QUEM REALMENTE SOU

Minha foto
BUÍQUE, NORDESTE/PERNAMBUCO, Brazil
A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

sábado, 21 de agosto de 2010

AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ

O MARCO DOS DIAS CONTADOS









         Marco Maciel, teve o seu início na vida pública como Presidente da UME de Pernambuco, depois na política, foi eleito deputado estadual, federal, governador biônico, governador eleitor, senador da república, ministro de estado, vice-presidente da república, além de ter ocupado outros importantes cargos públicos no estado de Pernambuco e na federação brasileira. De formação cristã e politicamente de índole direitista, sempre se manteve fiel à sua matriz política da qual teve a origem na ditadura militar e deste regime era um serviçal, um pau mandado, por isso mesmo chegou a ocupar vários cargos públicos, inclusive o de ser governador biônico indicado pelos militares. Marco Maciel é formado em Direito e membro por questão de mérito do "jeitinho brasileiro" da Academia Brasileira de Letras - ABL, mesmo assim, nessa condição ele não deixa de ser um político de destaque além das fronteiras pernambucanas e, que, de certa forma, ainda chegou a contribuir pela redemocratização brasileira. Candidato à reeleição para o Senado de Pernambuco nesta eleições, Marco Macial, em face da derrocada em que entrou a chapa de Jarbas Vasconcelos, pode ter colocado em cheque a sua eleição certa para uma cadeira no Senado da República, face o rolo compressor de Eduardo Campos, que poderá fazer os seus dois senadores, Humberto Costa e Armando Monteiro. O senador Marco Maciel (DEM) apostou em um vídeo estilo documentário, com reportagens da época em que foi governador, destacando os vários momentos e a evolução de sua vida e de sua história. O maior destaque do programa foi o Complexo de Suape. Maciel se colocou como um dos principais responsáveis pela vinda do Complexo para o estado. A mensagem era clara: “Suape é a concretização do que se plantou”. Tendo iniciado a sua vida pública como líder estudantil representando a direita, nos anos seguintes Marco Maciel se filiou ao ARENA, depois PDS, PFL até chegar ao atual DEM, e passou a atuar na política partidária na qual estreou em 1966, ao  se eleger deputado estadual e a seguir deputado federal nos anos de 1970 e 1974 e desde então, sua vida sempre foi a prática da política profissional, a qual com as eleições que se avizinham, pode estar com os seus dias contados, em face do empate técnico indicado pelas pesquisas com Armando Monteiro e pelo fraco desempenho da cabeça de sua chapa, Jarbas Vasconcelos, que definitivamente, entrou em sua maior gelada. Se ele, Jarbas, tivesse ficado na pituzinha com limão que, a exemplo de Lula, gosta de tomar, quem sabe pudesse ainda conservar o seu mandado do Senado, mas por uma questão de ranço político pessoal com Eduardo Campos, que pensava o derrotar na adversidade, vai pelo que tudo indica, sofrer uma das piores derrotas políticas de sua história. Na verdade, camaradas, toda trajetória política, tem o seu início, meio e fim. É assim a vida e cada qual, a sua maneira, fez a sua história. Se negra, manchada ou de que fique marcada de alguma forma, disto o tempo, senhor da razão, é quem vai cuidar. 


LIGAÇÕES COM BUÍQUE

        Na época em que Blésman Modesto esteve no seu auge político na aldeia tupiniquim, Marco Maciel mantinha fortes legações esta tribo, chegando inclusive e se tornar compadre deste e padrinho de Blésman Júnior. Depois que Blésman passou a ser "esquerdista", houve um afastamento regulamentar político entre Blésman e Marco Maciel. Mas dessa aproximação, na época muitos benefícios vieram para Buíque, como a energia de Paulo Afonso, o asfaltamento de Arcoverde-Buíque, a barragem do Mulungu de abastecimento de água, entre outros investimentos de grande importância para o nosso município, o que implica em dizer, que na realidade, Marco Maciel foi de certa forma positivo para o desenvolvimento de Buíque, entretanto, como em política o que prevalece é o jogo de interesses em que direitista de jalecão se passa à esquerdista de carteirinha, a depender do pendor do peso político, houve o afastamento político-regulamentar entre Marco Maciel e lideranças locais, inclusive o próprio Valença que de Macielista e Jarbista convicto, hoje é também um dos que engrossam as fileiras de Eduardo Campos, não porque ele é um político "bonzinho e de vanguarda", mas que se enquadra no figurino que cabe em toda a caterva política que faz da político um instrumento de vantagem pessoal e de salvar o próprio pescoço, que de resto o povo que vá às favas, né mesmo camaradas!


BARCO AFUNDANDO, POLÍTICOS PULANDO FORA

         Pelo menos Marco Maciel tem uma qualidade, nunca mudou do seu lado político, nem tampouco fez política ferrenha contra quem quer que seja e sempre esteve na órbita do poder. Na verdade os outros foram que mudaram de lado e, quanto a Maciel, não. Este sempre se manteve fiel aos seus aliados, desde o regime militar que o iniciou na política, a não ser quando forçado pelos reclamos e protestos populares se rebelou contra os militares que dantes lhe afagavam, e votou em Tancredo Neves na última eleição indireta para Presidente da República. Por isso mesmo, pode pagar um preço alto por estar do lado de Jarbas Vasconcelos, que enfrenta o seu pior inferno político astral que se possa imaginar. Esperava Jarbas contar com seus aliados de firmeza, de princípios, mas não, terminou por esperar por quem na verdade sempre foram "aliados ocasionais" até o momento em que alguma vantagem poderiam dele retirar. A partir do momento que perceberam que o barco de Jarbas poderia a afundar e que passaram a ter certeza de que afundaria de verdade, a maioria absoluta pulou de seu barco e o deixou sozinho chupando o dedo como uma pobre criança desolada e abandonada pelos  pais. É esta minha gente, a crueldade que em política se tem que enfrentar. Na hora que o barco está afundando todo mundo procura logo pular fora para salvar o seu próprio pescoço, que o resto pouco importa morrer afogado ou de alguma forma vir se salvar.

CADÊ OS JARBISTAS E SERRISTAS DE BUÍQUE?

       Aqui mesmo em nossa aldeia, pelo que conheço dessa "indaiada", tinha "jarbista e serrista" de carteirinha de montão e que fazia questão de bradar aos quatro cantos a que lado político pertencia. Agora como o barco de Jarbas está entrando de bico no fundo do poço,  e de quebra também, o navio de Serra está afundando feito o Titanic, ninguém vê mais índio algum dizendo que vota nesses candidatos e de que sequer a pensar em algum dia em neles votar. Hoje para esse tipo de gente, Jarbas e Serra é como o Diabo fugindo da cruz, quanto mais longe deles melhor. É minha gente, firmeza de idéias, lealdade com quem se alinha politicamente, e firmeza de caráter, em política é coisa que não existe. O vira-casaquismo político hoje dia é coisa rara, mas que é nojento e imoral, disto não deve se ter a menor dúvida, esta é a verdade sem retoque, ou não camaradas?

SEQUER PALANQUE EM BUÍQUE HOJE, JARBAS TEM


         
       Lembro muito bem quando em Buíque, o MDB se resumia a João Preto, Pedro Salviano, Edson de Cyrulo, Luis Nilson, Manoelzinho Aleijado e este escriba, e que todos nós éramos considerados proscritos e sem o menor valor, porque éramos todos comunistas. Outra passagem importante que me vem à memória, foi na época em que Marcos Freire foi candidato a governador de Pernambuco, contra Marco Maciel e, só não ganhou a eleição por conta do jogo sujo em que procuraram fazer através da anti-propaganda política massificada e degenerativa contra a honra, e imagem e a moral de Marcos Freire. Nem por isso a campanha deixou de ser emocionante e memorável, em que o seu lema contra à ditadura militar, era SEM ÓDIO E SEM MEDO. Chegando aqui aqui em Buíque, o que achei um tremendo mau-caratismo e covardia do povo buiquense, foi o fato de sequer um caminhão para lhe servir de palanque, foi cedido por alguém do lugar. Orador de mão cheia e que cativava o povo com o seu carisma político de um homem de coragem, de luta e de garra contra a ditadura militar, Marcos Freire, mesmo assim, subiu num banco da praça Vigário João Inácio e, bradando os pulmões de forma emocionante, deu o seu recado  com o seu vozeirão e fez um excelente discurso professal, num dia de feira em que um amontoado de gente ficou em seu torno para lhe ouvir. Só não houve um movimento maior, porque muitos dos que hoje se dizem "socialistas", não queriam aparecer próximo a um homem da caterva política vermelha e que combatia o regime militar. Guardo comigo este momento político como um dos mais importantes de minha vida, pois na ocasião estive junto daquele combatente da liberdade, dentro outros que enfrentei em face de ter sempre defendido as minhas posições políticas, que na época aqui em Buíque, eram tidas como idéias de Moscovitas e de comunista "comedor de criancinhas", era tido como uma melancia, verde por fora e vermelho por dentro. O tempo passou e hoje o que mais vejo é muitos dos que se esconderam para não ver Marcos Freire falar num banco de praça, e muitos dos que não lhe emprestaram sequer um caminhão para servir de palanque, posando hoje de "socialistas" de comunistas ou o que os valha, o que me dá nojo e revolta. Esse tempo que vive, camaradas, foi um tempo em que ainda se acalentava sonhos, sonhos de ver mudanças substanciais e transformadoras da sociedade, sonhos de uma juventude que pensava no sonho-realidade e que não voltará jamais. Marcos Freire para mim, foi um dos meus grandes ídolos da nossa política nacional, afora outros que os tenho como referencial de vida. A exemplo de Marcos Freire, em visita hoje a Buíque, também num dia de feira, Jarbas não vai ter da mesma forma, sequer um caminhão para dar o seu recado e talvez até, nem um banco de praça para falar vai encontrar, porque seus ex-aliados de antes lhes deram às costas como o fizeram Judas e Calabar.
     

Nenhum comentário: