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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A FARDA COM USO ABUSIVO DE AUTORIDADE, NÃO É A MELHOR FORMA DE SE DAR SEGURANÇA PÚBLICA AO NOSSO POVO, TAMPOUCO SE IMPLANTAR UMA NOVA DITADURA MILITAR EM NOSSO PAÍS, O QUE PODER-SE-IA DESEMBOCAR NUMA GUERRA CIVIL EM QUE MUITAS VIDAS SERIAM PERDIDAS DESNECESSARIAMENTE.

UMA FARDA NÃO É UM PASSAPORTE PARA UM POLICIAL FAZER TUDO QUE ACHA QUE PODE


      Não queria falar muito desse assunto não, mas logo agorinha, vi um vídeo postado pelo meu colega blogueiro Francisco Carlos, em que ele indignado e perplexo, ficou porque dois policiais prenderem um pastor só porque estava pregando na rua, usando de um som meio alto, o que revoltou os presentes e por isso mesmo, resolvi falar sobre o tema, que vai muito além do que esse simples vídeo e a observação crítica de meu colega. Pois bem, neste último sábado, já por volta das 22h30, estava eu em minha casa, pronto para dormir, quando de repente, meu celular toca, que como advogado ou até mesmo um profissional da medicina, deve manter esse aparelhozinho, entre outras pessoas que tem compromisso com o povo, ligado por 24 horas. Prontamente atendi ao chamado e percebi que se tratava de um conhecido meu de longas datas, que houvera sido trazido, juntamente com um outro que estava sendo acusado ninguém sabe de que, para à Delegacia de Polícia Civil local para, um ser autuado e, esse que me telefonou, vir a ser ouvido como testemunha, rogando do outro lado da linha, para lhes acudir diante dessa detenção por considerar, dentro de seus limites de leigo, que a ação policial houvera sido ilegal. Como sempre, nessas ocasiões, o mais rápido possível, compareci à Delegacia, que não existia delegado, mas sim, os policiais que estavam em duas ou três viaturas, terminando de elaborar o boletim de ocorrência e, de que, iriam levar o acusado, que através de um telefona anônimo, segundo à polícia, este teria escondido uma arma na residência do que me telefonou, que também é uma pequena bodega no Sítio Mulungu, aqui perto da cidade de Buíque. Como o rapaz que me telefonou estava agitado e reclamando da ação policial, já na saída para à cidade de Arcoverde, onde lá seria autuado o suposto dono dessa arma não encontrada, mesmo assim, prenderam o jovem, que já é conhecido e tem passagem, acusado de uma ou outra prática delitiva, mas não de maior gravidade, o que me telefonou, por externar sua indignação com a ação policial, não teve conversa, mesmo com a minha intermediação, logo um deles disse abusivamente, “rapaz, você está falando é com à polícia e com polícia, não se brinca não!”, quando de outra ponta, o comandante do efetivo, de logo disse, “tira esse cara do banco de passageiro, coloca as algemas nele e joga ele no camburão!”, o que, indignado, intervi, pedindo calma, mas de nada valeu minha intervenção no regular exercício de operador do direito, e assim, foram os dois para Arcoverde, a testemunha e o acusado, ambos algemados, prova de que a nossa polícia, na realidade, não está preparada para o devido tratado com à sociedade, porque eles nivelam todo mundo por baixo e se acham pelo uso de um mero fardamento e agem pelos coturnos que usam. O pior de tudo, é que com a “permissão” do dono do estabelecimento, invadiram sem o devido mandado judicial, a casa, o estabelecimento e residência do rapaz que me telefonou, que segundo este, reviraram tudo, mas nada encontraram, mesmo assim, trouxeram ambos para à Delegacia para serem autuados. Chegando na Delegacia Regional de Arcoverde, por ter o delegado plantonista, ao perceber que nada havia de ilegal, mas apenas abuso de pseudas-autoridades, ninguém foi autuado e prontamente o acusado foi liberado e os trouxe em meu veículo lá por volta de uma hora da manhã, para Buíque, onde alguns deles morava na cidade e o outro, no Sítio Mulungu. Veja que transtorno desnecessário que uma guarnição militar aprontar, sem a menor necessidade, usando do extrapolamento de suas próprias funções, de ilegalidade e de abuso de autoridade, o que é inadmissível.
       Questão de abuso de autoridade de gente fardada, só para ficar nestes, não é de hoje que venho no decurso de minha vida percebendo, mas mesmo desde criança, quando de mãos dadas andava com meu pai, que as presenciava e por isso mesmo, foi que fiz de tudo para não servir ao exército para não ter que usar uma farda e a partir daqueles tenros anos de idade passei a ter aversão à farda, não a muitos que estas usam, porque tenho grandes amigos que sabem fazer bem uso dessa indumentária militar, mas grande parte não a sabe honrar dentro dos mandamentos legais. Sei que a violência campeia por todas às partes do país, da morte desnecessária e gratuita de muitos policiais, muitos inocentes, outros pode ter tido até alguma culpa no cartório, mas que não sou a favor nem da truculência policial, tampouco da violência da bandidagem contra estes, que tem ceifado à vida de muitos inocentes. Sei que não é fácil a vida de policial, mas o fato de usar uma farda, não dá o direito a ninguém de se achar o máximo, tampouco de uso de abuso de autoridade, porque o uso da força, só se faz necessário, quando há um suposto perigo real e iminente prestes de acontecer, caso contrário, inadmissível agir com truculência. Agora, chegar num lugar, com o maior ar de autoritarismo, de incivilidade e de falta de educação no trato com o povo, isso não pode acontecer, porque não está previsto na Constituição Federal, que eles tanto estudam quando vão fazer o concurso de acesso à polícia militar ou a forças similares, e aprendem num curto cursinho ministrado nos quarteis para passar a soldado, cujos mandamentos também, estão previstos nos próprios regimentos internos. Então a forma de agir de muitos policiais, não está em nada correta, necessitando mais preparo para com as pessoas que pagam os seus salários, que é o próprio povo que por eles deve ser bem tratado, a não ser, claro, as exceções, quando está se tratando de bandido, mesmo assim, ainda estes, estão protegidos pelas leis estatais, quanto às suas integridades físicas, só se permitindo fazer uso da força, em situações que assim se recomenda, mas de outra modalidade, não. O preso, a partir do momento que está em mãos do estado, é responsabilidade deste manter e zelar pela integridade do mesmo, seja lá o crime que tenha cometido, não interessa. Somente ao Estado-Juiz, política e juridicamente organizado, é dado o poder de punir e a mais ninguém, num Estado Democrático de Direito. Dizem muitos policiais, que existem dois pesos e duas medidas quando se trata de direitos humanos. Bem, na verdade, às vezes dá até mesmo a entender isso, mas essa questão só vem à tona, quando o militar usa ao extremo o seu abuso de autoridade. Sinto muito quando um policial vem a ser alvo frio e covarde da senda maldita da bandidagem, mas nada disso justifica o militar em muitos casos, nivelar todas as pessoas por baixo, no mesmo nível do bandido e por isso mesmo, acharem que, no uso do fardamento, tudo podem, o que é um ledo engano e muitos em alguns casos, terminam por amargar sofrimentos que não deveriam provar.
   O nosso militar, reconheço, vive numa situação dramática, ganhando um péssimo salário, se bem que, é questionável esse problema salarial no trato com à população, porque policiais federais também são truculentos talvez até em maior grau, além de que, são portadores de cursos de graduação, o que por outro prisma de visão, se comprova que não é a questão do quantum de valores em pecúnia, mas sim, de uma adequada formação e preparação para desempenhar o verdadeiro papel de policial, como integrante civilizado das forças de segurança pública de nosso país e de cada Estado da Federação. Na verdade, é uma questão de mentalidade, quando um simples militar, ao se ver paramentado com um fardamento, lhe sobe para à cabeça, que na condição de “otoridade”, é tudo e tudo pode fazer, quando na verdade, nada do que está previsto na lei, ele pode ir além, mas na realidade, grande parte, a maioria mesma, age dessa forma truculenta e usando de poder de autoritarismo e de abuso de autoridade, sendo mérito de todo cipoal de segurança pública de cada unidade federativa. Até mesmo um simples guarda municipal, se acha também que é “otoridade”, o que é de se fazer rir. A questão é que ninguém vem respeitando aquilo que de mais fundamental existe em nossa Constituição de 1988, que é justamente a parte que trata “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”, previstos no art. 5º, é essa parte que eles mais estudam quando vão prestar concurso público ou em seus cursinhos ineficazes preparatórios, para entrar efetivamente em ação. Muitos dos princípios contextuais da própria Lei Mater, não são obedecidos, não só por simples militares, policiais ou agentes de segurança pública, mas também, por muitas autoridades graduadas e de outros matizes do ordenamento jurídico deste país, mas o que me propus a olhar no momento e escrever, foi me voltar para a ação policial que presenciei no último sábado à noite, que não foi mais um embalo, mas sim, um pesadelo para pessoas simples, que tem todo o direito de ser bem tratadas por toda e qualquer pessoa, mesmo por essas supostas “otoridades”. Pior a gente ouvir de certos militares, emitirem opiniões, até mesmo em redes sociais, proclamando e incitando à população a um golpe militar, o que se constitui crime, como se isso fosse a melhor saída para o Brasil contemporâneo. Somente de uma mentalidade de um lacaio ou idiota, ou de quem não viveu sob às amarras de uma ditadura militar, para sair por aí dizendo bobagens nesse sentido, o que deveria ser motivo de abertura de inquérito policial militar e de penalização do responsável por tamanha verborreia imbecil e desprovida de qualquer preceito legal, porque camaradas, acredito com toda certeza, que se implantaram uma nova ditadura militar em nosso país, será a porta aberta para uma guerra civil, porque ninguém aguenta mais um outra ditadura, porque ainda que tenhamos uma ruim democracia, ainda é melhor do que a melhor das ditaduras. Pensem nisso e reflitam!

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