BATENDO O MARTELO

"Esta coluna dominical coloca os assuntos pontual e incisivamente, de forma que, batento o martelo, é prego batido e ponta virada."

MARINA SILVA – Dos três candidatos colocados à Presidência da República, acredito que a dos verdes, é que se apresenta com uma melhor performance em termos de conduta, de ética na política e de que, mesmo tendo ocupado o Ministério do Meio Ambiente do Governo Lula, não consta o seu nome como envolvido em alguma espécie de escândalo que de certa forma tenha maculado a sua imagem de política séria. Ela, com certeza, poderia ser a melhor opção, mas não vejo em Marina a estrutura suficiente de estadista, o que, acaso chegasse ao poder, seria um fato a ser desconsiderado, porque a partir de então iria se construir essa imagem. Lula mais vivo, procurou construir a imagem de estadista muito antes, com a invenção do governo paralelo, com três derrotas, chegando por fim, na quarta tentativa, ao Palácio do Planalto.

A HISTÓRIA NÃO SE REPETE - Claro que dificilmente a  história se repete. Marina certamente não vai repetir Lula e seu projeto político pode ser bem diferente, não se sabe. O que se pode aferir dessa disputa, é que ela se comportou de forma light nessa campanha política, o que não poderia ser diferente, afinal de contas, bater em Lula, se tornou em uma epidemia, que poderia vir a afetar quem procurasse bater nele. Na verdade ninguém neste país fez verdadeira oposição cerrada contra Lula, a não ser Jarbas Vasconcelos, em Pernambuco, Tasso Jereissati, no Ceará, entre outros, mas no geral, ninguém ousou atacar os erros nevrálgicos cometidos pelo seu governo, que não foram poucos. Procuraram de certa forma isentá-lo de qualquer culpa, para não criticando-o, não vir a perder votos. Também não é bem assim, porque Tasso, no Ceará, continua ferrenho crítico de Lula, nem porisso vai deixar de ser reconduzido ao Senado da República. Cada Estado da Federação, na realidade, e cada pessoa, tem as suas peculiaridades próprias. Outra mais, lá o governo é do PSB, vinculado a Lula e ele, Tasso, do PSDB, do lado de Serra.

O PECADO DE SERRA - Desde o  início da campanha política, o maior pecado de Serra, foi não ter marcado posição firme e cerrada de verdadeiro oposicionista e crítico ferrenho do Governo de Lula, mas não o fazendo, perdeu uma boa chance de se firma como o verdadeiro "antilulista" capaz de em assim agindo, vir a derrotá-lo e desmistificar a sua imagem de "bonzinho" e "pai" dos pobres do Brasil. Nesse riscado, a oposição foi extremamente burra. Os marqueteiros de Serra, foram de uma falta de criatividade sem precedentes. Não que a de Lula tenha sido melhor, mas o filme foi bem mais produzido do que o de Serra. Dilma que sequer o povo conhecia, passou a imagem da "muié do home", a "mãe" do povo brasileira e a única capaz de dar continuidade aos programas sociais do Governo Lula. Claro que o Brasil avançou, o que é indiscutível, mas se não houve uma base sólida implementada bem antes, com certeza o governo Lula teria ruído no primeiro momento e sequer ele teria chegado a ser reeleito e se tornado o presidente que deixa o governo com a maior popularidade que um estadista brasileiro já teve.

EM PERNAMBUCO - Falar da política pernambucana, com essa avalancha avassaladora e destrutiva que se chama Eduardo Campos, é uma coisa insossa, sem graça. Jarbas, apesar de sua história política, vai enfrentar o seu mais vexame político, mas tem consciência ele de sua derrota anunciada, o que certamente não irá lhe abalar. Detentor de tantos aliados enquanto poder, tendo encarnado o "antilulista" do Estado, talvez tenha sido para ele, o seu maior pecado, mas pelo menos, soube se comportar como oposição, o que não lhe tira o mérito. Não que agora esteja apoiando Jarbas porque, coitadinho, vai perder. Isto não! - Jarbas para mim, é um homem de uma grande história, até o momento em que preservei a sua imagem de um grande político que levantou a bandeira pela implantação de uma Assembléia Nacional Constituinte, pela campanha das Diretas Já, lutou ferozmente contra a ditadura militar, mas a maior decepção, foi vê-lo se aliar aos ferrenhos adversários que sempre combateu, inclusive o próprio Marco Maciel, que hoje luta para tentar tirá-lo do inevitável afogamento político que se avizinha. 

A CONTRADITÓRIA POLÍTICA DE SÃO PAULO - O Estado mais rico do País e detentor do maior colégio eleitoral, contraditoriamente, vai manter o PSDB no poder por vinte anos, elegendo mais uma vez, Geraldo Alckmin para governo do Estado. Mesmo assim, não vai fazer os seus senadores, os quais estão cotados Marta Suplicy e Netinho como prováveis eleitos. Marta é do PT e, Netinho, do PC do B. Na mistura de raças que é o Estado de São Paulo e de gente de todo o restante do Brasil e do mundo, é de lá que se produzem também, os nossos piores representantes no Congresso Nacional, não querendo com isso em dizer, que não despontem também, brilhantes políticos, mas sempre em menor grau. Também lá, mesmo o PSDB elegendo o seu governo, não dará vantagem ao candidato Serra, onde Dilma mantém a dianteira, quando deveria ser o inverso o que se constitui uma posição contraditória, até porque, o candidato Serra é natural daquele Estado.

