer o contrário, porque assim estaria sendo um mentiroso e eu não nasci para mentir. Nasci para dizer a verdade sem retoques, mesmo que ela venha a contrariar interesses ou a doer a quem doer. Não tenho papas na língua e se puder, pois ainda estou vivo, ainda pretendo disputar um mandato eletivo em minha terra. Quanto a se eleger ou não, só o povo, detentor do voto e senhor da razão, é quem vai decidir e na voz do povo, a gente aceita pacificamente e se cala. Mas enquanto eu tiver voz, não me calarei diante dos desmandos, desacertos e falcatruas que tanto se cometem mundo afora. Não sou um paladino das bandalheiras, mas sim, da honradez, da verdade, da moralidade com a coisa pública e da fidelidade.

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