QUEM REALMENTE SOU

Minha foto
BUÍQUE, NORDESTE/PERNAMBUCO, Brazil
A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

sábado, 7 de março de 2015

O CONTO PUBLICADO HOJE, FAZ UMA NARRATIVA DA HISTÓRIA DE UM REI, QUE AINDA JOVEM ASSUMIU UM PEQUENO REINADO NA BUÉCIA, PAÍS NÓRDICO DA EUROPA MEDIEVAL E, COM ESPÍRITO DE UM BOM REI INICIALMENTE, SE DESVIRTUOU, TRANSFORMOU-SE NUM DÉSPOTA, TERMINOU SENDO DEGOLADO POR SEU PRÓPRIO POVO, QUE DEPOIS IMPLANTOU A PRIMEIRA DEMOCRACIA NA EUROPA MEDIEVAL.

AFINAL, QUE REI SOU EU?


   Bem, vamos começar nosso conto assim. Era uma vez um pequeno reinado, localizado no extremo norte da Europa, próximo da Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia. Lá bem espremido nas proximidades do próspero reinado sueco da Idade Média, ficava o reinado da Buécia, que tinha como cidade principal, Bucéfala, a capital e sede do governo absolutista, que era governada à mãos de ferro, pelo poderosíssimo Rei Jusekius Camionillus II, que bastava um servo não se curvar diante de si, que ele sem nenhum remorso ou piedade, mandava logo degolar com uma espada extremamente afiada usada pelo seu chefe de guarda que não lhes deixava o pé, nem mesmo para o rei fazer as suas necessidades fisiológicas em seu penico banhado a ouro. Era um reinado dominado pela tirania e pelo terror. A exploração do povo era tamanha, que ninguém tinha direito à liberdade ou terras para trabalhar, apesar da vastidão de áreas agricultáveis para o plantio de lavouras para o consumo da própria população, que era mantida sob o jugo soberano tirânico do poderoso rei. O Rei era casado com uma rainha de origem sueca, que era de origem da família real, para assim, firmarem laços e permaneceram em paz. Dessa união, não nasceram filhos, porque a rainha era estéril, mas nem por isso, o rei deixou de ter um filho, de uma de suas servas, escolhida a dedos, muito bonita e formosa, que foi batizado com o nome do Josekius Camionillus III, para não perder à linhagem familiar. Esse reinado medieval absolutista até os dentes, não teve lá muita vida longa e quando Josek III, como ficou conhecido, fizera seus dezessete anos de idade, o rei veio a falecer de repente. Dizem que foi um feitiço de uma poderosa bruxa que lhe amaldiçoara tempos atrás. Morto o rei, quem tinha que assumir de imediato, seria o seu filho, que apesar de bastardo, era legalmente, por força de uma lei elaborada pelo próprio rei antes de morrer, deveria de imediato ser coroado rei, como de fato veio a ser depois do rito do velório e da cremação do rei numa fogueira.
        Nem menos o rei foi cremado numa fogueira imensa em um rito especial dos costumes dos buécios, de conformidade com o poder dado pelos deuses ao soberano tirânico, o seu filho Josek III, assumiu o poder. Como não tinha lá experiência administrativa alguma administrativa, apesar de ter sido orientado por um Conselho de Anciões para lhes dar os devidos conselhos para governar o seu povo, pelo menos foi isso que aconteceu como forma de prepará-lo para uma futura substituição do poder. Inicialmente, como não sabia de porra nenhuma, mas tinha algum conhecimento, pois além dos conselhos dos anciões, estudava com professores particulares pagos pelo seu pai enquanto vivo, e muitas coisas chegou a aprender sobre grandes filósofos gregos da antiguidade, e da própria história da Europa Medieval em que vivia. Tinha saber de sobra, mas quanto à prática, não tinham nenhuma. Só fazia mesmo era estudar, além de ter aprendido a tocar piano, que era uma de suas paixões. Adorava Beethoven, principalmente a 9ª Sinfonia, Sonata ao Luar, Für Elise, Na Die Freude (Ode To Joy), entre outras grandes músicas compostas pelo grande mestre da música erudita. Gostava de outros grandes mestres da música da época, a exemplo de Bach, Mozart, Chopin, entre outros. Era chegado também a obras de artes de grandes mestres de sua época. Na verdade, o pequeno rei teve uma preparação humanista, diferentemente daquela que teve o seu pai, que era o tipo extremamente imprevisível, grotesco, perigoso e não tinha piedade por ninguém e tratava seu povo com desprezo e desdém, ingredientes não apropriados para um regime absolutista, como bem definiu Maquiavel em seu livro “O Príncipe”.
