MICHEL TELÓ – Esse tal de Michel Teló, com essa música emprestada, pois não é de sua autoria, está realmente no auge do sucesso em todas as paradas, até mesmo mundial. É um fenômeno de uma musiquinha com uma letra que nada diz, mas que não deixa de ser chamativa, principalmente para o mundo dos jovens, que sempre gostam de viver o verão como se vive no inverno, mas indiscutivelmente a música de autoria de um grupo de meninas paraibanas, indiscutivelmente estourou no mundo todo. Claro que não se pode dizer: “eita gente, essa música e letra vão ficar como uma obra no rol das músicas clássicas mundiais”, isso não! – Mas que na verdade é um fenômeno momentâneo de lascar o cano, disso ninguém pode duvidar.
QUANDO O INVERNO CHEGAR – Quanto o inverno chegar, claro que tudo vai esta na mesmice de sempre. Nada muda a não ser esse grande clássico da música do fabuloso, mas também cabuloso, Tim Maia, que foi um dos grandes cantores nacionais do “soul music”. Morreu praticamente no palco, após um ataque quase fulminante do coração. O coração dos artistas de um modo geral, parece que é um dos órgãos do corpo humano que mais traem o corpo deles, certamente pelo exagero de grandes noitadas e pelas drogas quer permitidas ou não que tanto ingerem. No final das contas para quem foi um grande cantor ou artista, não deixa de ficar na memória das pessoas, quer no inverno, quer no verão.
WALDICK SORIANO – Embora muitos discordem, mas o cantor baiano Waldick Soriano foi um dos maiores cantores românticos deste país, apesar de ser considerado o seu lado “breguice”, mas que na realidade balançou corações de muitos casais apaixonados deste país. Meu irmão Miltinho, fã de carteirinha de Waldick, ainda guardo na lembrança como se fosse hoje, quando eu, ele e Gerson da Bodega, fomos em seu jeep, dirigindo por uma estrada de Buíque a Arcoverde, ainda na piçarra, a um show de Waldick em Arcoverde, isso na década de 70, em que se pode assistir a um grande espetáculo musical e vez por outra, como ele era patrocinado pela Pitú, deglutia entre uma música e outra, uma dose da danada da cachaça, da branquinha como se fosse água benta. Cantou vários dos seus grandes sucessos, inclusive Maria Helena, que se diz ter sido um dos seus grandes amores que ele teve em Arcoverde e que o inspirou ao compor essa música. Waldick Soriano morreu velho e debilitado, mas a sua obra artística na área musical ficou para a história e duvido que se tenha neste país cantor que tenha sido acompanhado por uma orquestra de metais mais afinada do que a que acompanhava ele em seus shows. Waldick Soriano é o que pode se chamar de o “supra sumo” da música romântica brasileira.
LUIZ GONZAGA – Outro que não pode faltar nesse arco de importantes artistas musicais brasileiros e que foi o maior influenciador de divulgação da música nordestina, inclusive na influência de criação de outros ritmos musicais, foi o velho “Lua”, Luiz Gonzaga, “rei do baião”, que também se foi de forma debilitada, já com avançada idade para não mais voltas, se bem que, a sua obra já está eternizada para sempre. Luiz Gonzaga, acredito foi dos grandes músicos nacionais que soube viver o seu tempo, divulgar a nossa música, nossos costumes e com isso entrou noutros estados onde o nordestino era tido como “raça inferior”. Indiscutivelmente o velho “rei do baião”, foi um marco na música nordestina e popular brasileira que vai ficar para sempre na memória de todos, pois ninguém melhor que ele soube cantar o penar, o sofrer e a saga do nordestino, que ao se debandar para o Estado de São Paulo, passou por muito sofrimento, tanto pelo duro trabalho que por lá tinha que se submeter, quanto pela construção vertical daquela “Selva de Pedras”, além da humilhação que muitos dos nossos tiveram que aguentar. Infelizmente ainda existem alguns idiotas daquele estado que ainda teimam em nos discriminar, mas não sabem eles que em termos de cultura, o nordestino nada tem a dever a São Paulo, muito pelo contrário, a região que mais contribuiu com a cultura brasileira foi o Nordeste, ou não camaradas!
INTERNACIONAIS – Nomes artísticos internacionais famosos e de peso, da mesma forma tem o seu verão e não veem o inverno chegar, pois são também reles mortais como todos nós. John Lennon, por quem tinha grande admiração por ser dos Beatles, primeiro conjunto musical do rock in rol, o qual passei a admirar, foi morto imbecilmente por um fã desvairado, que até hoje não se encontra nenhuma justificava ou explicação para tão imbecil ação tomada por ele que chegou a atirar no mais admirável dos cabeludos, mas vulnerável como qualquer mortal, se foi. Michael Jackson, que fez história, montou um império de maga-espetáculos, também se foi por problemas de drogas e medicamentos ansiolíticos e anestesiantes, certamente psicologicamente muito perturbado na vida, apesar da fama, se foi ainda quando estava com muita coisa para mostrar ao mundo; a inglesa Amy Winehouse, por envolvimento desmedido num estilo de vida porra-louquice, a fama também não impediu que ela se fosse e morreu certamente por drogas permitidas e não permitidas, que dominavam sua mente e corpo e, veja que por último vem a morte de uma grande cantora negra americana do “soul music” internacional, White Houston que apareceu morta em um quarto de hotel em Bever Hills, dentro de um banheira, nos Estados Unidos, certamente também, por descontrole na vida emocional. O que se pode tirar de lição de vida com todas essas mortes de tanta gente famosa, é que o fato de terem tudo que possa o dinheiro proporcionar, isso não implicou em dizer que necessariamente que tenham sido felizes ou que em vida a felicidade bateu à porta de cada uma dessas pessoas. Fama na verdade não é sinônimo de felicidade, por isso mesmo melhor uma vida simples entre as estações do ano, vendo-as passar de inverno a verão e vice-versa, que uma vida pomposa, aonde se tem de tudo e nada se tem por se viver num eterno vazio dentro da alma de cada um.
E ASSIM... – Nessa pisada, nessa vidinha de sempre, melhor assim do que se viver de forma megalomaníaca e ter que um dia não mais ver o inverno chegar, nem esperar mais o verão passar. No final de constas, por mais pompa que se tenha, ou por mais apego que se posse ter à coisas materiais, há de chegar um dia que tudo isso vai ficar, pois quando a pessoa fecha os olhos para sempre, nada mais restará e nada do que se construiu na vida poderá ser levado para onde quer que se vá. Na verdade mesmo, só se pode ter uma única certeza, de que se vem do pó e ao pó retornará. Rico, pobre, negro, amarelo, o escambau. Ninguém escapa da marretada letal da morte. Esta é uma verdade da qual ninguém pode fugir ou se esconder, porque é uma das coisas, que por mais que o ser humano queira, não mais voltará a viver. Existem alguns potentados que pensam em um dia voltar, fazem um até plano para o futuro, ao serem conservados pelo processo de criogenia, imaginando que um dia ressuscitarão, na vã esperança de que com o avanço da ciência o homem seja capaz de criar meios para dar vida a quem já passou pelo inverno, pelo verão e todas as estações do ano e mortas todas as estações da vida, na realidade ninguém mais poderá passar por nenhum delas, pois elas se foram com o tempo para quem se foi e não mais volverão no tempo que já se foi.





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