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BUÍQUE, NORDESTE/PERNAMBUCO, Brazil
A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

domingo, 17 de abril de 2011

EPOPÉIA DE VIDA , POEMA DE AMOR SER LIDO COM TERNURA

Poema para ser lido por quem ama ou na vida muito amou.

Qual divino épico poema
Epopéia de vida retratada
No decurso do escrever com uma pena
Do viver dessa minha longa estrada
Que começou logo cedo num dilema
Num trotar de uma veloz cavalgada
Por um dueto do amor teorema
Veio este ser na vida, para a sua caminhada.
  
Foi assim que ao mundo vim
Pobre moleque, pés descalços
Em residência chinfrim
Vivi os primeiros percalços
Da vida amarga sem fim
Que nunca deixou os encalços
E a sofrer vivo assim
Das amarguras os entrelaços.
  
Filho de agricultores
Na roça mato limpei
Nos passos dos precursores
No lombo de jumentos trabalhei
Sem nunca pensar nos doutores
Nem nas artes que talhei
Da vida só tinha os temores
Dos pesadelos que passei.

Voando os tempos se foram
Como nas patas de um cavalo
Todas as coisas passaram
Fui morar lá em São Paulo
Tais quais pobres que erraram
Feitos verdugo e o vassalo
Que de há muito encurralaram
 A Lua e o Sol num intervalo.
  
Dizia comigo entoando
De vassalo, serei rei
Continuarei trabalhando
Como peão vencerei
Só que qual desigual lutando
Naquele mundano mundo continuei
Na luta dura batalhando
Suor e lágrimas derramei.
  
Esperzinhado e esquecido
Baiano, cabeça chata
Orgulho e brio ferido
Naquela terra cruel e ingrata
Onde me encontrei perdido
Feito uma reles proxeneta
Na vala comum aturdido
Igual um vilão de proveta.

Mas um dia veio à luz
A volta para o Nordeste
A força pura que conduz
Buíque, cabra da peste
Deixar o calvário, a cruz
Voltar à vida silvestre
Complemento que induz
A simplicidade do mestre.

Mas também rodopiando
Qual vida minha a girar
Da sorte nordestinado
Nada veio a mirar
A sina de um obstinado
Que só quis mesmo amar
Tal qual um desavisado
Buscou brilhos no luar.
  
Vieram poucos amores
No decurso desta vida
Casamento, festas e louvores
E das raízes da ida
Surgiram os filhos, minhas flores
A esperança translúcida
Sem as brumas, nem langores
Nesta minha caminhada.

Vivíamos estabilizados
Pelo menos aparentemente
Como dois pombinhos amando
Sem talvez ou simplesmente
Embora se aperriando
Buscando o futuro em mente
No dia a dia lutando
Da vida incansavelmente.

E nesta minha trajetória
Como que por um acaso
Já fui até um bancário, fase da vida inglória
Tenho também uma história
Da traição, do descaso
Da luta sem brio, sem vitória
Apesar dos useiros do ocaso
Mesmo enfrentando o mundo, ainda encontrei a glória.

Apesar da resistência
Com luta e muita garra
Com vontade e insistência
Estudei quase na marra
Dois cursos com competência
Com bravura e sem farra
Hoje vislumbro na ciência
A liberdade sem amarra.

Sempre procurando a paz
O viver, a felicidade
Mas na reviravolta que trás
Na vida somente maldade
Não encontrei da sagaz
A minha espirituosidade
E no mal que tanto se faz
Hoje estou somente só, no sofrimento e na saudade.

Não sei muito o que eu fiz
Para tal castigo merecer
Nunca existiu meretriz
Que viesse a preencher
A minha vida que por um triz
Só faz mesmo padecer
Ao firmamento cor de anis
Posto às mãos a Deus e peço, tudo na vida vencer.
  
Por onde na vida andei
Muitos sapos engoli
Alguns amigos se foram, outros amigos deixei
Pai e mãe também perdi
Senti, sofri e chorei
Em mundo vago vivi
Mas meu jardim reflorei
Com as flores que perdi.

Quando entrei das finanças em derrocada
O mundo em mim desmoronou
Muitos foram embora em debandada
Tudo nesta vida detonou
Até mesmo a minha amada
Não mais me quis, me abandonou
E tudo assim em arrancada
Fiquei sem nada, só com o diploma de Doutor.
Mas nesta experiência que vivifica
No pensamento absorto a divagar
Refletindo sobre o que somente fica
Visualizamos Judas e Calabar
Que vivendo em nossa volta
Só fizeram conspirar
E quando acordamos na vida
Todos só fazem calar.

Quisera, meu Deus, te peço!
Acabar com este sofrer
Ter o meu brilho disperso
E de novo o Sol nascer
Perseguir o meu sucesso
Com o novo amanhecer
Não ter mais o retrocesso
E de vez mandar embora o eterno entristecer.
  
E assim neste refúgio de meditação
Tudo que passei, vou repensando
O passado e a vida com emoção
O presente dolorido, enfrentando
E o futuro arquitetando com devoção
Encontrando fôlego, respirando
Este ar divino, louvação
E o pior da vida, bravamente, rejeitando.

Mas o pior de se aceitar nesta colméia
É agora ouvir de quem viveu por toda vida
De que nada valeu nessa odisséia
E tudo se resumiu nesta ferida carcomida
Em vazio, no nada que por aí vagueia
Que tudo foi uma farsa dolorida
E na dor intensa e mortificante, em ato heróico de vida 
Escrevi da caminhada, com lágrimas, suor e sangue, esta minha EPOPÉIA...


OBS.: Demorei cerca de três semanas para escrever este poema, em Pesqueira, terra que muito me inspirou no mundo poética de minha vida.

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