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terça-feira, 12 de agosto de 2014

O DIA EM QUE QUASE MEU CORAÇÃO PAROU – INFARTO DO MIOCÁRDIO, MOMENTO DE AGONIA E DESESPERO


O DIA EM QUE QUASE MEU CORAÇÃO PAROU – INFARTO DO MIOCÁRDIO

            Num certo final de uma semana do ano de 2008, resolvi passar com o meu segundo filho, que carinhosamente o chamamos de “Mercinho”, Policial Militar no Estado de Alagoas, atualmente Cabo daquela Corporação, por contar com mais de dez anos de caserna, e via de regra, se encontra na iminência de mais uma promoção na atualidade. Bem, voltando ao ponto, chegando no local de sua morada e acomodados, saímos nas proximidades de sua residência, que fica perto do aeroporto de Maceió e, naquela alegria de encontro entre pai e filho com uma visita de cortesia e para matar saudades, fomos tomar umas e outras e isso, até às vésperas de meu retorno para Buíque, respeitando-se, claro, os horários de descanço. Bem, brincamos e nos divertimos o que tínhamos direito, nos fartamos à vontade com bebidas, tira-gostos entre eu, ele e os amigos de lá e, claro, nos embriagamos de verdade mesmo, mas só era diversão pra valer e nada mais que isso. O encontro foi bastante positivo e proveitoso para um maior estreitamento entre pai, filho, nora e netas, tudo dentro de um figurino de uma boa e afetuosa convivência familiar que sempre procurei desfrutar na criação de meus filhos, apesar de alguns problemas enfrentados nesses nossos caminhas, entre entreveros ocorridos, mas não a ponto de se chegar a deixar de existir o amor, a aproximação, a intimidade que sempre tivemos, o bom relacionamento entre pai e filho, como sempre foi uma praxe de minha vida e da qual, ao meu modo, sempre soubemos desfrutar.
            Mas a surpresa que viria logo depois do término dessa visitação, desse final de semana, foi quando na segunda-feira pela manhã, por volta das sete horas e poucos minutos, meio contrariado, sofrendo dentro de minha alma os efeitos da ressaca e dos problemas de vida que sempre enfrentei, assim de repente, com meu peso além do normal, comecei a me sentir mal. Pensei logo que era pelos efeitos do estresse, da depressão, próprios do efeito “orlloff”, do eu sou você amanhã, como sempre ocorrera noutras ocasiões. Mas deixa estar, que não era não! – O que estava acontecendo era completamente uma disfunção no meu organismo, que vinha a mexer diretamente com o funcionamento de meu coração no bombeamento de sangue para a distribuição dos pouco mais de cinco litros para irrigação dos vasos sanguíneos e assim, levar à alimentação ao conjunto de bilhões de células que formam o organismo humano, para que se possa ter vida. Foi então que, embora Mercinho já tivesse ido ao trabalho, de imediato se procurou entrar em contato com ele, que desesperadamente voltou do batente do trabalho militar e, de imediato, mostrando-se preocupado, apreensivo, nervoso e sem saber de quem se acudir, partiu para chamar um colega seu de farda, que morava nas vizinhanças, que de imediato trocou de roupa e, dirigindo o meu carro à época, um Fiat Uno 2007, me levou a um posto de saúde, acredito que nas proximidades, que com uma má vontade dos diachos, uma médica com cara feia e como quem não estava ali de bom grado, me atendeu grotescamente, prescreveu uma medicação, mas pelo que estava sentido na ocasião e, como dissera que havia bebido no dia anterior, a indicação medicamentosa de emergência se limitou a aplicação de soro, alguns injeções para enjoo e ânsia de vômitos, alguns comprimidos, um sublingual, e ficou nisso, sem sequer se preocupar em procurar mandar fazer um exame de eletrocardiograma, que justamente indica se o sujeito está ou não no início de um infarto. Terminada à medicação, por volta quase do meio-dia, achando que estava melhor, resolvi então voltar para à residência de meu filho, mas quando nessa cheguei, a coisa nada havia melhorado. Era uma agonia danada aumentando do lado esquerdo, uma dor num crescendo que se alastrava do abdômen, para o braço esquerdo, foi então que percebi, que não estava nada bem e a coisa não era simplesmente o efeito de uma ressaca como as tantas que já havia tido em minha vida em que ingerir bebidas alcoólicas. Naquela ocasião, pelo que senti, a coisa não era brincadeira não! – Então chamei meu filho novamente, que por tabela chamou o seu colega mais uma vez e pedi para me levar de imediato a um hospital especializado em cardiologia, pois com certeza estava tendo um infarto e, enquanto o carro andava, a agonia aumentava paulatinamente, como que, a coisa ia se agravando cada vez mais. Sentia falta de ar vez por outra, a aflição aumentava e o medo de morrer estava ali bem próximo de mim, com a sua mortalha fria me tocando o rosto agonizante, e sua foice em posição de se dar o golpe fatal. Chegamos a um, dois hospitais e nada, mas no terceiro em que aportamos, num potentoso Hospital do Açúcar, certamente do baronato das Alagoas, foi que finalmente, vim a ser atendido. Pior foi o dinheiro de acesso aos serviços médico-hospitalares, o chamado caução, que ninguém tinha e, nessa caminhada de agonia, meu filho rogava a Deus, por tudo que era santo, sem saber como era que poderia resolver àquela situação inusitada para ele. O que me restava, era uma única folha de um talão de cheque de minha conta, que sequer tinha fundos e foi o jeito assinar e entregar em branco ao pessoal do hospital. Já sentado em uma cadeira, de imediato, me levaram para uma médica especialista, que de imediato me examinou e fez um eletrocardiograma, que realmente veio a ratificar o meu estado de infartado, dizendo-me ela de imediato, que eu teria que ser internado com urgência ali mesmo para ser submetido a alguns procedimentos e, de que, eu não tinha morrido até àquele momento por sorte, pois em vários outros casos por ela enfrentados, segundo a médica, ninguém houvera escapado. Levado para o Centro Cirúrgico do nosocômio, fui submetido a um cateterismo e uma angioplastia, em face da demora em ter sido socorrido, ficou lesionada uma das principais artérias de meu coração e, por isso mesmo, sou obrigado até os últimos dias de minha vida, a tomar uma gama de drogas medicamentosas, para que o meu coração tenha mais um pouco de fôlego para bombear o meu sangue para irrigar todo o meu corpo. E assim vou vivendo até os dia atuais e espero, viver muito mais, se assim o Criador o permitir.

            Dessa lição de vida, ninguém aprende ao certo o que foi a motivação de sua salvação num exato momento, em que seu coração quase parou e, somente por um milagre, tive realmente uma sobrevida. Na ocasião, no outro dia, minha irmã do Recife, que trabalha na Caixa Econômica Federal, veio de imediato à Maceió e, como sempre tem feito, foi quem resolveu, como um anjo mandado dos Céus, a questão de meu acompanhamento e das contas com o hospital, por que àquela altura, a depender de mim, não sabia o que fazer, mas ela sempre aparece nas vidas da gente, nas horas mais difíceis, e não foi diferente naquele dia em que meu coração quase parou. Meus filhos também estiveram presentes durante a minha estada naquela capital, que depois de uma semana, recebi alta e fui recomendado a ficar em repouso por cerca de trinta dias, mas ao chegar em Buíque, época de campanha política, como já estava fervilhando os enfrentamentos entre o meu amigo e candidato, o então jovem Jonas Camêlo Neto, não pude sequer repousar consoante à recomendação médica e entrei de corpo e alma na campanha do velho amigo e de meus filhos, num momento que sequer, poderia me preocupar, mas não dei ouvidos e iniciei o meu trabalho na política. Só sei que, como em outros momentos, tudo isto, como noutra ocasiões que passei e que depois daquele ano vim também a passar, mas a lição de vida que para mim ficou, é a de que, sem dinheiro neste país, você morre à míngua, assim como eu, em Maceió, quando ao procurar um Posto de Saúde Pública, só vim mesmo a ser salvo, talvez por vontade divina e minha própria, que após sete horas infartado, aguentei ainda enfrentar um cateterismo e uma angioplastia, mesmo com o coração quase parando, mas mesmo assim, não parou e continua, mesmo com o suporte medicamentoso, a funcionar, mesmo com os problemas e preocupações rotineiras, as afrontas da vida, os desencontros com os “amigos” (entre aspas mesmo), e tantos malefícios que a gente ainda tem que enfrentar na vida e só sei que, fôlego ainda terei para enfrentar muitos mais desafios em minha vida e também serei forte até o fim para os enfrentamentos que ainda vou ter que pela frente me defrontar, pois ainda me encontro pronto para tudo, mesmo que a batalha seja dura. É assim a vida e, do jeito que ela nos guiar, devemos continuar na pisada desta de cabeça erguida caminhando sem parar, até que, por um curto-circuito qualquer, tudo venha de vez, realmente a parar.

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