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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A MISTERIOSA, PRECOCE E TRÁGICA MORTE EM ACIDENTE DE AVIÃO, NA CIDADE DE SANTOS, SÃO PAULO, DO PRESIDENCIÁVEL EDUARDO CAMPOS


Entre o trágico E O MISTÉRIO

        Sinceramente, foi com um grande pesar e tristeza, que recebi pelos meios de comunicação, quando me dirigia caminhando pela calçada da avenida Aurora Laerte Cavalcanti, em Buíque-PE, por volta das 12h30, da residência do camarada Rilke, para à minha residência, quando uma popular por nome de Dona Nelcides, em frente de uma padariazinha onde sempre compro os meus pães para o café e jantar, que se voltou para mim e indagou: Ô Seu Mané, o Sr. soube de Eduardo? – Fiquei assim meio que atônito, sem saber assim de soslaio, quem era o Eduardo de quem ela falava, quando de imediato, emendou...o Eduardo Campos, morreu! – Perguntei-lhe meio confuso, como? – Respondeu-me, em um desastre, tá em toda televisão! – Então fiquei a imaginar, será que Eduardo sofreu esse acidente mesmo! – Continuei na minha trajetória a caminhar e, minutos depois, cheguei à minha casa e liguei o meu aparelho de TV, que a bagaceira da tragicidade estava realmente sendo noticiada no ar. A notícia era a de que, um jatinho executivo em que usava para fazer campanha, na cidade de Santos, em São Paulo, quando ia levantar voo com destino à Guarujá, onde daria continuidade ao seu movimento de encontros políticos como candidato à presidência da república e isso, me deixou assim meio perplexo ainda mais. Como pode um político tão jovem, ex-secretário da Fazenda no terceiro governo de seu avô, Miguel Arraes de Alencar, ex-deputado federal por mais de um mandato, Ministro das Ciências e Tecnologia no Governo de Lula, ex-governador de Pernambuco por dois mandatos, um político realmente de sucesso e que tinha o tino nas veias, herdado com toda certeza, se seu avô, que da mesma forma que ele, faleceu há nove anos passados, justamente num dia 13 de agosto, sem conseguir realizar o sonho de ser presidente da República Federativa do Brasil, o qual estava sendo pleiteado pelo seu neto, político bem articulado e engenhoso na arte de fazer política praxista e, despontava nessa peleja no terceiro lugar na preferência de intenção de votos.
        Imaginei eu, que talvez seria ele, como candidato, que embora não fosse eleito nesta oportunidade, poderia ter a sua imagem projetada para futuras disputas, como bem o fez o próprio Lula, que após tentar por cerca de três vezes à presidência do Brasil, terminou sendo eleito finalmente e, chegou a cumprir dois mandatos presidenciais. Eduardo não era diferente de Lula e, se não chegasse a superar a intenção de votos de Dilma e Aécio, poderia com certeza, por ter apenas 49 anos de idade, ter tempo suficiente para enfrentar novas batalhas na guerra da política, mas infelizmente, uma tragicicidade inesperada, provocada ou por falha humana, técnica ou de qualquer outra natureza misteriosa, tirou ele dessa tão sonhada caminhada, para que, se não dessa vez, pudesse de outra ou outras mais vezes, vir a concorrer e quem sabe, chegar a concluir o tão sonhado sonho de Miguel Arraes de Alencar, e vir a se tornar Presidente do Brasil, mas infelizmente, os desígnios da vida lhe impediu precocemente, em plena jovialidade de toda força política da qual era dotado, de concluir a sua jornada. Mas como a vida prega muitas peças em qualquer um de nós, pregou também, na vida de Eduardo Campos de forma inesperada e trágica, na cidade de Santos, longe de seus filhos, de sua esposa e de seu Estado, Pernambuco, isto porque, acalentava um sonho maior, que era o Brasil, mas certamente, morreu assim de repente, como a interrupção de um raio de luz, sem sequer sentir dor, partindo assim sem mais nem menos, desta feita, para outro mundo para nunca mais voltar.

        A morte de Eduardo Campos, me fez voltar aos tempos de 08.09.1987, quando também em circunstâncias trágicas e inexplicáveis, no Amazonas, em visita aquele Estado, quando levantava voo num avião executivo também, o nosso saudoso Senador, então Ministro da Reforma Agrária do Governo de José Sarney, na cidade de Manaus, veio a se chocar com um helicóptero e todos que estavam naquele voo, da mesma forma vieram a morrer tragicamente e até hoje, ninguém soube bem explicar como foi que aconteceu àquela tragicidade que da mesma forma, ceifou e calou a boca de um dos grandes políticos pernambucanos e combatente da liberdade brasileira na época do regime militar, que foi o nosso olindense, Marcos de Barros Freire, que eleito prefeito de Olinda, ainda na época do regime militar, como forma de protesto ao então regime vigente, não assumiu a prefeitura de seu lugar. A imagem que ficou comigo de Marcos Freire como um político combativo, foi a mesma que ficou de Teotônio Vilella, senador do Estado de Alagoas, de Pedro Simon, Senador do Rio Grande do Sul, Mário Covas, Senador do Estado de São Paulo, e o deputado federal, Ulisses Guimarães, entre outros que não me veem à memória no momento, que tiveram grande importância na redemocratização brasileira e na luta contra a ditadura militar. De todos eles tenho lembranças fortes, principalmente de um comício realizado na década de 70, quando então estudava no Recife e, num desses movimentos, todos eles estavam presentes, na praça da antiga Faculdade de Direito do Recife, no Largo Treze de Maio, até aparecer uma aparelhada tropa de choque, armada até os dentes, a mando do então governador Moura Cavalcanti e só sei que, todos se dispersaram, eles saíram de braços dados em frente ao povão, mas o povão, com medo dos pelotões em paços de gansos, armados até os dentes e com grandes escudos de proteção, saíram em debanda e alguns chegaram a ser presos. São lembranças que jamais sairão de minha memória em que vivi nesse período de chumbo da ditadura militar. Quanto a Eduardo, embora não tenha enfrentado à ditadura militar, mas seu avô foi alvo desta e foi forçado a se apear do poder, em 1964, quando governador de Pernambuco pela primeira vez e, por isso mesmo, o jovem que hoje se foi, na mesma data da morte de seu avô, também se foi tragicamente, não pela ordem natural da vida, mas de uma tragédia inexplicável, de uma falha humana ou técnica, isso ninguém poderá saber no momento, mas que acredito, sempre vai ser motivo de se levantar suspeita, principalmente num mundo dantesco como o que vivemos e que, sempre convivemos com o perigo, mesmo em se travando uma batalha de ordem política. Então nada pode no momento, ser descartável, uma vez que, o avião que o transportava ainda chegou a pegar fogo ou explodir, antes mesmo de cair, o que torna esse acidente, encoberto por uma certa dosagem de mistério e de nebulosidade.

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