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terça-feira, 2 de outubro de 2012

TODA A MINHA VIDA GOSTEI DE POLÍTICA, MAS NUNCA MORRI DE AMORES POR ELA


    Lembro muito bem, ainda com tenra idade, do Senador João Cleofas, que era da UDN, salvo engano e, que também era usineiro lá para as bandas de Limoeiro ou Catende. Pois bem, o nome desse político pernambucano, ficou conhecido como "João Três Quedas", isso por que, candidato à governança de Pernambuco, nunca dele me esqueci, pelo fato de nunca ter ganho uma campanha majoritária. Lembrar-me dos tempos passados da política me faz também trazer lembranças de Miguel Arraes de Alencar, Francisco Julião, que foi o fundador das Ligas Camponesas, na Zona da Mata e que tinha como a implantação da reforma agrária na base da lei ou na marra e por isso mesmo, no regime de 64, foi preso, torturado, e na prisão, por tendo não presenciado o nascimento de sua filha, escreveu o livro "Até Quarta Isabela", que tive o prazer de ler com afinco e às escondidas, por esse tipo de leitura no Golpe Militar de 64, era terminante proibido, por se encontrar censurado e proscrito dos meios literários nacionais. Não se pode dizer que era uma obra de arte, mas era um pequeno opúsculo, aonde Francisco Julião traduzia o sentimento de não ter presenciado o nascimento de sua filha, por se encontrar nas masmorras dos militares. Outro grande líder que tinha grande admiração, era o comunista Gregório Bezerra, que preso pelo truculento Secretário de Segurança Pública de Pernambuco, Wandenkolk Wanderlei, foi torturado e se como fosse um bicho de sete cabeças, ainda foi arrastado nas cercanias das ruas onde ficava à sua prisão, no Bairro da Casa Forte. Foi por relatos contados por Paulo Cavalcanti, em seus dois livros, "O Causo Eu Conto Como o Causo Foi", que foi demonstrado realmente a senda de violência dos militares, coisa de despotismo daquele truculento, que não tinha nenhuma razão para cometer tamanhã desdita contra um cidadão, só porque não escrevia na cartilha dos mandantes de plantão, daqueles que não tinham o menor respeito pelo ex-deputado comunista, o chamado "Homem Feito de Ferro e Flor", Gregório Bezerra.
      Outra pessoa daquela época, mas que não tinha lá ideologia política alguma, era Milvernes Cruz Lima. Esse me lembro dele, porque era o preferido de meu pai nas campanhas políticas. Ele foi deputado federal e, em homenagem a ele, que pai tinha essa mania de colocar nome de deputado nos filhos, foi que meu irmão caçula foi registrado com o nome de Milvernes. Doutros não guardo muitas lembranças a não ser dos políticos da ápoca daqui mesmo da região, a exemplo de Coronel José Emílio de Melo, Jonas Camêlo de Almeida, Seu Nanô Camêlo, Anibal Cursino, Zé Cursino Galvão e, mas recentemente do ex-deputado Carlos Veras, que sempre foi votado em Buíque, apoiado por Blésman Modesto, entre outros que faço questão de não citar, porque não lia na cartilha deles, assim como, mantinha distância regulamentar de Carlos Veras, que por sinal ainda tem um irmão vivo residindo aqui em Buíque e é proprietário de uma pequena "bodeguinha" na Avenida Aurora Laerte Cavalcanti, minha avó paterna. Mas como era apoiado por Blésman, Carlos Vereas, sempre foi bem votado em Buíque para deputado estadual. Mesmo naqueles idos do chumbo quente da política nesta região, eu gostava de política, apesar de esperar a qualquer momento alguma atrocidade praticada por alguns deles, não que hoje seja diferente, mas só que em menor grau, mesmo assim, não deixa de existira cenas de violência e truculência pontuais, mas que não tem o alcance que tinha naqueles idos do cumbo e das baionetas. Naqueles velhos tempos, a diferença de hoje, é que não tinha tanta mercancia de voto do eleitor, mas em compensação, os líderes políticos matavam animais (geralmente bois) em suas casas para saciar a fome do eleitor e ao mesmo tempo em que aliciava seu voto. Então na verdade, o que mudou não foi a corrupção eleitoral, mas sim, a metodologia, isso porque o voto de hoje está muito mais caro do que um prato de comida que se dava a um eleitor para saciar a sua rome e ao mesmo tempo, comprar o seu voto por um prato de comida barata, feita como quem dar palma à gado, é esta a realidade que diferencio entre a política de ontem e a política de hoje. A diferença é que o eleitor de hoje não quer um prato de comida não senhor, mas sim, uma carrada.
      Mas ruim com a democracia, pior sem ela. Pelo menos existe algo de diferente entre os políticos de ontem e os de hoje, mas ainda assim, nada como aliciar um eleitor aqui, ali, acolá, afinal de contas, o voto apesar de ficha limpa, ficha suja, os escambau à quatro, se tornou uma mercadoria de troca e quem pode o mais, na verdade vai poder o menos. Tem mais, quem não tiver dinheiro e poder político, melhor com idealismo não entrar na política, porque dificilmente com intenções vai conquistar um mandato eletivo, afinal de contas, de boas intenções o Inferno está superlotado. Complementando, repeito um adágio que sempre ouvia da velha raposa política, Dr. José Cursino Galvão, que sempre asseverava, diante do meu idealismo de jovem sonhador: "Mané, era assim mesmo que ele me chamava, só existem dois tipos de político, o que está comendo do bolo e o outro que está querendo comer do bolo". E diga-se de passagem que Dr. Cursino, como era mais conhecido, era um político sério. Prefeito de Buíque em 1952, logo depois que terminou o seu mandado se tornou prefeito da vizinha cidade de Rio Branco, hoje Arcoverde. Na verdade mesma, sempre gostei de política, mas na verdade maior ainda, jamais morri de amores pelos hipócritas que povoam os ares da política maquiavélica. Bem, é minha opinião, quem não gostar, que... 

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