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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A POLÍTICA COSTURADA PONTO A PONTO

Máquina de costura manual, aonde a costura era feita ponto a ponto e com arte e esmero.
1. - Passado o maremoto da política, a vez agora é pela acomodação de cargos. O mais difícil da política, às vezes, não é tanto ganhar, mas acomodar interesses do arco de forças de apóio desse ou daquele candidato. O jogo de interesses sempre prevalece sobre os de gestão pública e termina por se quedar mesmo para a acomodação política em detrimento da experiência técnica e aí é que começam os erros de gestão no balaio de todo penduricalho que vai se ajuntar num mesmo saco de gatos.

2. - Já estão falando em ressuscitar a CPMF, o tal do imposto do cheque. Bem, na verdade foi uma bolada dos diabos tirado de uma vez só da saúde, o que não se pode dizer se esse setor melhorou ou piorou com a saída do imposto do cheque de cena. Quarenta bilhões tirados assim de tacada só de um setor, é uma bolada de lascar o cano. No geral, não acho que a saúde melhorou ou piorou ou se deixaram de roubar menos no setor. Se a saúde já era de péssima qualidade, continuou a mesma coisa ou pior. Nada melhorou. A questão não é jogar mais dinheiro ou menos dinheiro em um setor crucial e importante feito à saúde pública, mas sim, se deixar de roubar tanto e passar a aplicar corretamente os recursos que se destinam para a saúde pública. Não adianta reeditar CPMF ou seja lá o que for, porque não não se vai cortar o mal da roubalheira pela raiz e de nada vai adiantar. Que seja o exemplo a ser seguido também, nos demais setores administrativos do País.

3. - A questão não é aumentar ainda mais a carga tributária. O calcanhar de aquiles na verdade está nas gastanças desnecessárias e nas roubalheiras à olhos vistos. Bastam diminuir as roubalheiras, as gastanças desnecessárias e se aplicar o dinheiro público nas finalidades previstas, que aí sim, vamos ter uma administração pública mais séria, honesta e eficiente. 

4. - Aí daquele que precisar de um atendimento num hospital público e que esteja entre a vida e a morte, que a segunda alternativa é o chute de 99,9% o correto. É isso mesmo! - A chance de sobrevivência é tão-somente de 0,001% e pela lei da vida que se debate contra a morte, mas por atendimento, o paciente já está morto por antecipação.

5. - Pior é que nos hospitais de pequenas cidades, que estão mais para ambulatórios envoltos pela fedentina e pela sujeira, não se tem nem esparadrapo para fazer um curativo ou um "cachete" de aspirina, quiçá para um atendimento de urgência. Aliás, isso não é só um mérito de cidades pequenas não senhor, basta ir no Getúlio Vargas, Barão de Lucena, Hospital das Clínicas, Hospital da Restauração, que a bagaceira é geral. Não dá para acreditar que estamos vivendo num País que afirma que a sua saúde melhorou, quando na verdade, só se andou como caranguejo, para trás. 

6. - O que falta mesmo neste País, é seriedade na aplicação dos recursos públicos e acabar esse negócio de faz-de-conta de que está faltando verba para isso, verba para aquilo, que pode até, em determinados casos, ser verdade, mas na maioria das vezes, não passa de um engodo, uma invencionice do gestor público mau-caráter para aplicar mais um golpe e roubar mais dinheiro do povo.

7. - Enquanto os devoradores de cargos públicos na mudança de governo brigam por cargos e para ocuparem mais espaços no bolo do poder, deveriam em primeiro lugar, pensarem mesmo em ser honestos e buscar fórmulas para mudar o Brasil de verdade e não somente na base do faz-de-conta. Essa do conto da carochinha ninguém acredita mais. E olha que já venho batendo nesses assuntos pontuais desde a época da ditadura, onde se roubava do mesmo jeito e ninguém dizia nada, porque se dissesse um priu, ia para nos porões da ditadura e na chibata dos militares. Hoje pelo menos, se rouba, mas se dá nome aos bois, ou não camaradas! 

8.  - O que falta mesmo é muito político criar vergonha na cara e ser honesto de verdade. Afinal de contas, quem tem um candeeiro para que eu possa durante o dia andar com ele aceso para encontrar um político honesto, hem? - Tem que ser daqueles antigos e abastecido com querosene Jacaré! - Vige! - Logo Jacaré!

9.  - Falar é importante. Dizer o que fazer é um meio caminho andado. Agora, falar, dizer, para se ter um fecho, necessário se faz, que tudo isto se torno realidade, senão fica o dito pelo não dito. Quando se diz uma coisa, a gente procura cumprir o que disse. Não adianta jogar conversa fora só para encher o saco do povo de fumaça. É necessário ir além da conversa e realizar de verdade. Azeitar a máquina se faz necessário para que ela funcione de verdade. Esse negócio de disse-me-disse sem nada acontecer não adianta. É hora de ação e de trabalho. Que assim o seja para Dilma, Eduardo Campos e os novos eleitos. O Brasil precisa continuar na mudança iniciada por Lula.

