ESPAÇO POEMANDO
BUÍQUE VERSO E
POESIA
Manoel Modesto
Buíque barriga-preta
Torrão amado, minha gente
Povo da terra do sal
Que nunca busca no mal
Com ternura e muita mente
Buscando um lugar somente
De vir a brilhar na luz
Da vida que nos conduz
Para do melhor dá vida e amor
Sem que para isso se invente
Valores que vem da semente
Que aqui muito se plantou
Buíque terra da gente
Que tem muito falastral
E pouco por bem ou por mal
Se faz nesse cipoal
Que tem verso poesia e viola
Pé de serra de oito baixos
Que à tristeza e a dor
Com destemido e sem temor
Se manda embora com fervor.
Povo que tem história a contar,
Peço a vocês à palavra
Para abrir à boca e falar
Gritar ao mundo e bradar
E de peito estufado dizer
Somos Buíque barriga-preta
Terra da gente do lugar
Vamos em frente lutar
Novo grito de guerra dar
Do Catimbau lá da serra
De São Domingos que se encerra
Do Riachão à primavera
Das águas do Tanque a rolar
E no Carneiro se acalmar
Lá das terras Kapinawás,
Nosso grito também vai chegar.
Mas nesse novo divagar
Vamos todos nos juntar
Para chegar num patamar
Onde sempre devíamos estar
Buíque barriga-preta
Vamos à luta guerreira
Sair de tantas asneiras
Entrar na luta e na trincheira
Quebrar todas as barreiras
Deixar de levar tantas rasteiras
Para reescrever de novo,
a nossa bela história
Repleta de tantas glórias
Vamos meu povo, minha gente
Gritar numa só voz, num só grito
Para do jugo de farsantes e os atritos
E de novo nosso grito ruflar
Dando um novo triunfar
Para que o nosso povo tenha
Um novo Buíque de glória
De poesia, verso e viola
E um lugar repleto de vitórias,
De valores e de poesias,
Daqui mesmo do nosso lugar.
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