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A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

sábado, 13 de março de 2010

UM HOMEM DE FERRO E DE FINA FLOR

         Tenho meu irmão mais velho como um herói. Na realidade sempre o foi. Desde que nasceu das entranhas de minha mãe, já se pôde sagrar-se um herói, porque quem nasce para este mundo já pode se dizer um herói após vencer uma primeira batalha na vida e quantas não foram as batalhas enfrentadas pelo meu irmão Miltinho. Foi para São Paulo na década de 60; lá trabalhou de pedreiro, lutou, levou toda a família para àquele inferno de pedras, ganhou alguns trocados, na década de 70 volta para Buíque, seu mundo primeiro, seu cordão umbilical; sonhou em ser político, em face de sua honestidade e seriedade em querer fazer o bem ao próximo, mas na realidade, honestidade e seriedade não é bem da seara do mundo político. A política está mais para quem é semvergonha e saláfrario que para os homens honrados e honestos. São poucos os que sobram no mundo político, não raro aparece alguém, mas é um genes raro. Tem que ter muita fibra para ser um político honesto. Em Buíque Miltinho adquiriu uma mercearia da família de Mané Grilo, depois transformado no Bar Arizona, quando em 1972 voltei de São Paulo, jovem de pouco mais de vinte anos, cheio de idéias, procuramos montar algo mais moderno, e foi assim que surgiu um dos bares mais modernos e importantes de Buíque naquela década. Era na realidade a coqueluche do momento. Bebericar no Bar Arizona era coisa de gente chique mesmo. O negócio foi crescendo e Miltinho achou por bem se mudar para Arcoverde e também, de ramo. Se iniciou no ramo de panificação, ao comprar um gangorra no Bairro de São Cristovão e a partir de então começou a crescer, chegando a possuir cinco panificadoras em Arcoverde. Na década de 90, como tinha um sonho político acalentado dentro do seu eu interior, de lá partiu para se candidatar a um mandato eletivo para Prefeito de sua terra, Buíque, isto, claro, com o meu aval, não nego que tive culpa no cartório também e de que sempre quis entrar na política, uma de minhas paixões. Em Buíque, se juntou com uma cambada de cabos eleitorais aproveitadores que só queriam mesmo pensar nos seus próprios botões e terminou por ter um baque danado no que tinha construído ao longo de sua vida, e quando se deu por conta, havia entrado num buraco negro que não tinha como sair na ocasião. Foi para ele, uma experiência traumática, de traidores de plantão, que só queriam mesmo usufruir e enterrar o outro para poder se eleger. É assim em política, é o diabo derrubando a própria mãe para se eleger. É triste dizer tudo isto, mas é a mais pura verdade na praxe política. Política do ponto de vista científico, como a sonhávamos como um meio de transformação social, é a coisa mais interessante na sociedade politicamente correta e organizada, entretanto, como os políticos salafrários e usurpadores, a política não passa mesmo de um meio de tansação e de enriquecimento ilícito, para políticos desse naipe, quebrar um outro pouco importa. Mas meu irmão Miltinho nunca desistiu. Sempre foi em frente e eis que finalmente, apesar de tantas noites mal-dormidas, tantas madrugadas que sempre se levantou para abrir o seu negócio às quatro horas da manhã, ainda assim, está conseguindo superar todas as sacanagens que lhe fizeram, todos as usurpações das quais se apoderam matreira e indevidamente. A tais elementos, o meu repúdio, pois não deviam sequer participar mais de política, pois não passam de crápulas travestidos de maus-políticos. Miltinho, querido irmão, você para mim, como um dos poucos políticos brasileiros de Pernambuco, que foi Gregório Bezerra, é também "UM HOMEM FEITO DE FERRO E FLOR". A meu irmão, a minha mais sincera homenagem. Você merece tudo de bom. Que Deus seja sempre a tua companhia na batalha de vida que ainda hás de enfrentar.

Na foto: Eu, Miltinho, Til do Carneiro, Rômulo Camêlo, Dornélio Modesto, Sebastião França (já falecido), entre outros, na fundação do PPS em Buíque, na década de 90.

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