10. - Sempre fui eleitor de carteirinha de Lula. Votei nele até que ele chegou ao poder. Mas o fato de ser eleitor de carteirinha, não implica necessariamente em dizer que concorde em tudo que ele disse, venha a dizer, fez ou venha a fazer. Uma coisa é ser eleitor. Outra é concordar com tudo. O ser humano livre, antes de tudo, deve ser livre de verdade e não só se achar livre para dizer as suas verdades. A minha verdade pode não ser a de outra pessoa do meu convívio ou de compactuação de idéias. Concordar com algumas coisas sim, mas não em tudo que se diz. Existiram muitos acertos, é verdade, mas também, erros em demasia foram cometidos.

11. - Fui um grande admirador de Miguel Arraes. Votei em Arraes em Buíque, quando todo mundo tinha medo de comunista e achava que ser comunista era ser "comedor de criancinhas", era ser "papa-figo", uma espécie de bicho-papão criado no imaginário dos mais antigos para fazer medo às crianças da época. Arraes tinha idéias voltadas mais para os menos favorecidos, mesmo assim, nunca ganhou uma eleição em Pernambuco sem se aliar ao capitalismo representado pelos usineiros da Zona da Mata. Outra mais, não era diferente dos demais políticos da atualidade. Para ele, como os de hoje, o que valia mesmo era voto, fosse de qual naipe político fosse. Chamado de melancia em Buíque por ser "arraesista de carteirinha", logo depois que Arraes ganhou, acho que em 1986, os que o chamavam de comunista, incendiário, o Satanás a ser combatido com a cruz, no outro dia se passaram para o lado da velha raposa política e eu, como tantos outros, ficamos no mesmo lado, vendo navios passar. São assim mesmo os socialistas da política na praxe. O que vale mesmo é o voto. O resto é resto. Qual a diferença entre o voto de Maluf e o de Chico Buarque de Holanda? - É o mesmo peso e ambos votaram em Dilma.

12. - Finalmente a voz da razão prevaleceu. O que tentaram fazer com "Tiririca" por ter recebido mais de 1,3 milhões de votos em São Paulo para deputado federal, foi uma tremenda sacanagem de um Promotor Eleitoral "porralouquice", que quis mais aparecer nos holofotes que verdadeiramente aplicar a lei. Se ele quisesse de fato aplicar a lei, teria impugnado a candidatura do palhaço nos cinco dias depois de seu registro na Justiça Eleitoral, que é o prazo anotado por lei para que as pessoas legitimadas possam impugnar por alguma razão, alguma candidatura a algum cargo eletivo. Se não o fez, o prazo precluiu, prescreveu e priu! - Por que só muito tempo depois! - Por qual razão só depois de ter recebido essa avalanche de votos é que esse zeloso promotor veio a questionar a alfabetização de Tiririca, hem? - Vai te catar fiscal de lei de meia-tigela! - Será que ele foi daqueles nomeados na época de Gerson Maranhão, ex-deputado de Pernambuco, que tinha reduto eleitoral em Itaíba?

13. - Minha mãe, quando em vida, tinha uma máquina de costura igualzinha a esta que a partir de hoje vou usar para representar os comentários que farei nesta coluna. Ela era usada para que nos finais de ano, após juntar dinheiro para comprar tecidos na cidade de Rio Branco (Arcoverde), costurava numa máquina igual a esta, as roupas de final de ano da gente. Era uma mulher guerreira, cuidadosa e muito responsável com a nossa criação. Ela se desfez dessa preciosa máquina, quando fomos tangidos pelas circunstâncias das intempéries da vida, para o Estado de São Paulo, em 1964. Se hoje ela existisse, com certeza seria uma peça rara e de inestimável valor. Hoje só me resta mesmo saudades mil de minha mãe e um ar de saudosismo da máquina de mão de costura, que ela usou por longos anos para coser as roupas para nos vestir.

14. - Existem preciosidades na vida da gente, que só se aprende a dar valor depois que elas desaparecem com o tempo. É o caso dessa máquina de costura. Uma das preciosidades que guardo ainda hoje, é a máquina o Olivetti  lettera 22, que apesar de por um descuido haver sido "sarrabuiada" por minha primeira neta, mas ainda está inteira e vou mandar consertá-la para guardar como lembrança para os meus pósteros. Acredito que essa máquina deve ter uma média de uns 35 anos. Foi nela que escrevi o meu primeiro livro, Modesto à Parte, e os meus escritos para os jornais de Pesqueira Nova Era, da Diocese, A Marrata, de Wandeck Santiago, Pesqueira Jornal, de Chico Neves, entre outros. Então, camaradas, para mim, ela é uma pérola de inestimável valor e vale a pena ser preservada.

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