O conhecidíssimo Miró da Muribeca, tão
aplaudido como poeta popular da cidade do Recife, é realmente uma grande
figura. Vive a vida que ele mesmo escolheu, da forma como quer e entende. Por
isso mesmo, é na embriaguês da vida, talvez venha a esquecer das tantas mazelas
da pobreza em que vive com sua mãe, no paupérrimo Bairro do Recife, Muribeca,
que por isso mesmo faz de improviso, as suas poesias de cunho estritamente
social.
É um poeta do povo, porém adorado pela
classe intelectual recifense. Suas poesias, em seus recitais, retratam o dia a
dia da favela, do povo pobre e humilde, com o qual divide o seu dia a dia. Miró
é povo, reflete o seu sentimento de vida, de condição social, por isso mesmo, é
que até mesmo o Teatro Santa Isabel, lhe dá espaço para apresentar suas poesias
recitadas, com o sentimento da embriaguês da vida e do ser humano que está
dentro de cada um de nós e isso, nos toca no peito.
A poesia, não é para os insensíveis, mas
sim, para quem tem alma, sentimento, sofre na vida, vive amargurado e a
tristeza dentro de si e, não necessariamente nessa ordem, mas é justamente
quando alguns desses sentimentos mais se manifestam, que surge a poesia,
escrita ou falada. Existem até poetas populares que sequer sabem ler, mas são
bons na poesia, foram moldadas no intelectivo poético, prova de que, o talento
poético não é mister e jamais foi, de quem é letrado, dos possuidores de um
canudo, mas que vem dentro da alma de cada um que faz poesia, escrita ou
falada.
Veja aí a plenitude de poesia falada
dessa menina que ganhou em São Paulo o prêmio Slam BR, de POESIA FALADA e, para
o ano, vai para a França, participar da disputa do mundial. Ela é, como Miró,
recifense, certamente, de um estamento social da base e isso, só nos deixa
orgulhosos com tamanha façanha, até pela capacidade dela, em decorar e declamar
com o sentimento de mundo, uma extensiva poesia que fez em homenagem a
Pernambuco e ao povo nordestino, até mesmo, tirando onda do paulista, dizendo
em sua declamação, que o paulista, por ser do Sudeste, deveria por isso, ser
chamado de “Sudestino” e de que, lá também não estudam geografia, porque não
sabem que no Nordeste existem nove estados e, pediu respeito, por nos chamaram
de paraibanos, quando na realidade, somos nordestinos, temos muito para
mostrar, principalmente Pernambuco, que tem Capiba, Chico Science, Manuel
Bandeira, Mombojó, e tantos outros talentos e intelectuais, que o resto do
Brasil certamente quereria ter, no entanto não tem e isso, nos deixa, por
sermos pernambucanos e nordestinos, extremamente envaidecidos. Parabéns Miró da
Muribeca e a jovem, Isabella Puente. Vocês são o máximo na poesia popular de
nossa gente e aparecem por merecer!
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