QUEM REALMENTE SOU

Minha foto
BUÍQUE, NORDESTE/PERNAMBUCO, Brazil
A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

AÇUDE DA PENHA DE BUÍQUE


              Descrito com precisão no livro de Graciliano Ramos, Infância, ainda tenho vagas lembranças do Açude da Penha de Buíque, que ficava por trás do Açougue Público. Já o conheci na sua fase final, cheio de lixo,  lama e água suja, mas que esse açude fez história disto não tenho a menor dúvida. A cidade na época, como o próprio escritor descreve em seu livro, tinha a conformação de um corpo aleijado, como ainda  hoje, mesmo tendo crescido e alcançado limites nunca imaginados, continua aleijada e desorganizada. Não existe ainda uma lei urbana ou um código de postura para que se delimite até onde pode avançar uma construção acima do primeiro andar na linha horizontal. Vê-se de logo, para quem vem à Buíque, construções que ferem a arquitetura e o que é pior, não existe também uma lei pública para preservarção do patrimônio histórico e cultural, que começou a ser destruído no governo de Anibal Cursino, quando prefeito de Buíque, ao destruir a histórica Escola Duque de Caxias, onde eu, meus irmãos e  muita gente desta terra aprederam as primeiras letras; onde Dona Dodoce, Aderita Cursino, Dona Lenira Cursino, Diva, Lilia, Edna França, Vanda de Blésman, ensinaram como professoras do município. Também nesse governo, foi destruída a velha Bibioteca Pública Municipal, que ficava localizada onde hoje é o prédio do Fórum de Buíque. Até mesmo a casa em que Graciliano Ramos morou em Buíque, onde veio a aprendear as primeiras letras, nos idos de 1894 a 1898, consoante o mesmo descreve em seu livro, não foi tombada como patrimônio público de preservação da nossa história e hoje é uma casa comercial. Na verdade povo que não preserva a sua própria história é povo sem passado, sem presente e sem memória. Muitos dos que tem nomes de ruas e foram personagens importantes do nosso passado, ninguém dos novos praticamente conhece, o que é inadimissível. A história faz parte da vida e da memória de cada povo e ao falar do Açude da Penha, já na sua fase terminal, me veio à memória outros assuntos, como os que relatei nesta ocasião.

Nenhum comentário: