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BUÍQUE, NORDESTE/PERNAMBUCO, Brazil
A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

sábado, 13 de dezembro de 2014

A MATÉRIA DE HOJE, TRATA DE REMINISCÊNCIA DO MEU PASSADO E DOS AMIGOS QUE FIZ, QUANDO POR DEZESSEIS ANOS DE MINHA VIDA TRABALHEI NO BANDEPE E EM ESPECIAL DE UM DOS TANTOS AMIGOS, LUCILO MELO DE ALMEIDA, APELIDADO CARINHOSAMENTE DE “ZÉ DO CAIXÃO”

ERA UMA VEZ, NO BANDEPE DA CAIS DO APOLLO, NO RECIFE ANTIGO
Agência 001-Centro, do BANDEPE, no Recife e administração central, onde trabalhei por um bom tempo.


    Como já tive oportunidade de relatar noutras oportunidade, fui o primeiro de Buíque, a prestar um concurso público para ocupar um cargo privado, numa empresa de economia mista estatal, o Banco do Estado de Pernambuco – BANDEPE, em 1975. Entre os tantos concorrentes na época, estudei um bocado, lá num quartinho reservado do Bar Arizona e finalmente, como tinha o objetivo de passar nesse primeiro concurso público, realizei o meu primeiro sonho e em 14.11.1975, fui nomeado para trabalha na agência nº 033, na cidade de Buíque, tendo começado logo, como Investigador de Cadastro, que era a responsabilidade de vasculhar a vida pregressa de clientes que se propunham a fazer operações creditícias no banco estatal pernambucano, de fomento ao desenvolvimento de diversos setores de nossa economia. Esse foi o pontapé inicial de minha iniciativa como bancário. Depois desse início, com pouco tempo, como pretendia fazer um curso superior na área de ciências exatas, que era o meu forte na época, apesar de ser muito bom no domínio do português, mas por outro lado, não perdia para ninguém na matemática e na física, pedi transferência para o Recife, onde fui trabalhar na agência Nº 001, na Rua Cais do Apollo, 222, 1º andar, no Bairro do Recife Antigo. Hoje certamente, pela falta de continuidade na prática de tais matérias, pouco ou nada sei desenvolver, porque a gente só finca mesmo algo na mente, quando a prática se torna corriqueira e continuada, o que não foi o meu caso, mas se tentar dar uma treinada em certos princípios físicas, nas equações matemáticas de diferencia e integral, certamente ainda consigo arranhar alguma coisa. Mesmo assim, quando de minha mudança, fui morar numa pensão, depois numa república de estudantes da qual fui o seu presidente e comecei a fazer cursinho num dos poucos existentes na época, no Radier e, no primeiro vestibular que fui submetido, também passei no Curso de Engenharia, para estudar na UFPE, curso este que cheguei a cursar até o sexto período (três anos) e já estava entrando na fase do profissional, porque o básico houvera pago os créditos por completo, que é comum para qualquer curso de engenharia. Por ironia do destino, nessa época, cheguei a me casar e tive o meu primeiro filho, Hélder, e como as coisas foram se tornando dificultosas, ao me submeter a um concurso interno de Chefe de Carteira Rural, passei e, sem pestanejar, tranquei o curso de engenharia e voltei a trabalhar em Buíque, onde existia a vaga e, também, a morar nesta terra. Na época, trabalhei com vários gerentes e amigos, a exemplo de Pedro Mariquita, Branquinho, Galega de Zuza Tavares, como era chamada, Petrônio, Durval, Roberto Morais, Fernando Camêlo, Moraizinho, com Nido dos gêmeos, com Sérgio Baydum, Joninhas de seu Manoel Benedito, com Gilberto de Pergentino, com técnicos agrícola Lavoisier, entre outros, com Marcelo Padilha e outras pessoas que não me vem à memória no momento. Foi um período rico para a expansão de nossos conhecimentos e sabermos também, no solo meio movediço em que estava pisando, em face da política da época, que tinha grande poder de interferência, com suas frequentes intervenções negativistas no banco de fomento estatal e por isso mesmo, para não ver as coisas pioradas para mim mesmo, por perseguição implacável de um político que não vou citar o nome, na década de oitenta, fui, eu e Pedro Mariquita, implacavelmente perseguidos e por isso mesmo, tivemos que pedir transferência para outros lugares. Foi aí que fui parar em Pesqueira, onde cheguei a me familiarizar com àquela gente boa, fazer muitas amizades e firmar muitos conhecimentos, principalmente na área política e da cultura do lugar. Foi lá que conheci intelectuais do tipo William Pôrto, Potiguar Matos, Jurandir Carmelo, Célio Guimarães, Professor Souza, o Padre Zé Maria, que recentemente faleceu, entre outros.
     Como sempre tinha em mente, fazer um curso superior, como me encontrava atuando ativamente num campo social muito delicado, a política, então resolvi fazer direito e fui submetido em 1985 a um novo vestibular, passei mais uma vez, e finalmente, cheguei a concluir o tão sonhado curso superior na Faculdade de Direito de Caruaru – FADICA, da qual até hoje tenho muito orgulho, tendo me formado em Direito na turma de 1990. Orgulho-me também pelos professores que tive e pelo grande número de amigos que por lá também firmei e deixei. Imaginava eu, assim como todos os funcionários do BANDEPE, que por ter um regimento interno que nos garantia estabilidade no emprego, que esse instituto nos protegesse da demissão involuntária, tal qual um servidor público, mas qual nada, por ser uma empresa de sociedade de economia mista, em que o estado era o maior acionista com 99% das ações, mas a natureza jurídica era privada, não existia estabilidade coisíssima nenhuma e por isso mesmo, na irresponsabilidade política de uso indevido do Banco pelos políticos de todos os matizes, porém com mais ênfase para os que advieram de origem da famigerada ARENA, que deu origem aos malfadados partidos políticos PFL, PDS e DEM, em 1991, em pleno governo de Joaquim Francisco, foram sumariamente demitidos mais de dois mil pais e mães de famílias, que ficaram na rua da amargura. Como eu já houvera me formado desde o ano de 1990, fiquei de início meio perdido, mas não totalmente, porque a partir de então, fui obrigado a exercer a trancos e barrancos a minha profissão liberal de advogado, e foi o que fiz. Tentei de início o comércio, na cidade de Arcoverde, mas como não dominava as maledicências comerciais, cheguei a quebrar em bandas e tudo que ganhei do banco a título de indenização, não fiquei sequer com um centavo e o jeito mesmo, foi me firmar na minha profissão, sem a qual, não teria sobrevivido até o momento atual, apesar de muita gente a me perseguir, me reprimir ou olhar com olhos enviesados, mesmo assim, vou levando o meu barco e fazendo o meu trabalho como operador do direito, dentro de minha responsabilidade de sempre combater o bom combate. Não sou de abrir mão para ninguém, estando dentro do meu direito, por isso mesmo, por ser liberal, é que tenho a faculdade de tomar as posições que bem entender, certas ou erradas, só o tempo, senhor da razão, é quem poderá dizer e julgar. Quanto aos demais, satisfação alguma tenho a dar a ninguém.
    Mas de todos esses dezesseis anos de BANDEPE, teve um amigo que marcou toda essa minha vida de bancário, que foi um dos grandes meus amigos até os dia atuais, que foi Lucilo Melo de Almeida, caruaruense da gema, que começou a trabalhar depois de mim, acredito que por volta de fins da década de setenta, quando eu trabalhava no período noturno, num departamento chamado DECON e num setor por nome de SECOD e, numa certa quarta-feira, adentra no recinto um novo funcionário, todo paramentado com vestimenta roxa e de pronto, como a turma era gozadora, eu de logo lhe finquei um apelido de Zé do Caixão, coisa que até hoje o trato dessa forma, quando ele me liga do Recife para falar comigo. Conhecedor de sua voz, de pronto atendo e digo: “diz, Zé do Caixão, como estás, cara?” – E começamos na base da cachorrada a troca de ideias. Lucilo foi o mais marcante porque teve mais participação em minha vida, desde o período em que eu casei pela primeira vez, em que numa viagem em que viemos do Recife para Buíque, para comemorar minha despedida de solteiro, a gente cheio do “mé”, ele sem habilitação, dirigindo o seu fusquinha vermelho e assim, depois de uma farra que teve início no Clube do Bandepe em Santo Amaro, lá por volta da madrugada, resolvemos vir à Buíque, sem ter nada planejado. Com ele veio Chico Pinico, Marco Polo, eu e ele ao volante. Chegamos primeiramente em Arcoverde, tomamos umas cervejas na casa de meu irmão Miltinho, depois rumamos já depois do meio-dia para Buíque e ao chegarmos na terrinha, não aguentei mais e fui dormir. Era um dia de sábado, dia de feira-livre nas ruas de Buíque. Só sei que em determinado momento, eles resolveram voltar para o Recife ou beber em Arcoverde. A pista ainda era na base da piçarra e, ao chegarem na Serra do Salobro, qual não foi o susto que tiveram, o carro, não sei se naquela curva fechada, a primeira, com direção à Arcoverde, segundo Lucilo ao tentarem se desviar de uma carroça, caíram ribanceira abaixo e não fosse uma árvore para segurar o fusca, todos teriam ido à óbito. Pior é que, eles iam ouvindo música no toca-fitas e, enquanto Lucio saia do veículo e Chico Penico também, Marco Polo, tinha ficado lá dentro do carro, ouvindo música, como se nada tivesse acontecido. A sorte é que nada aconteceu, a não ser o prejuízo material do fusquinha, que não sofreu lá grandes avarias e ainda foi recuperado, ao ser levado para o Recife por um reboque, depois de ficar alguns dias, levado por mim por um trator da Prefeitura de Buíque, por seu Zé Cavavá, para Arcoverde, onde ficou nas proximidades da Padaria Cardeal de meu irmão Miltinho, por alguns dias. Desse fato, fiquei com um sentimento de culpa dos diachos, mais foi mais uma das tantas peripécias que pela vida passei. Mas resolvi falar desse evento, pelo fato de ter recebido um telefonema de meu amigo Lucilo ontem, cientificando-me que nesses dias apareceria por aqui para me fazer uma visita, com o que, disse-lhe que seria muito bem-vindo, porque se existe amigos, Lucilo sempre para mim, foi um grande amigo de verdade. Sujeito extremamente inteligente, facilmente aprendeu todas as engrenagens do Banco e com um certo tempo de experiência, chegou a ocupar o posto de Diretor de Recursos Humanos do Banco, o temeroso DERHU, que era o responsável pelo controle de todo o pessoal do Banco. Mas Lucilo sempre foi um sujeito humano, amigo e correto tanto a sua iniciação bancária, quanto a alguns cargos de chefia que ocupou, até chegar ao posto de Diretor do Banco. Hoje, viúvo, cabelos brancos, ele vive de uma empresa se não me engano de leasing, que montou em sociedade com outro parceiro. Amigo Lucilo, só tenho a lhe dizer, que você será sempre bem-vindo a esta terra, pois amizade de verdade não se acaba facilmente, é para sempre e você sempre foi um desses caras que passaram pela minha vida, que posso dizer: LUCILO, VOCÊ, É UM AMIGO DE VERDADE!

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