CANDIDATO JÚLIO CAVALCANTI - Apesar de uma campanha milionária, o candidato Júlio Cavalcanti, parece que não sensibilizou ainda os nichos eleitorais onde tem buscado conquistar votos. Arcoverde, de onde espera ter a sua maior votação, poderá, pelo número de candidatos de fora que de lá vão tirar votos,  vir a ter uma votação decepcionamente, apesar de seu  irmão prefeito ter uma alta aprovação popular de sua administração, mesmo assim, pelo que se pode notar, não está sendo bastante para transformar esse prestígio em votos suficientes para eleger o irmão. Claro que se está no campo da imprevisibilidade, mas pelo que se sente, a coisa pode não ser conforme o esperado. Isto na verdade, só as urnas eletrônicas, quando finalizadas, é que poderão confirmar ou não.  Falta em Júlio, um quê político, que existem em outros, e que por isso mesmo, atraem o voto do povo. Ele não tem lá muito carisma político, esta é a verdade. Noutros lugares onde espera ter uma grande votação, pode também da mesma forma, não corresponder com o esperado.

AS PICUINHAS POLÍTICAS DE TUPANATINGA - O Município de Tupanatinga, é campeão na região, nas suas picuinhas políticas de menor importância. Qualquer  besteira, mesmo numa campanha política estadual, é problema na Justiça Eleitoral. De uma lado, os partidários de Duca e de Mané Roque, que ambos estão contra o atual prefeito, Mané Tomé. Tupanatinga, nesse campo político, é um lugar onde acontecem as maiores guerras de futricas por qualquer coisa tola. É um piu aqui, outro acolá, para procurar se acudir da Justiça Eleitoral e se fazer o maior bafafá, às vezes até sem a menor necessidade. Talvez pensem alguns deles, que isso pode dar voto, mas que a disputa é de intriga pessoal mesmo, disso não se tem a menor dúvida. A política de Tupanatinga, na verdade, é como briga de comadres.

O CANDIDATO JOÃO EUDES - Candidato a deputado estadual, tem gente de Pesqueira, que acredita piamente que o ex-prefeito João Eudes, tem chances de vir a ser eleito. Ora minha gente, só quem realmente não tem uma visão mais ampla do que é política e do apoio que se deve ter para ser eleito, é que certamente acredita em contos de fadas. Com um grande número de raposas velhas na concorrência, dificilmente João Eudes, só com os votos que poderá ter em Pesqueira, virá a ser eleito. A candidatura de João Eudes, pelo que se pode notar, não passa dos limites daquela cidade e não se tendo apoios noutros municípios, dificilmente chegará a ser eleito deputado estadual. Até deputados tradicionais e que pensavam ter reeleições garantidas, nesta eleição vão dançar sem música.

OPOSIÇÃO DE ARCOVERDE - O ex-jarbista e mendocista ferrenho Zeca Cavalcanti, após ter se aliado por conveniência pessoal ao governo Eduardo Campos, defenestrou de vez, deu um golpe mortal naquilo que se podia chamar de oposição. Apeados a alguns "carguinhos" de terceiros, quartos ou quintos escalões na esfera estadual, não se desligaram das "maminhas" secas do poder e ainda se dizem oposição. Oposição a quê e a quem, hem? - Só se for deles mesmos. Oposição teria Arcoverde de verdade, se os que se dizem no plano local, o fossem também no estadual, mesmo que não votassem em Jarbas, o que seria mais justificável. Agora ser oposição e ambos juntos, Zeca, Julião, Rosa Barros, Célia Cardoso, João Justino, todos, mais todos mesmos, votando em Eduardo, que oposição da gota serena é essa, hem, camaradas? - Outra questão da oposição de Arcoverde é que ela é uma oposição "fantasminha", ninguém aparece, ninguém sabe onde estão as estrelas que se dizem oposição e ainda pensam em ganhar uma próxima eleição e derrubar Zeca Cavalcanti. Como? - Se sequer aparecem na terrinha para dar o ar de sua graça e dizer que a oposição está vida na Terra do Cardeal, hem? - Oposição desse jeito é o mesmo que tapar o sol com uma peneira, ou não, camaradas!

CANDIDATO DA TERRA - Tanto se fala em Arcoverde em se votar em candidato da terra, então questiono: por qual razão não votar, além de Júlio, em Múcio Magalhães, João do Skate e Marlos Pôrto, que todos eles são filhos de Arcoverde, hem? - Por qual razão Júlio foi buscar um cururu-de-trovoada, Cadoca, quando podia para federal, ter feito dobradinha com Marlos Pôrto, que é candidato da terra e filho de Giovani Pôrto, hem? - São questão que não querem calar. Verdadeiros políticos da Terra do Cardeal, pelo que marcaram na história política do lugar, ainda foram na minha concepção, Carlos Rios, Airon Rios, Áureo Bradley, como referenciais que foram, só esses me vêem à memória no momento. Os outros que tiveram suas grandes chances e não souberam se solidificar politicamente, foram Zé Áureo, Israel Guerra e Rosa Barros, não querendo com essa opinião, desmerecer nenhuma dessas pessoas, mas que tiveram grandes oportunidades de se tornarem grandes políticos arcoverdenses, disto não tenho a menor dúvida, só que, de alguma forma jogaram essa oportunidade única  na  lata do lixo da história política de Arcoverde.