SEM
NORTE, SEM SORTE, SEM VIDA
Manoel Modesto
Vivendo
num mundo dantesco
Jamais
se poderá ter
Um
rumo de vida a seguir
Caminhando
num porvir
Sem
vida, sem norte e sem sorte
Só
mesmo desnorteado
E
como ato derradeiro desse norte,
Somente
esperando a chegança da morte.
Nesta
vida de esperanças
Permeada
de andanças
Esperando
amor e mudanças
Mas
nem mesmo a menina de tranças
Veio
aqui nos abraçar
Para
juntos num grande amor
Amar
na cumplicidade
E tudo
na vida compartilhar.
Mas
num mundo de sonhos vivendo
Nos
horrores praticados num crescendo
Desanimados
vamos de logo percebendo
O
que na vida passamos perdendo
E
nesse desastre de mundo horrendo
Nos
atos contínuos aos poucos morrendo
Nos
conscientizando vamos mais e mais,
Ao
sermos destruídos como sempre, ao aspirar do nosso próprio veneno.
Mas
que mundo horrível é este?
Onde
fui, fostes ou nasceste!
Sem
que da vida florescestes,
Entre
dores fraticidas que sentistes
Sem
sequer nas sublimes flores sonhastes,
Ou
chegaste a aspirar o perfume nos ares,
Terminando
a vida sofrida carregado nos andores,
Sem
do amor terno e belo ter sentido, da vida os seus louvores.
Dos
andores num buraco frio te jogaram
Cobrindo
de terra e lama
Mas
não se sabe se a te perguntaram
Se
acaso querias ir e de uma vez só partir
Para
um mundo onde ninguém pode repetir
O
viver torrente e envolto em chamas
Deste
mundo que um dia cheguei e chegastes a vir,
Para
nascer, viver e morrer, sem a morte pedir ou sentir.
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