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A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

domingo, 1 de agosto de 2010

A TROMBETA DA SERPENTE




ENALDO CÂNDIDO


           o confrade amigo Enaldo Cândido, está deveras enfermo pelos males da vida e, claro, da "idade", embora diga se encontra na idade do "gato". Para a sua infelicidade, não está deglutindo a cerveja diária que tanto lhe dar prazer, acompanhado sempre com algum amigo para trocar papo e jogar conversa fiada pra fora, que é do que mais gosta de fazer. Espero que a sua tão decantada “Santa” não esteja confinada também pelos mesmos malefícios. A bem da verdade, embora o velho amigo lá das “Iataíbas” do antigo “Pau-Ferro” não queira entregar o ouro ao “bandido”, mas pelo visto, a “bichinha” não mais obra milagres e há muito está aposentada de vez, feito político decadente que não tem jeito de se levantar mais, nem com a ajuda da famosa "bombinha" do William Pôrto ou das miraculosas meizinhas do afetuoso amigo Cleto Padilha e de Rossini Moura, o primeiro, grande escriba e viajante do mundo e, o segundo, o sagrado monstro do timbre da voz de ouro, que marcou época nas difusoras de antigamente e nas emissoras de rádios AM's de Arcoverde, Pesqueira e Garanhuns.

COMBATE POPULAR, O BLOG DO WILLIAM PÔRTO

Foto de William Pôrto ao lado de Arraes
            Sempre gostei de lei as matérias do jornalista matuto, como ele mesmo se auto-rotula, William Pôrto, tanto nos jornais que circulam na região e da mesma forma, no seu Blog “Combate Popular”, que é o título de um dos seus livros que foi editado há alguns anos passados, na época em que eu ainda morava em Pesqueira. Gosto da forma direta e objetiva como William vai toca de forma subliminar no ponto crucial em que ele quer chegar ou atingir. Tenho percebido em seus textos, que às vezes ele procura não citar diretamente A, B ou C, mas sempre, quem o conhece bem como eu o conheço, se sabe bem aonde ele quer dar o seu tiro certeiro com “as suas maus traçadas linhas ferinas”. Gosto de quem escreve o que pensa e age como sempre foi na vida. É assim que penso do velho e confrade amigo William Pôrto, que na ociosidade remunerada da aposentadoria de ex-bancário do BNB, sua vida se limita aos seus escritos nos jornais regionais e em seu Blog. Pena que ainda não chegou a publicar o seu livro “Recuerdas de Canaã”. Caro camarada William, as pessoas não gostam muito de ler ou ouvir as verdades que costumeiramente tão bem aprendemos a mostrar e a dizer. A verdade para gente como nós, sempre foi uma questão de linha de vida, de sobrevivência e de caráter de conduta humana. William Pôrto, para quem não conhece, é filho natural de Arcoverde, filho do Major Wilson Pôrto e irmão do ex-prefeito do município, ainda na nefasta fase da ditadura militar. Para os da sua época, ele também ficou conhecido pelo apelido de "Piolho", como ainda hoje, assim é tratado. Em seus escritos sempre faz questão de pontuar o seu "esquerdismo de mesa de bar", isso porque a política de hoje não é mesma dos sonhos que ele tanto e outros tantos sonharam. 

TERRA DE GENTE CULTA

Foto do Colégio Santa Dorotéia, de Pesqueira-PE
            Morei por cerca de dez anos em Pesqueira. Conheci muita gente tanto de lá quanto de cidades vizinhas, a exemplo de Alagoinha, Poção, Belo Jardim e Sanharó. Como funcionário do BANDEPE, tirei uns dias de serviço em Poção e, trabalhei em Alagoinha e, em Sanharó até 1991, quando fui demitido com mais duas mil famílias no governo de Joaquim Francisco, que hoje é "socialista" aliado daqueles "olhos verdes" de Eduardo Campos. Posso dizer sem a menor cerimônia que Pesqueira faz parte do meu cordão umbilical, não de nascença, mas pelo menos por adoção, pela ligação que tenho àquela terra e por sido lá também que nasceram dois, dos meus cinco filhos. Lá fiz muitas amizades e foi naquela terra onde publiquei e lancei o meu primeiro livro. Pesqueira, pela sua diversidade cultural, é considerada por isso, como a “Atenas do Sertão”, sendo assim, um privilegiado centro de cultura, principalmente em tempos idos, aonde meninos e meninas de todo Pernambuco, inclusive do Recife, afluíam às suas escolas, cuja qualidade do ensino era tida como uma das melhores da região. O Seminário São José nivelava-se com o de Olinda e, ainda hoje, os cursos de teologia e filosofia que oferece atraem jovens de toda parte, ávidos por uma formação acadêmica mais sólida e consistente.
          Nasceram em Pesqueira ilustres personalidades do império, como o Barão de Címbres, o Barão de Vila Bela e o Conselheiro Paz Barreto, além de escritores famosos como Anísio Galvão, Luiz Wilson, Givanildo Galindo, Geraldo Tenório Aun, Potiguar Matos e o grande poeta Audálio Alves. Pesqueira, primeiramente, foi considerada como a Atenas do Sertão, pelo Cardeal Arcoverde, que segundo os pesqueirenses, é o primeiro Cardeal da América Latina, filho daquela terra, mas segundo os arcoverdenses, é de Arcoverde a sua naturalidade. Discussões sobre a origem do Cardeal à parte, o importante mesmo é que Pesqueira já teve o seu tempo áureo de riqueza e pujança centrada na economia da agroindústria alimentícia, principalmente o doce de goiaba, que teve o seu nascedouro com a Fábrica Peixe, da família Carlos de Brito, cujo início se deu com o fabrico de doces caseiros por Dona Maria Pia, esposa de Carlos de Brito, que era mascateiro em feira de "mangaios". Ainda hoje, ali estão sediadas importantes entidades educacionais, como o Centro Federal de Educação e Tecnologia de Pesquisa e o Laboratório de Biologia e Manejo de Recursos Aquáticos, também, uma extensão acadêmica da UPE, a Academia de Letras e Artes e o precioso Museu de Artes Sacras, além de importante pólo do turismo religioso e do movimento econômico artesanal do doce e da renda, praticamente únicas fontes de renda a movimentar a tímida economia que ainda sobrou, porque a decadência de Pesqueira é uma realidade à olhos vistos. As inúmeras chaminés existentes, hoje não mais exalam fumaça nos céus pesqueirenses, estão inertes, esqueléticas, mas ainda imponentes e das escolas tradicionais e de bom nível educacional, a Cristo Rei que preparou e formou muita gente boa da região, hoje em poder do Estado, se encontra em péssimo nível estrutural e dotada de um péssima qualidade de aprendizado, e o Colégio Santa Dorotéia, referencial de educação da região, hoje se encontra em franca decadência, não mais desfruta do nível sequer em que meus filhos nela estudaram na década de meados para fins de oitenta e início da década de noventa. Mesmo assim, Pesqueira para mim, foi uma extensão no meu aprendizado e na minha formação de vida de ser humano. Pesqueira faz parte de um passado não muito distante e de um presente que sempre vão estar dentro do meu coração.

CARDEAL ARCOVERDE
         Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, mais conhecido como Cardeal Arcoverde, nasceu no dia 17 de janeiroa de 1850, em Cimbres, no Estado de Pernambuco, e era filho de Antônio Francisco de Albuquerque Cavalcanti e de Marcelina Dorotéia de Albuquerque Cavalcanti. Faleceu aos oitenta anos, na cidade do Rio de Janeiro como arcebispo, estando sepultado na catedral daquela cidade.
        Fez uma carreira brilhante no mundo eclesiástico que abraçou,quando se iniciou aos 13 anos de idade, em Cajazeiras, na Paraíba, tendo estudado em Roma, França e, de volta ao Brasil, foi arcebispo em vários estados brasileiros, vindo a falecer em 30 de abril de 1930, aos oitenta anos de idade na cidade do Rio de Janeiro, onde está sepultado. Chegando ao cardinalato, foi o primeiro Cardeal da América Latina, fato que tem orgulhado o Brasil no mundo cristão e, em especial a Pesqueira e Arcoverde, que ambas "brigam" pela maternidade do Cardeal Dom Joaquim, só que na época ainda imperial, ele nasceu em Cimbres, que era geograficamente uma província autônoma de Pernambuco. Nessa localidade chegou até mesmo a existir uma sede do Senado Imperial, tamanha a sua importância e, hoje, de mãe, passou a ser filha de Pesqueira na qualidade de Vila de Cimbres, mas a sua história ainda hoje está viva, inclusive com a sede do que na época imperial se chamava senado, ainda existe como ponto de atrativo turístico e como símbolo histórico da região.
        A bem da verdade, tendo o Cardeal nascido em Cimbres, que na época era uma província autônoma, inclusive com sede do Senado na fase imperial, atualmente Cimbres, não passa de uma simples vila que se compõe com o Município de Pesqueira. Como Arcoverde já formou com Pesqueira, o que se pode dizer é que o Cardeal é na verdade um pedaço de cada lugar, em face da configuração geográfica imperial que ligava tanto Arcoverde, quanto Pesqueira e esta última, claro, tem mais história para contar do que a denominada Terra do Cardeal, como dizem com uma certa ponta de orgulho, os arcoverdenses.


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