    Ao assumir o trono, Josek III, como primeira medida, deu liberdade ao seu povo, concedeu parte da vasta área de terras para quem quisesse trabalhar, mas com o passar do tempo, como adorava uma vida de futilidades, luxúrias, de extravagâncias, de farras homéricas, de fornicações com uma mistura deplorável, ora com homens, ora com mulheres, se transformou numa bestialidade vulgar e ao cair na boca do povo, este passou a ver no rei, uma figura de uma pessoa execrável e desprezível, não digna do cargo herdado por vitaliciedade de seu pai, que fora um rei bem pior e déspota inigualável. Ainda bem, que pelo menos mais um déspota, ele não era, mas tudo fazia crer, que não duraria muito e ele se transformaria naquilo de execrável que o seu pai fora, afinal, as finanças do reinado não iam bem com os gastos desordenados para atender as suas mordomias, farras homéricas, ostentações, construções de grandes castelos e o povo, cada vez desembocando numa situação cada vez pior, morrendo de fome, da peste bubônica, fora os que eram queimados vivos na fogueira, pelas Cruzadas, a pretexto de acusações de práticas de bruxaria, que tinham que morrer em nome de Deus, daqueles que não queriam se dobrar aos ditames do catolicismo romano.
       Foi dentro de um desordenamento dessa natureza, que o povo começou a adquirir mais força e voz, apesar da opressão que já se fazia sentir a mando do rei Josek III, que passou então a surgir um movimento contrário às arbitrariedades praticadas pelo poder soberano desse rei que houvera se tornado déspota da mesma forma que fora seu pai, após cerca de dez anos de reinado, que esse movimento se expandiu como um formigueiro por todo o reinado, houve um levante geral do povo, que passou aos poços, através de armadilha bem esquematizadas, a dizimar parte das poderosas guardas e esquadras do rei e a partir daí, com as armas tomadas do próprio reinado, com a ajuda de outros países nórdicos, o povo passou a se organizar e tinha como principal objetivo, destronar o reinado daquele desgraçado impiedoso, igualmente ao seu pai, destroná-lo e fazer daquele país o primeiro entre os demais, a vir a ser adotado o regime democrático de governo eleito pelo próprio povo. Desta feita, um dócil jovem que se tornou rei e, não sabendo bem governar seu povo, deste se tornou odiado e veio a ser presa fácil, vindo a ser varrido do mapa de vez.
       Assim foi que, depois de mais de três anos de lutas sangrentas contra o reinado de Josek III, finalmente os revoltosos venceram à luta, tomaram à capital, prenderam o rei e de imediato, em frente a uma multidão enfurecida o decapitam, para varrer de vez a figura nefasta daquele imprestável rei e para o povo guardar na memória o destino dos traidores dos buécios. Foi de imediato feito uma eleição e o líder dos revoltosos, Aristenius Fagunderek, assumiu o poder, com a promessa de fazer um governo democrático, implantar uma constituição, que seria a primeira do mundo medieval, respeitar a coisa pública e assim, levantar sempre a bandeira em favor do povo que ajudara a libertar do jugo absolutista de seu pai.
      Como se pode perceber, quando o povo quer, como ocorreu nesse pequeno país localizado no norte europeu da Idade Média, Buécia, que serviu de exemplo para vários outros países daquela época, que inspirados no que ocorrera no país vizinho, passaram também e surgir levantes de revoltosos contra regimes semelhantes e assim, o que se pensava de um regime absolutista sanguinário medieval, passou a ser completamente diferente daquilo que fora anteriormente. A notícia que se tem é a de que, tempos depois, esse pequeno país, foi anexado a outro país maior, passando a integrar o chamado Reino Unido, que hoje é a Inglaterra, que também naquela época, fez o que bem quis com o seu poderio bélico e da armada naval que possuía. Mas foi assim que aconteceu com a Buécia e assim, pode ainda, com a vontade popular, se mudar os rumos de tudo o que o povo quer, pois sem este, nada se pode fazer.

Nenhum comentário: