A FILTRAÇÃO DA POLÍTICA DA
DESEMBOCADURA DO BECO QUE PRATICAMENTE NÃO TEM SAÍDA
Enfim, com este segundo
turno do nosso processo político-eleitoral brasileiro, estou diante de uma
sensação existencialista na tomada de uma decisão shakespeariana, do “ser ou
não ser, eis a questão”. Explico, em primeiro lugar, tive uma formação de vida,
desde a minha sofrida infância, minha formação e estruturação de vida, à duras
penas, e de ter sempre me focado em princípios filosóficos de visão de mundo
diametralmente opostos à visão de mundo que tem como base a exploração da
grande maioria de nosso povo, por uma minoria que quer sempre obter vantagens,
riquezas, bens materiais, sem sequer se importar com os meios utilizados para conseguir,
conquistar todas essas vantagens que abastece as pomposas vidas que leva uma
minoria, que ainda vive numa sociedade de explorados e de uma minoria exploradora,
em que mesmo tendo mudado o mundo, mas as formas de estruturação da sociedade
em nada mudaram. Finquei minhas ideais na minha miserável vida de operário, de
trabalhador rural em Buíque, de servente de pedreiro, de peão de fábrica no
Estado de São Paulo, sendo vilmente humilhado, ainda em plena flor da
juventude, em ideias filosóficas e ideológicas plantadas por Karl Marx, Engels,
Mao Tsé-Tung, Fidel Castro, Che Guevara, Lenine e na Revolução Socialista
Blochevique da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e isso, teve grande
influência em minha formação do politicamente pensar, em termos de ideologia de
vida a ser seguida e alcançada. Na ditadura militar, cheguei mesmo até vir a pensar
a pegar em armas e me juntar a alguma organização armada da época. Foi justamente,
para não me estender à exaustão, que ficou fincada em minha mente, a visão que
tenho de mundo, desde tenra idade e, apesar das mudanças, do fracasso do
socialismo e da comunista sociedade perfeita, o ideal de vida em um mundo em
que não existissem classes sociais, nem comandantes ou comandados, tampouco
oprimidos e opressores, mas isso a prática da frustração russa, da queda do muro
de Berlim, nos mostrou, que essa ideologia se tornou um fiasco e foi frustrante
para os que firmaram sua formação de vida nessa visão de pensamento humano de
condução ideológica de vida, que vim a firmar o meu pensamento e visão de
mundo, que mesmo numa sociedade de tantos contrastes e contradições, ainda
acredito que esse ideal de vida, apesar de nunca vir a ser alcançada na
prática, ainda é o mais humanamente possível de ser seguido.
Em segundo lugar, não foram as minhas ideias que mudaram, mas
sim, o que delas se imaginou teoricamente, não deram os resultados esperados,
porque muitos de seus defensores, ao tentar implantá-las em grande parte do
mundo, terminaram por transformar os seus países em ditaduras ferrenhas de
pensamento esquerdista de regime de governo e a partir de então, o que era
apenas uma visão de mundo, veio a se tornar em um terror ao ser na prática a implantação
de um ideologia de vida a ser seguida, que ao invés de atender ao que se
previa, em muitos casos veio a se tornar um terror e uma vingança de classes
sociais, o que também é inadmissível, como no momento estamos vivendo esse
extremismo bestial praticado pelos que acharam por bem de chamar de Estado
Islâmico, quando na realidade não passa mesmo de um terror inominável e uma
aberração extremados que clama aos céus. Na atualidade, já amadurecido e com as
marcas de lesões que esta vida me deixou, dos avanços tecnológicos e de tantas
melhorias sociais, mesmo assim, não cheguei ainda a dar uma guinada para à direitona
do capitalismo selvagem, porque na minha visão de mundo, não me entra de jeito
nenhum, que o capitalismo vem a ser a melhor forma de regime político, em que
tudo deve correr solto à margem de controle estatal, preferindo ainda, apesar
da falta de ordem, de ética, de moral, e honestidade e de eficiência por parte
do poder público, de um governante que esteja mais voltado para os ideias de
esquerda de visão de mundo mais para o socialismo do que para o capitalismo
selvagem ou do mascarado neoliberalismo do estado mínimo. Na minha opinião, o
mão estatal não deve estar na vida privada de todas as pessoas que formam à
sociedade de um país, mas existem determinados setores, em quais o estado
jamais poderá sair, tem que haver o poder e controle, porque a ficar em mãos do
capitalismo selvagem ou do neoliberalismo de ideal de vida, a maioria da
população que ainda continua a ser explorada é ainda na realidade, quem mais
vai sofrer. Veja a situação, por exemplo, da saúde pública, que é completamente
sucateada, não tem funcionado por ineficiência do Estado, mas que se tivesse em
mãos da iniciativa privada, com certeza só os ricos poderiam ter acesso, a
exemplo de que, os ricos que tem uma gripezinha qualquer, buscam direto o
Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo e jamais um hospital público administrado
pelo SUS – Sistema Único de Saúde, que é bem elabora em tese, mas que na
prática, não tem funcionado de forma alguma. Na realidade, quando o nosso Lula
adoeceu, foi nesse hospital e não no SUS, que ele foi cuidar de sua saúde. Como
ele disse que o SUS é um sistema dos melhores do mundo, deveria ter procurado
um hospital público.
