ESPAÇO POEMANDO
SE VOCÊ PENSA
Se você pensa que
pode
Concentrar em suas
mãos
Este mundo que
envolve
Um imenso mutirão
De classes
estratificadas
Sobrepostas e
esmagadas
Como estás enganado!
Espera!
Se você pensa que
pode
Sanar com essa
miséria
Alarmante nesta
esfera
Sem brio, sem
primavera,
Viageiros do luar
Ao som das ondas do
mar,
É bom calar...
Cogitas!
Se você pensa que
pode
Sanar de todos a dor
Dar resquícios de
calor,
Identifica-te!
Sentes essa brisa
gélida d’aurora;
Ingeres essas putrefações
Da ceifa colhida às
ruas
De nus vermes a
desdenhar,
E sê também um
espectro
Sem dia, sem noite...
Sem tempo
cronometrado.
Se você o pensa que
pode
Nem podes pensar que
podes!
Vê: Estás somente a
esperzinhar!
Pisoteando
mortos-vivos,
Vermes podres com tu
Que estás a
decompor-se
Numa pocilga de
opulências
De prepotência e
poder,
Dissipando o teu odor
Repugnante e sem
amor.
NOTA:
Escrevi este poema em 16.10.1977, pensando nos poderosos ocasionais que
imaginam tudo poder, quando na verdade, são verdadeiros pústulas e lacaios que
nada resolvem e ainda mais, pisam nos mais fracos e oprimidos, como forma de
dominação, como continua acontecendo nos dias atuais. Esse poema foi publicado
no meu primeiro livro, “MODESTO À PARTE”, pág. 112, que foi lançado em abril de
1988, na Câmara de Vereadores de Pesqueira, que contou com um plenário lotado.
Depois fiz o lançamento, no mesmo ano, em Buíque, no Clube Municipal, que
também lotou e, por último, no Democrático Esporte Clube de Arcoverde, que
contou com a presença do Comendador Áureo Bradley, então prefeito daquela
cidade à época, entre os vereadores Gerente, Presidente da Casa James Pacheco,
e outros que não me vem à memória no momento, além do grande e saudoso amigo,
advogado João Belarmino Filho, meu professor inicial na prática advocatícia.
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