ELEIÇÕES
DE PRIMEIRO TURNO, UMA ANÁLISE POLITICAMENTE INCORRETA
Infelizmente pelo resultado
de nossas eleições de primeiro turno, só vem a demonstrar mesmo, que a maioria
de nosso povo, não está devidamente preparado para fazer as melhores escolhas
políticas para comandar os seus destinos e o futuro de nossa querida Nação. A
volatilidade de oscilação da vontade popular, principalmente no que diz
respeito às escolhas dos candidatos presidenciais só veio mesmo a demonstrar
essa insegurança da população, que de uma ora para outra, assim num abrir e
fechar de olhos ou no passar de uma nuvem, a tendência mudar assim de repente
de uma candidatura para outra e, a que se imaginava tirar de letra numa
provável disputa num segundo turno, vem a ficar de fora, pelo domínio da
incerteza e do medo incutido na mentalidade do povo brasileiro, em que Marina
Silva inicialmente, logo após o trágico acidente de Eduardo Campos, a menos de
50 dias para às eleições de primeiro turno, que aparecia no topo em todas as
especulações numéricas de pesquisas eleitorais e Aécio em minguado terceiro
lugar e, com o desfecho de ontem, saído de primeiro, passando para a segunda
colocada na intenção de votos e terminando por empático técnico já no
finalzinho, eis que de repente, por alguma razão dessa incerteza e volatilidade
do eleitorado, Dilma Rousseff consegue o primeiro lugar com 41,59% dos votos
válidos, equivalente a 43.267.438 de eleitores; Aécio Neves, com 33,55%,
equivalente a 34.891.196 e, Marina Silva, em terceiro lugar, com um índice de
21,32%, o equivalente a 22.176.613, o que sacramentou o direito de Dilma
Rousseff e Aécio Neves virem a disputar o segundo turno em 26 de novembro do
ano em curso. Será praticamente uma nova eleição e, para quem a maioria do
eleitorado de Marina Silva pender, com certeza será o divisor de águas nesse
segundo turno que se avizinha para à eleição do futuro ou da futura presidente.
A questão que é de se lamentar, é a falta de uma maior análise e poder captar
na mente de cada um, o que é verdadeiro ou falso naquilo que cada candidatura
procura jogar através dos meios midiáticos de propaganda degenerativa, coisa
que nosso povo ainda não aprendeu a ter o devido discernimento na hora escolher
e de votar.
Nas eleições dos estados da federação, a mesma volatilidade
de indecisão do eleitorado se repetiu. Com relação ao meu Estado de Pernambuco,
não necessariamente nessa ordem, mas com a trágica morte de Eduardo Campos, o
fator emocional pode ter sido decisivo para a eleição de Paulo Câmara, que de
quebra arrastou a eleição de seu senador, Fernando Bezerra Coelho, o que pode
representar uma incógnita, mas pelo que se soube, quando o seu criador ainda
estava vivo, se chegou até mesmo a cogitar a mudança de seu nome por um outro,
em face de ter estacionado num baixo patamar nas pesquisas eleitorais logo no
início, em que Armando Monteiro aparecia como imbatível nas pesquisas de intenção
de votos. Veio à eleição de ontem e, como já era de se esperar, Paulo Câmara
foi eleito governador logo no primeiro turno, com um percentual de votos
válidos, de 68,08%, o equivalente a 3.009.087 e, seu oponente, Armando Monteiro,
obteve 31,07%, o equivalente a 1.373.237, uma diferença pro Paulo, de 1.635.850
de votos e, como é de praxe o eleito sempre leva à tiracolo o senador, como de
fato aconteceu com Fernando Bezerra Coelho, que obteve um percentual de votos
válidos de 64,34%, o equivalente a 2.655.912, enquanto seu oponente João Paulo,
34,80%, o equivalente a 1.436.692, uma diferença pro Fernando, de 1.219,220. Em
Pernambuco, mesmo depois de morto, o fenômeno Eduardo Campos, com toda certeza,
ainda foi fator decisivo na vitória de Paulo Câmara para Governador e de
Fernando Bezerra Coelho para senador. Talvez se tivesse vivo, tudo isso pudesse
ter se repetido, talvez não tanto assim com essa facilidade, mas poderia ter
sim eleito seus candidatos da mesma forma que elegeu Geraldo Júlio, Prefeito do
Recife em 2012. Por seu turno ainda, se tivesse vivo, a cena de segundo turno
presidencial talvez não fosse essa que se definiu ontem pelo eleitorado, que
poderia ser ele, Eduardo e Dilma Rousseff a disputar o segundo turno das
eleições presidenciais, isso porque, como articulista política, com toda
certeza, era uma grande mestre, tinha uma performance indutora, e sabia o
caminho das pedras na seara da política pragmática na praxe.
Quanto ao nosso Município de Buíque, o cenário nos parece a princípio um
tanto quanto estranho e nos dá uma certa insegurança e dificuldade para fazer
uma análise mais aprofundada pela inversão que as urnas eletrônicas nos mostrou
com os resultados de ontem. Primeiramente, de forma inversa, com o apoio do
atual prefeito e do ex-prefeito, Arquimedes Valença, quem ganhou em Buíque,
mesmo sem palanque ou então tinha um palanque invisível por baixo dos panos,
quem ganhou foi Armando Monteiro, que obteve 10.682 votos válidos, contra 8.300
de Paulo Câmara, que pela lógica, era para ter ganhado em nossa terra. Já o
senador João Paulo, obteve a marca de 10.054 votos válidos, enquanto Fernando
Bezerra Coelho, 8.119, votações praticamente semelhantes tanto para governador,
quanto para senador, quer dizer, cientificamente, não dá para explicar, agora
politicamente, alguma coisa fedeu por baixo dos panos, pois como se explicar o
atual prefeito e um ex-prefeito apoiarem as mesmas candidaturas em Buíque e
estas virem a perder para os derrotados no Estado, hem? – Outro fator
interessante, foram as candidaturas de deputados, pelos apoios de “certas
lideranças” que tinham em campo em nossa terra. Na esfera federal, Zeca
Cavalcanti, apoiado pela Vice-Prefeita Miriam Briano, embora fosse um nome
conhecido na região, pelas gestões administrativas que fez em dois mandatos como
prefeito de Arcoverde, em que adquiriu a fama de bom administrador, obteve
4.295 votos, enquanto que, André de Paula, candidato do atual Prefeito Jonas
Neto, chegou à marca de 3.615 votos e um tal de Fernando Monteiro, que ninguém
o conhecia ou sabia de sua candidatura, obteve 1.319 votos. Das candidaturas a
deputados federais apoiados pelo prefeito e vice-prefeita, se esperava um melhor
desempenho, mas pelo menos chegaram aos primeiro e segundo lugares. Já na seara
de disputa estadual, Júlio Cavalcanti, apoiado pela Vice-Prefeita Miriam
Briano, que na eleição passada obteve em torno de 4 mil votos, na atual, ainda
apoiada por esta e pelo prefeito Jonas Neto, só chegou mesmo a obter em torno
de 4.705 votos, quando era esperado uma votação além dos 7 mil, o que não veio
a acontecer. Mas a surpresa mesma, ficou por conta do menino Paulinho Tomé, que
através de um dos maiores investimentos já feito numa candidatura a deputado estadual
em Buíque, tanto de estrutura, de logística e de dinheiro, chegou a ficar em
segundo lugar com 3.615 votos e, em terceiro lugar, o estadual de Arquimedes
Valença, com 1.160 votos, que determinou com clareza o peso político que ele no
momento tem em Buíque, que apesar de ter se vestido de branco, pintou a cara de
vermelho, votou em Dilma e ninguém sabe ao certo se votou também em Paulo
Câmara, essa é a questão. O que se pode dizer dessa eleição, a lição que se
pode tirar, que mesmo o voto comprado, manipulado, obtido através da coação,
não se pode dizer que se pode manobrar de verdade a todo o eleitor, prova de
que, quem ganhou aqui foi Armando Monteiro e João Paulo, quando se esperava a
vitória de Paulo Câmara e Fernando Bezerra Coelho, já que em tese, eram apoiados
por gente de peso, o que significa em dizer, que isso foi um claro recado aos
nossos políticos. Outra mais, quando se imagina que dinheiro compra uma
campanha, a exemplo da de Paulinho Tomé, que apesar de ter obtido 33.013 votos
fazendo uma campanha milionária, bancada pelo seu pai, amargou uma derrota, o
que era de se esperar, mas ainda ficou em 57ª colocação, quer dizer ainda é um
suplente de deputado estadual. A lição que fica, é a de que, nem sempre o povo
está prontificado a vender o seu voto por ninharias quaisquer ou ser manipulado
por cabos eleitorais picaretas, que recebem montanhas de dinheiro e depois
fazem de conta que compram o voto do eleitor e este, faz de conta que vota, mas
no frigir dos ovos, uma grande parte ainda é venal e o exemplo está estampado
na cara de Buíque, o que só vem mesmo mais uma vez a nos envergonhar, mas que
na minha opinião, um recado aos nossos políticos atuais ficou dado, coisa que
deverá ser absorvida como uma lição para muitas coisas venham a seguir novos
rumos na política e de que nem tudo está certo como se imagina.
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