Em terceiro lugar, a dificuldade com a qual tenho me deparado
nesse segundo turno, é que, das duas visões de mundo, uma é volta mais para à
vida das pessoas e a outra, para a liberação da economia e de uma visão de
estado mínimo, pelo menos em tese, o que me coloca em mundos díspares ao ser
comparado um com o outro. Mas analisando mais aguçadamente, a esquerda que hoje
governa este país, apesar dos avanços conquistados em uma parte de importantes
áreas sociais, se mostrou ineficiente em saúde, políticas públicas de
segurança, a questão da maioridade penal não resolvida, apesar dos vetores
sociais que mudam uma forma de agir desde à infância, adolescência e juventude,
mas da forma como se chegou o nosso nível de violência, não dá mais para
inverter esses vetores sociais e modificar mais o que já foi adquirido por
muitos delinquentes juvenis, daí ser esse um dos fatores cruciais a ser modificado
com a diminuição da maioridade penal, até que um dia adiante, quem sabe, possa
haver outros indicativos que venham a direcionar outros rumos diferentes em
nossa sociedade. Outro monstro que a esquerda não conseguiu conter, foi o
combate à desbragada e desenfreada corrupção, muito pelo contrário, esta até
que aumentou, tanto de lá do Planalto, vindo a se estender por toda a nossa
Planície. Político corrupto, safado e ladrão, não é mérito somente do meu ou do
seu monturo, mas de todos os recônditos deste nosso país, o que é uma vergonha.
Por isso mesmo, a reprovabilidade da esquerda no poder, nesse quesito, isso
porque ninguém dá uma outorga, um voto popular a alguém para lhes representar,
para em seu nome roubar o dinheiro do povo desavergonhadamente como vem
acontecendo de cabo à rabo neste nosso país e isso é um dos fatos que não dá
para se esconder e aí é que se centra a minha desconfiança do continuísmo desse
mesmo poder. Quanto aos estados governados pelos políticos que representam o
neoliberalismo, em nada foram diferentes da esquerda no poder, pois praticaram
as mesmas políticas e, no poder central, tem o agravante da implantação da
escrachada política neoliberalista do estado mínimo, substituído pela
terceirização de serviços privados e aí, o risco de mais roubalheira se torna
ainda bem pior, por isso mesmo, do impregnado existencialismo em minha alma, no
meu interior ideológico e diante de minha visão de ver o mundo, a questão de
ser ou não ser, como bem o disse o dramaturgo inglês William Shakespeare, de
certa forma, por uma ou outra vertente, a gente tem que decidir. O que posso
dizer, é o fato de que, de uma coisa estou certo, vou observar bem cada uma das
candidaturas postas e de última hora, vou fazer a minha opção, o que não faço,
é anular ou dar um voto em branco, coisa que nunca foi de meu feitio. Se as
candidaturas fossem entre as duas mulheres, facilmente já estaria definido, mas
como se trata de opostas visões de mundo, a gente tem que ser bem cuidadoso na
hora de votar, principalmente, nós nordestinos, que ainda continuamos a ser
tratados como inferiores e com preconceitos por parte de lacaios do Sul e
Sudeste do nosso país, por isso mesmo e por ter orgulho de ser NORDESTINO e de
sempre ter tido uma linha ideológica de votar, é o que vai dar a linha
definidora de meu voto. O diferencial só vou mesmo encontrar quando aprofundar
mais minha observações em tudo que precisa ser modificado de cabo à rabo em
nosso país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário