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sábado, 19 de junho de 2010

RÉQUIEM À RESSACA E À MORTE

           


               Até parece nada fazer sentido neste mundo. Tudo está muito conturbado, confuso e não dá para entender nada ou quase nada. Se algum tempo passado as coisas tinham uma razão de ser, atualmente tudo parece não mais ter razão alguma de nada ser, pois coisa alguma faz sentido. A banalização tomou lugar daquele sentimento mais puro e belo de outrora, e já não há mais o cantar dos passarinhos no orvalho matutino. A mãe natureza já não exala a pureza do ar, nem tampouco podemos sentir na face o toucar do vento molhado do orvalho da manhã.

             O homem, pior animal do planeta, deixou de pensar na natureza como elo principal da vida. Sem sentimento de mundo ele destrói tudo que encontra a sua frente em nome do lucro fácil, da riqueza e da ganância. Amor não se tem mais. Tudo não passa mesmo de artificialidades e mercantilismo. Tudo, mas tudo na vida mesmo, é mais um produto no mercado: a beleza, a pureza, a inocência, a crença, Deus, Jesus, isto tudo, banalizado em nome do poder, do dinheiro fácil e de uma fé em que não se vê mais a existência do desconhecido a quem a humanidade deveria venerar sem questionar, que é o Deus Onipresente, Onisciente e Onipotente.

              É nesse emaranhado de coisas tão confusas que nos lembramos daquele cabaré de Mariazinha, lá da ponta da rua, onde adentrávamos rostas horas da noite para não sermos notados; onde íamos buscar o doce toque do amor das belas raparigas, das viagens do sexo incontido e das belas noites tocadas pelos cavalgar do amor e dos sonhos não mais sonhados neste mundo infectado pelas mazelas da promiscuidade e do castigo que vem da evolução e da ganância do ser humano.

             Atualmente, se vive num mundo verdadeiramente de maldades e de futilidades. Não que queira discriminar quem quer que seja, mas a “safadege” tomou conta da retidão e o bem-querer, da desolação. Aí é que muita gente procura se enebriar no vício, seja de qual droga for, principalmente na droga etílica legalizada e, no outro dia, vem a famigerada indigestão da ressaca, da vontade de enfiar a cabeça num buraco sem fundo e de sumir da vida. É assim o sentimento de uma ressaca pesada. Para quem tem sentimento então, se vê prá lá de Bagadá e quase não dá prá agüentar tamanho sofrimento com as conseqüências que os malefícios da etilidade da vida podem trazer para o ser humano. Mas em síntese, camaradas e ex-companheiros de copo, pode-se até querer se desesperar, mas a ressaca da vida de todos nós, é suportável na medida que vamos procurando ter um pouco de paciência, descanso, paz de espírito, senão, não dá mesmo para agüentar uma pesada ressaca. Por isso mesmo, a minha impressão que fica de uma pesada ressaca, é dela fazer “um réquiem à ressaca e à morte”, de tão crudelíssima que pode se tornar o efeito “orloff” de quem toma uma daquelas, aonde tudo são flores, tudo é fácil de ser resolvido, no mundo da viagem fantasiosa todo mundo a tudo pode, dinheiro não é problema e, no outro dia, de bolsos vazios, de sonhos desfeitos, nada mais se pode fazer, a não ser curtir uma pesada ressaca, que manda o indíviduo para os quintos dos infernos como num vai-e-vém incessante.

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