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A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

domingo, 18 de julho de 2010

A TROMBETA DA SERPENTE - REMOENDO O TEMPO E OUTROS ASSUNTOS







TEMPOS MODERNOS

        
           Os jovens de  hoje, em grande parte "não estão nem aí" para as coisas sérias da vida, ou sequer ligam para coisa alguma, não sabem o que foi o mundo vivido com emoção, sensibilidade e respeito ao próximo que muitos de minha geração e de meus ancestrais viveram. Não existia essa revolução e avanços tecnológicos do mundo de hoje, mas a vida era mais singela, mais valiosa e mais emocionante do que é ela na atualidade. Claro e evidente que o jovem deve em determinados momentos, se desligar mesmo do mundo, dos problemas e viver de verdade, entretanto, nem sempre é assim no mundo moderno de hoje em dia. Não que eu e meus pares também não tenhamos vivido os nossos momentos importantes de vida, mas o sentido das coisas a nossa volta era bem mais diferente do que o é hoje em dia. As músicas vivenciadas pela minha geração, são àquelas dos chamados LP's, compacto simples ou compacto duplo, que tínhamos a sensação quando de um lançamento de músicas inéditas de algum dos artistas do nosso gosto, de nossa preferência ou de alguma das bandas de nossa época. Os anteriores à minha geração, ainda alcançaram os discos de 78 rotações, isto, claro, para quem tinha posses. Cheguei também, a alcançar em tenra idade, por volta dos meus 08/10 anos, a música rodada em 78 rotações. O interessante, é que para rodar o disco de 78 rotações, era num aparelho chamado de vitrola e só funcionava na base de corda e, para que o disco passasse era necessário se colocar uma agulha no braço rolante em cima do disco. Era interessante se ouvir música naqueles tempos que não volverão jamais. Depois, devagarinho, as coisas vieram se modificando e então, apareceram as vitrolas mais modernas, as radiolas e os sofisticados LP's com dois lados gravados, cada lado com 6 músicas e a rotação era de 33 rps - rotações por segundo. Um avanço da tecnologia da época. Ao mesmo tempo foi lançado os compactos simples e duplos, também em 33 rps. Os compactos simples tinha uma música de cada lado e, os duplos tinha duas. O interessante nessa modalidade de gravação de músicas naquela época, em face de ser o material na base do vinil, ninguém pirateava os lançamentos e ficávamos ávidos para aumentarmos a nossa discoteca com os novos lançamentos de nossa preferência musical.


JOVEM GUARDA E OS THE BEATLES


               O movimento da jovem guarda, surgiu por volta do início  da década de 60, vindo a se alastrar até parte da década de 70. A inspiração veio com o surgimento do novo rítimo musical americano o "twist", que se ramificou como uma febre, por parte do mundo onde os Estados Unidos mantinham os países encabrestados às suas influências do modismo que lançavam e do modo de vida. Ainda se vivia a época do "o que é bom para os Estados Unidos é também bom para o Brasil". A guerra fria ainda estava no seu auge mais ofegante e a guerra do Vietnam dizimava vidas de forma inexplicável, só para atender e satisfazer a senda anticomunista dos americanos, mas foi daí que eles tiraram uma grande lição e de lá saíram como perdedores, derrotados, foi quando vieram a ter consciência que o preço da guerra não valia a pena. Os próprios americanos se levantaram contra à guerra fratricida e desnecessária e os protestos pipocaram por toda parte do mundo. Foi aí que muitas músicas de protestos foram criadas contra a guerra e muitos conjuntos musicais também apareceram. No Brasil o movimento da jovem guarda teve muito de influência do estouro dos quatro cabeludos britânicos de Liverpool, surgidos em 1960, os The Beatles, que se tornou uma das bandas comercialmente mais bem-sucedidas da história da música e tiveram muito a ver com o movimento da rebeldia oriunda da jovem guarda brasileira. O foco de todo esse movimento passou a se massificar com a televisão, precisamente na TV Record, quando de sua estréia em 1965, apesar desse movimento ter surgido em 1960. O movimento foi liderado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia, passando daí a surgir vários outros ícones do movimento jovem daquela época. A influência dos cabeludos britânicos de Liverpool se dava pelo uso dos cabelos compridos, as calças lee desbotadas, que eram importadas dos Estados Unidos, as calças bocas-de-sino, enfim, todo modismo da época vinha em parte dos britânicos e dos americanos. Ouvir música americana naquela época, era coisa de quem era realmente da moda, ou em liguagem equiparada de hoje, digamos que seria "teen". Era emocionante as músicas que nos fazia deleitar, viajar, paquerar e viver a ternura e a simplicidade que ainda era uma marca registrada vivida por todos. Depois vieram movimentos de rebeldia, como sempre acontece com a juventude e novos movimentos de jovens com a mistura de música, rock and roull e drogas, foram se alastrando mundo afora. Caetano entre outros, também surgiram com a jovem guarda, vindo depois a formarem o seu próprio movimento, o chamado tropicalismo, em oposição à jovem guarda, juntamente com Gil, Geraldo Vandré, Gal Costa, Maria Betânia,  que hoje forma o círculo de ouro da MPB.


O SENTIMENTO DE EMOÇÃO


       Nos tempos modernos de  hoje, não mais existe a sensação de lançamento de um novo exemplar discográfico para o deleite dos fãs, nem que venha a se ter àquela sensação de expectativa e emoção. Antes a gente ia a uma loja de discos e indagava ao vendedor: já saiu o disco do conjunto tal ou qual, ou já foi lançado o disco do cantor fulano ou beltrano. Se criava uma expectativa por antecipação, uma sensação de avidez e de espera por uma nova obra musical. Hoje não mais existe emoção, nem tampouco a expectativa de se esperar uma música inédita de seu ídolo, pois antes mesmo de se lançar a novidade ela já está pirateada nas ruas, nas feiras de mangaios e nos sites da INTERNET. Acabou de vez a emoção de você adquirir um novo LP do seu conjunto musical favorito, do seu artista preferido, pois na modalidade de gravação de hoje em dia, apesar da facilidade, se deu por morta a emotividade de se adicionar mais um LP para à sua discoteca. Coleção de CD's descartáveis e piratas, não vale mais à pena. Música hoje você compra até de mil ou mais num só lugarzinho armazenadas. O sentimento de emoção de se comprar um novo LP foi pelos ares e o disco de vinil, que não existia meios para pirateá-lo, não voltará jamais, por imposição de sinais dos tempos modernos. Oh! doce tempo, tempo este que não voltará jamais! - Foi tempo de riqueza, de beleza, de emoção, que só existe mesmo nas nossas lembranças e em nossos corações. Quando escuto uma daquelas músicas que me marcaram época, é como o tempo volvesse sem que eu pudesse alcançá-lo e os olhos sem querer, começam a marejar, a garganta a apertar e o velho coração a saltitar, lembranças das lembranças de um passado que não voltará jamais  e assim, até que venha naturalmente ou por qualquer outro meio que seja, o nosso fim, temos que suportar o dor no peito por não mais podermos viver AS FORTES EMOÇÕES VIVIDAS.




A VIDA QUE VIVI
      Claro que na minha época, se tinha as peculiaridades de vida completamente diferentes do modo de vida de hoje. Na verdade cada época tem as suas características próprias. Não vou dizer que não existiram violências escabrosas, isso sempre existiu desde que o mundo é mundo e passou a se viver em sociedade. O que não se pode dizer, é a proporção de violência a que se chegou nos moldes atuais, e a insignificância que a vida do próximo tem hoje em dia, aonde se ceifa a vida de alguém sem a menor justificativa. Se mata só para se ver o tombo, como se diz no popular. O vício da mesma forma sempre existiu, só que em menores graus e diversificação de drogas que existem no momento. Os usuários da época estavam mais para o LSD, o haxixe, a maconha, pelo menos eram essas as mais conhecidas. Não que fizesse parte de algum grupo que usasse drogas ou que já de alguma delas cheguei a fazer uso ou mesmo provar por provar só para sentir a reação, isto não, nem mesmo a bebida alcoólica fez parte de minha juventude nos meus poucos anos de vida, o que só veio a acontecer mesmo após os meus ainda tenros, vinte anos de idade. Com o movimento beatnik, hippie e o tropicalismo no Brasil, as drogas passaram a ser usadas com maior intensificação, chegando até mesmo alguns ícones da música mundial a morrer de overdose, a exemplo da cantora do soul music Janis Joplin e do maior guitarrista de todos os tempos, Jimi Hendrix, tendo ambos participado do Festival de Woodstock. O festival de woodstock aconteceu há pouco mais de 40 anos de muita história, tendo acontecido no interior dos Estados Unidos em 1969 e até hoje é considerado o maior evento musical de todos os tempos. Ao contrário do que muitos pensam, o festival não aconteceu na cidade de nome Woodstock, e sim em Bethel, que ficava a uma hora e meia de distância. Milhares de pessoas se reuniram em uma fazenda "Max Yasgur" para celebrar o festival com "sexo, drogas e rock  n'roll" "paz e amor" ao som alucinante de Jimi Hendrix e outros astros da música daquela época. O movimento "hippie" se inspirou na filosofia do amor livre, pregada no livro "Utopia", de autoria do escritor britânico Aldous Huxley, que pregava como filosofia de vida, a liberdade das pessoas, o uso livre das drogas e o amor e o sexo livres, em contraposição a higidez comportamental da sociedade que queriam impor aos jovens da época. Foi um movimento de rebeldia que se repercutiu pelo mundo e transformou o modo de vida comportamental de toda sociedade, com exceção, claro, de determinados segmentos que seguem rigidamente determinados preceitos de ordem religiosa. Foi essa então, parte da vida que vivi e presencei, e por isso mesmo é que posso contar do sentimento de ter vivido uma vida muito diferente da vida que hoje muita gente quer levar. Viver é sentir as emoções de cada momento, e se preparar com firmeza para os enfrentamentos de cada dia que se tem que viver e ultrapassar a barreira de cada momento vivido.


BEM, POR HOJE CHEGA!

          Por hoje chega de volver o passado, pois este não volta jamais e remoer o passado, como diz o ditado, é sofrer duas vezes. Mas na formação de vida da gente, sem dúvida alguma, sempre vai se fazer presente o passado que vivemos, a criança, o jovem e a força humana que sempre vai fazer parte de nosso eu, do nosso ser. O sentimento de amor telúrico nunca vai deixar de existir. Ele sempre vai se fazer presente no corpo e na alma de cada um de nós, independentemente da velocidade do tempo a nos tragar e a nos levar para a última viagem da vida ou da morte. Só sei que muito na vida aprendi, muitas coisas boas e ruins vivi, vivenciei e senti. Chorei na tristeza, sorri na alegria e fui levado pela emoção aos sentimentos mais fortes da vida, nos momentos em que muito lutei, batalhei e sai da batalha um vitorioso. Não venci todas as batalhas, pois ainda continuo na frente de lutas e muitas delas, sei, ainda vou vencer. Pode até que não chegue a vencer todas que tenho em mente, mas pelo menos tenho que tentar até o último pestanejar das pálpebras. Amigos fiz, inimigos se tornaram gratuitamente de minha pessoa. Não fui o santo esperado, mas fui o homem possível e passível de qualidades e defeitos. Posso até ser reconhecido mais pelos defeitos que pelas minhas qualidades, mas tenho consciência de que fiz muito mais coisas boas do que coisas ruins. No final de contas, quem vai me julgar não é um simples e reles ser humano qualquer, mas sim, a Força Maior que vem do Mistério de vida em que vivemos e história de minha vida que  há de se perpetuar através de meus pósteros. Acaso algo de negativo tenha cometido, que se tire como exemplo o que de positivo realizei e deixei. Não quero o mal para ninguém, pois se este não o faço, o bem que sempre quis, é o que procuro fazer. 




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